A síntese do conhecimento sagrado de todos os tempos Lançado treze anos após o clássico Admirável mundo novo, obra de Aldous Huxley tem nova tradução O termo ?filosofia perene? surgiu em 1540, como a ideia de que os conhecimentos místicos de todos os tempos revelassem um tipo de sabedoria primeira, da qual todas as outras seriam provenientes. Ao aproximar as principais obras da espiritualidade oriental e ocidental, Aldous Huxley escreveu A filosofia perene, um estudo de misticismo comparado, com textos de diversas tradições espirituais: zen-budismo, hinduísmo, taoísmo, misticismo cristão e islamismo reunindo trechos comentados de obras como o Tao-Te King, Bhagavad Gita, O livro tibetano dos mortos e muitos outros. Com esta obra, escrita durante a Segunda Guerra Mundial, Huxley pretendia um verdadeiro exercício espiritual contemplativo, aliando conhecimento e prática suprarreligiosa, como uma meditação guiada por recortes acerca de núcleos fundamentais desses saberes milenares. Com tradução de Adriano Scandolara, a obra traz capítulos nomeados como ?Verdade?, ?Silêncio? e ?Fé?, com citações de grandes líderes espirituais que conduzem o leitor a um lugar dentro de si em que essas vozes se tornam vivas.
Esta obra, escrita por Platão, é um dos primeiros relatos da defesa de Sócrates que foi acusado de corromper a juventude, não cultuar os deuses que a cidade cultua e criar uma nova divindade. É o registro de uma das defesas mais famosas e polêmicas da história do direito e da justiça ocidentais. Sócrates foi considerado culpado e morreu após ingestão de um poderoso veneno.
"Aos vinte e cinco anos, em 1934, simone weil escreveu essas ""reflexões"", um verdadeiro talismã que deveria proteger qualquer pessoa que fosse forçada a atravessar a imensa massa de mentiras que circunda a palavra ""sociedade"". Como sempre nas palavras mais óbvias, se esconde uma realidade secreta e imponente, que age sobre nós ainda que ninguém a reconheça. Weil foi a primeiro a dizer com perfeita clareza que o homem se emancipou da servidão à natureza apenas para se submeter a uma opressão ainda mais sombria, ainda mais caprichosa e incontrolável: aquela exercida pela própria sociedade, pois ""parece que o homem não consegue aliviar o jugo das necessidades naturais sem agravar na mesma proporção o jugo da opressão social, como pelo jogo de um misterioso equilíbrio"". Partindo dessa intuição fundamental, com uma clara virtude argumentativa, uma série de raciocínios revelam tanto nos mecanismos de poder quanto nos de produção e das trocas as várias faces de uma mesma idolatria. Escrito quando hitler estava no poder havia alguns meses e quando stalin era reverenciado pela maioria da intelligentsia como o ""pai"" de uma nova humanidade, esse texto não hesita por um instante em descrever o horror daquele período. Mas, como sempre em weil, o olhar é tão preciso exatamente porque vai além do presente imediato e percebe uma imagem inabalável do bem, em relação à qual julga o mundo. é um olhar que nos permite ""fugir do contágio da loucura e da vertigem coletiva, reatando, por conta própria, por cima do ídolo social, o pacto original do espírito com o universo""."
"Um livro surpreendente que mistura os dramas familiares de um professor de filosofia, seu diário de (várias) viagens e reflexões sobre Friedrich Nietzsche.
O professor de filosofia da Universidade do Massachusetts John Kaag refaz, com sua esposa e a filha pequena, as trilhas dos Alpes suíços percorridas por Friedrich Nietzsche quando este escreveu ""Assim Falou Zaratustra"", e pelo próprio Kaag, quando era um jovem introspectivo de dezenove anos. No caminho, Kaag traça paralelos entre suas duas viagens, a relação com a família e a carreira e os textos do filósofo alemão. A combinação de relato de viagem familar e investigação filosófica faz lembrar o clássico ""Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas""
Assim como na aclamada estréia de Kaag, American Philosophy: A Love Story, ele une perfeitamente suas descobertas filosóficas com sua busca por significado. Caminhando com Nietzsche é uma exploração fascinante não apenas dos ideais de Nietzsche, mas também de como sua experiência de vida se relaciona conosco, como indivíduos, no século XXI. Ousado, íntimo e rico em insights, Caminhando com Nietzsche é sobre derrotar a complacência, equilibrar sanidade e loucura e lidar com o inatingível. A medida que Kaag caminha, sozinho ou com sua família, porém sempre com Nietzsche, ele reconhece que até escorregar pode ser instrutivo. É no processo de escalada e seus inevitáveis erros que se tem a chance, nas palavras de Nietzsche, de ""tornar-se quem se é""."
"Somos todos donos da razão. O nosso jeito é o jeito certo. Com a gente no comando, o país seria melhor. Não respeitamos nada que nos contradiga. Somos todos intolerantes. Somos todos canalhas.
Somos todos canalhas?
Você concorda com isso? Não, né? Mas talvez você concorde que todos nós já estivemos canalhas. Porque nem sempre reconhecemos que nossa opinião pode estar equivocada.
Não foi à toa que este livro foi escrito em forma de diálogo. Aqui, Clóvis e Júlio compartilham suas ideias sobre o conceito de valor, apresentando pensamentos das mais diversas correntes da filosofia, dos antigos gregos até os modernos utilitaristas, em falas que se contradizem, mas ainda assim ? ou por isso mesmo ? se somam. Juntos, eles nos fazem pensar no mundo à nossa volta e em nosso próprio comportamento."
