nullEm meio ao ranço de doença que impregna o ar do mundo, Manoel Ricardo de Lima ousa puxar conversa sobre a saúde e o imperativo que é gozá-la o mais intensamente possível. (...) Que saibamos fazer chegar esses fios de "fala inacabada" (para lembrar, desta feita, o lindo livro que ele fez, como poeta, em parceria com a artista visual Elida Tessler) aos debates acadêmicos, às salas de aula, às rodas literárias e a todo canto, enfim, onde a poesia e a literatura ainda façam algum sentido.(...) é fundamental que busquemos recuperar a dimensão estritamente cultural (porque vinculada à vida da coletividade, e não ao tilintar opressivo das moedas) da poesia e da literatura. E isso tem de sobra nesta intensa, comovente e essencial coleção de artigos com que Manoel Ricardo de Lima nos dá o que pensar.
"Os arquivos secretos de Stieg Larsson e a caça ao assassino mais procurado da Suécia. O homem que brincava com fogo vai deixar os fãs de investigação ávidos por conhecer todo o conteúdo dos arquivos de Larsson. O autor da série Millenium reuniu as pistas. Agora, um jornalista as está seguindo.Quando Stieg Larsson morreu, estava trabalhando em um verdadeiro mistério que alterou o rumo de seus romances: o assassinato, em 1986, de Olof Palme, o primeiro-ministro da Suécia. Nunca na história um chefe de Estado fora assassinado sem deixar rastros, à queima-roupa e em uma rua de Estocolmo.Apesar de ser famoso internacionalmente por seus vilões fictícios, Larsson tinha um ótimo relacionamento com seus informantes da vida real e conseguiu documentar atividades extremistas em todo o mundo. Durante anos, acumulou evidências que ligavam atos terroristas desses grupos ao que ele chamou de ""um dos casos de assassinato mais surpreendentes"" que já havia coberto. Porém o arquivo de Larsson foi esquecido até o jornalista Jan Stocklassa ter acesso exclusivo ao projeto secreto do autor.Em O homem que brincava com fogo, Stocklassa recolhe as peças do quebra-cabeça deixadas por Larsson sobre o crime real para seguir a trilha de intrigas, espionagem e conspiração iniciada por um dos escritores de suspense mais famosos do mundo. Juntos, eles resolveram um mistério que ninguém conseguiria desvendar. ?Uma ?não ficção criativa? e fascinante que conta o maior mistério da história da Suécia?. - Wall Street Journal ?O livro de Stocklassa lançou uma nova luz sobre uma tragédia que assombra a Suécia há três décadas... É como um thriller de espionagem?. - The New European ?Stocklassa consegue nos infectar com o ?vírus Palme?. É impossível ler e não ansiar pela resolução?. - The Spectator"
Neste ensaio, repleto de referências históricas, Virginia Woolf analisa a participação da mulher na literatura, mencionando consagradas autoras de sEculo 19, como Jane Austen, e mostra o quanto as limitações financeiras e sociais impedem a expressão intelectual feminina. Muito à frente de seu tempo, a escritora abraça a causa feminista antes mesmo que esse movimento surgisse, dEcada depois, e encoraja gerações posteriores a assumirem o protagonismo em suas vidas.
Em reportagem de tirar o fôlego, autores revelam os bastidores das investigações do caso que ainda assombra o Brasil Na noite de 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram mortos a tiros no Estácio, zona central da cidade do Rio de Janeiro. Liderança nascida e criada na favela, a quinta vereadora com mais votos no pleito em que foi eleita, Marielle era ao mesmo tempo assertiva e carismática em seus posicionamentos, fosse na defesa de moradores de áreas dominadas por milícias, fosse nas reivindicações ligadas às comunidades LGBTQIA+. Seu assassinato se tornou emblemático não somente por ser um claro ataque à democracia e às bandeiras defendidas pela parlamentar, mas também por ter marcado um novo patamar de atuação da criminalidade na cidade. Mesmo sem dar uma resposta definitiva ao caso, as diversas linhas de investigação tomaram as manchetes dos jornais, foram amplamente discutidas nas redes sociais e colocaram holofotes sobre a estrutura do crime organizado carioca, suas áreas de atuação e práticas. Em meio aos debates sobre a federalização das investigações, o legado político de Marielle e a pressão da opinião pública por respostas, tornou-se cada vez mais clara a onipresença das organizações criminosas na cidade, suas redes internas e elos externos. Jornalistas investigativos dedicados ao caso Marielle e Anderson desde o início, Chico Otavio e Vera Araújo mostram como o caso foi determinante para escancarar a atuação do crime na capital fluminense. Repórteres experientes e testemunhas de longa data de várias investigações policiais na capital, Chico e Vera esmiuçaram a rede que movimenta o submundo carioca e seus múltiplos agentes. Traficantes, milicianos, torturadores egressos dos porões da ditadura, ex-policiais altamente treinados assumindo o papel de assassinos de aluguel, bicheiros e as disputas travadas entre eles estão por toda parte e povoam as páginas de Mataram Marielle.
Uma das escritoras mais célebres e reverenciadas de nossos tempos, Toni Morrison sempre foi uma hábil observadora do mundo. Em A fonte da autoestima, encontramos uma rica coletânea de textos sobre sociedade, cultura e arte. As palavras de Toni Morrison são transcendentais não só em seus romances, mas também nas obras de não ficção. Neste livro, encontramos uma instrutiva reunião de seus ensaios e discursos mais importantes, como um texto sincero e comovente sobre sua busca pelo verdadeiro Martin Luther King Jr., um elogio emocionante a James Baldwin, uma oração ardente pelos mortos do 11 de setembro, entre outros. A autora, que recebeu em 1993 o prêmio Nobel de literatura, analisa as linhas tênues que separam o estrangeiro, a mulher, o corpo negro e outros conceitos igualmente importantes para a sociedade contemporânea. Além disso, Morrison volta seu olhar crítico para o próprio trabalho ? principalmente Amada ? e o de outros importantes escritores negros. Uma coletânea essencial para entender melhor o pensamento de uma das mulheres mais importantes do século XX, A fonte da autoestima brilha com a elegância literária e intelectual que fizeram de Toni Morrison a voz mais importante dos últimos anos.
Partindo do conceito de Weltliteratur, ?literatura mundial?, cunhado por Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), e do entendimento de que cada época pode reinterpretar as grandes obras de arte a partir de seu próprio contexto, A dupla noite das tílias, de Marcus Vinicius Mazzari, professor de Teoria Literária da Universidade de São Paulo, propõe uma leitura informadíssima e atualizadora da obra máxima de Goethe, Fausto: uma tragédia. Aliando a erudição e o senso crítico a uma capacidade investigativa rara, o autor abarca um leque de questões que atravessam a história, a economia, a ética, a estética, a percepção da natureza e a poesia, sem perder-se jamais na multiplicidade de caminhos possíveis. Ao contrário, detendo-se particularmente no quinto ato do Fausto II, que concentra a chamada ?tragédia da colonização?, Mazzari não só repassa criticamente a discussão contemporânea sobre esta que é a mais enigmática obra de Goethe como também avança, de maneira fundamentada e original, uma interpretação própria para as ?fórmulas ético-estéticas?, cunhadas pelo poeta em sua maturidade. A dupla noite das tílias resulta, assim, um livro denso de poesia, reflexão e informação, que abre perspectivas amplas para a Literatura Comparada e se afirma como obra poderosa do ensaísmo brasileiro.
Este terceiro e último volume da Teoria do romance de Mikhail Bakhtin, traduzido da mais recente edição crítica russa, traz dois ensaios fundamentais do autor: ?Sobre a pré-história do discurso romanesco? (de 1940), em que é analisada a importância dos diversos estilos paródicos no surgimento do romance; e ?O romance como gênero literário? (de 1941, antes conhecido como ?Epos e romance?), no qual se discute a especificidade do discurso romanesco em contraposição às formas da épica. No posfácio ao volume, o tradutor Paulo Bezerra destaca a originalidade das ideias de Bakhtin, que alteraram de forma radical os rumos da teoria literária no século XX.