Neste livro, Ales Bello demonstra como realizar uma investigação no estilo de Husserl. Trata-se de uma pesquisa fenomenológica em círculos concêntricos, onde cada tese ou tema representa um território novo que deve ser examinado voltando às fontes do próprio método, seguindo as etapas de análise indicadas por Husserl. Esta publicação, explorando o problema do sentido e do modo como conhecemos e organizamos o conjunto de coisas de nossa vida cotidiana, constitui um exemplo de uma investigação em círculos concêntricos que inicia a partir do sujeito humano para compreender, em seguida, como se realiza nosso contato com o mundo das coisas da natureza e da cultura.
O aforismo jamais coincide com a verdade; ou é uma meia verdade ou uma verdade e meia", escreveu Karl Kraus (1874-1936) a respeito do gênero em que se tornou um mestre. Personagem singular do debate intelectual europeu do começo do século XX, Kraus encontrou na brevidade e na condensação extrema dos aforismos a forma ideal de espetar seus adversários ? notadamente jornalistas, políticos e figuras prestigiadas do meio cultural vienense. Exprimindo o que à primeira vista pode parecer uma generalização abusiva, o aforismo desestabiliza as certezas cotidianas cristalizadas em frases feitas e, à luz de seu brilho repentino, desvenda aspectos da realidade até então ignorados. Neste volume, apresenta-se uma poderosa mostra de como podem ser cortantes esses pequenos textos ? e de como Kraus, manejando a sátira, feriu seus inimigos com grande concisão. Como ele mesmo dizia: "Há escritores que já conseguem dizer em vinte páginas aquilo para o que às vezes preciso de até duas linhas.
"A atual afasia da linguagem política, a crescente diluição do pensamento político nas certezas inabaláveis nos números da political Science, nossa dificuldade em representar a realidade, não derivam apenas das mudanças ocorridas no cenário político internacional nos últimos cem anos. Elas derivam de uma série de dificuldades relativas à própria categoria de ?representação? e demais categorias modernas.A noção de ?impolítico? construída neste livro desenha seu sentido a partir do esgotamento das categorias políticas modernas, que se tornaram incapazes de dar voz a perspectivas radicais genuínas. O impolítico é não apenas o oposto do político, mas sobretudo seu limite exterior. Se a forma-Estado contemporânea é ao mesmo tempo ?teologizada? e despolitizada, o impolítico é a borda a partir da qual podemos vislumbrar uma trajetória longe de todas as formas da teologia política e das tendências despolitizantes da modernidade.Dessa maneira, a perspectiva do ?impolítico? não se confunde com uma atitude apolítica ou antipolítica. O impolítico é o político considerado desde sua fronteira exterior. É sua determinação, no sentido em que ele define os ?termos?: as palavras e seus confins.O debate proposto aqui subtrai cuidadosamente algumas fronteiras metodológicas artificialmente erigidas entre ciência, teoria e filosofia política, teologia e literatura, através de um recurso maciço a autores decididamente indisciplinares, como Maquiavel, Hobbes, Schmitt, Foucault, Bataille, Arendt, Simone Weil, Canetti, entre outros.
O caminho forjado por essa análise é um verdadeiro desafio para o léxico político moderno, mas ao mesmo tempo uma contribuição à nossa compreensão de suas categorias.
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"Na Segunda epístola aos Tessalonicenses, que a tradição atribuía a São Paulo, aparece a enigmática figura de uma potência, o katechon, algo ou alguém que contém-retém-freia o assalto do Anticristo, mas que deverá ser eliminado ou liquidado ? para que o Anticristo se manifeste ? antes do dia do Senhor. E a interpretação dessa figura é aqui o pano de fundo sobre o qual se desenvolve uma reflexão geral ? em constante «acordo divergente» com a posição de Carl Schmitt ? sobre a «teologia política», ou seja, sobre as formas em que ideias e símbolos escatológico-apocalípticos se foram secularizando na história política do Ocidente, até o atual esquecimento de suas origens.
Com qual sistema político pode encontrar um compromisso o paradoxo monoteístico cristão, a fé no Deus-Trinitas? Com a forma do império, ou com a de um poder que freia, contém, administra e distribui? Ou se trataria, na verdade, de encontrar uma contaminação entre as duas? Muitas das decisões políticas que marcaram a nossa civilização giram em torno dessas questões, que na obra de alguns de seus maiores intérpretes, de Agostinho a Dante e Dostoiévski, alcançaram uma dramática representação.
As reflexões formuladas neste ensaio se completam com uma antologia das passagens mais significativas da tradição teológica, desde a primeira patrística até Calvino, dedicadas à exegese da Segunda epístola aos Tessalonicenses, 2, 6-7."
Chegado ao penúltimo volume de sua História das Ideias Políticas, o filósofo alemão Eric Voegelin analisa as figuras-chaves do primeiro ciclo do pensamento político moderno - "a nova ordem" - e aquelas que determinaram "a última orientação" dos debates filosóficos ocidentais, precedendo "a crise" contemporânea que será tema do oitavo volume. A situação britânica no período da Revolução Inglesa, a originalidade de Maquiavel, Bodin e Hobbes, o misticismo de Espinosa e Nietzsche, a condição espiritual de que deriva a obra de Locke, a redescoberta por Schelling da primazia da existência sobre a organização política e a ênfase de Pascal na finitude do homem em vez de em seu progresso são alguns dos temas deste livro.
A crítica que Nietzsche faz ao idealismo metafísico focaliza as categorias do idealismo e os valores morais que o condicionam, propondo uma nova abordagem: a genealogia dos valores. O filósofo questiona em sua obra os valores morais, que, para ele, originam-se da reação dos fracos, que colocam o bem como negação das ações dos poderosos. Friedrich Nietzsche considerava Além do Bem e do Mal a sua obra mais importante.