Este livro oferece uma interpretação completa do sermão partindo das características que o enquadram no estilo barroco, o autor apresenta também o momento histórico e o contexto no qual a obra foi escrita e qual a construção típica de um sermão.
"C.S. Lewis era um ávido leitor, capaz de ir de um assunto para outro com enorme facilidade e destreza. Isso fica evidente na coletânea de textos reunidos neste livro inédito ? incluindo ensaios, artigos, resenhas críticas, tributos, dentre outros gêneros. Sobre histórias mostra um outro lado da vida de Lewis: a de brilhante acadêmico e professor de Literatura Inglesa da Universidade de Oxford, onde ficou conhecido por suas palestras geniais e profundas sobre literatura.
Seja resenhando os livros de grandes autores como J.R.R. Tolkien e George Orwell ou refletindo sobre importantes aspectos teóricos da literatura, Sobre histórias tem como condutor principal a excelência da História e reúne ensaios que sintetizam suas ideias sobre ficção científica, a natureza dos contos de fada, fantasia e inspiração."
Além de ser uma das vozes mais geniais da ficção moderna, Virginia Woolf (1882-1941) foi articulista, crítica literária e professora de literatura. Antes de lançar seu primeiro romance, A viagem, em 1915, já tinha um nome consolidado na cena intelectual londrina, participando do famoso grupo de Bloomsbury e colaborando com os principais periódicos ingleses. Aqui estão reunidos nove dos melhores textos da autora sobre a arte do romance. Versando sobre a escrita ficcional, o prazer da leitura, o papel da mulher na literatura e outros temas, estes artigos são ainda pouco conhecidos do leitor brasileiro. O que se vê é um gênio literário que também nos seus textos de não ficção mergulhava nos mais profundos questionamentos, com uma voz radicalmente original e viva, que não cessa de ecoar.
De Homero ao e-book A literatura ? formada pela tríade narrativa, lírica e drama ? é a um só tempo forma de expressão e arte; fruto de sua época e de gênios individuais; testemunho de momentos históricos e devaneio fantástico. Na literatura, tudo é possível: sereias, vampiros, um narrador morto ou um personagem que rejuvenesce à medida que o tempo passa. É, em última análise, a mente humana no auge de seu talento para expressar e interpretar o mundo ao nosso redor. Neste livro genial, o britânico John Sutherland aceitou o quase insano desafio de abordar, num volume curto e acessível, todo o espectro temporal da literatura, desde os tempos da mitologia transmitida de forma oral até os dias de hoje. E ? sorte nossa! ? a tarefa é desempenhada primorosamente. O autor segue (mais ou menos) cronologicamente não só os principais nomes e acontecimentos da literatura de língua inglesa, mas também da literatura universal. Assim, saímos das epopeias para em seguida passar pela tragédia na Grécia antiga, as formas literárias medievais, o advento da imprensa com Gutenberg, o teatro elisabetano e Shakespeare, por obras que prenunciavam o romance (Decameron, Gargântua e Pantagruel, Dom Quixote), a formação de um público leitor feminino que revolucionaria o mercado; a invenção dos direitos autorais; a literatura do século XX, com a experiência radical de duas guerras mundiais e seus reflexos (Woolf, Joyce, Kafka, Eliot; Beckett e o teatro do absurdo); o realismo mágico; as histórias em quadrinhos e a graphic novel. Sutherland não larga a pena ao chegar no século XX; trata de autores contemporâneos experimentais, do mercado editorial de hoje e suas premiações, de gêneros surgidos via internet, como a fanfiction, e dos caminhos que a literatura ainda poderá trilhar. Ao contrário do que se poderia esperar, Uma breve história da literatura é isento de dogmatismos: o autor não decreta o que o leitor deve ler; antes, mostra-se um entusiasta de que a literatura, esta multifacetada criação do gênio humano, seguirá ? na forma, no gênero e no suporte que for ? enriquecendo nossas breves existências.