Uma das principais escritoras francesas da atualidade, Annie
Ernaux empreende neste livro a ambiciosa e bem-sucedida tarefa de escrever uma autobiografia impessoal. Com
ousadia e precisão estilística, ela lança mão de um sujeito
coletivo e indeterminado, que ocupa o lugar do eu para dar
luz a um novo gênero literário, no qual o registro pessoal se
mescla à grande História, numa singular evocação do tempo.
Consciente do caráter fugidio e maleável da memória, Ernaux
abraça a incerteza e faz dela um trunfo: ?Assim como o desejo sexual, a memória nunca se interrompe. Ela equipara mortos e vivos, pessoas reais e imaginárias, sonho e história?.
Dotada de uma profunda sensibilidade social, Ernaux,
cuja obra é permeada pela temática de sua origem humilde,
revoluciona o conceito de autobiografia ao situá-lo dentro
do campo da sociologia, transitando entre a subjetividade e
o coletivo, entre a experiência íntima e o peso das grandes
narrativas sobre os indivíduos. Para isso, a autora se debruça sobre fotos de família, entradas de diário, notícias de
jornal e recordações variadas de um tempo cujas transformações ela própria vivenciou.
Por ter nascido em 1940, em uma pequena cidade no
interior da França, Annie Ernaux pertence a uma geração
que veio ao mundo tarde demais para se lembrar da guerra,
mas que foi portadora das recordações e mitologias familiares daquele tempo. Uma geração que nasceu cedo demais
para estar à frente de Maio de 68, mas que ainda assim viu
nas manifestações a possibilidade para os mais jovens de
uma liberdade que por pouco não pôde gozar.
Finalista do International Booker Prize e vencedor dos
prêmios Renaudot na França e Strega na Itália, Os anos é
uma meditação filosófica poderosa e uma saborosa crônica
de seu tempo. Pela prosa original de Ernaux, vemos passar
seis décadas de acontecimentos, entre eles a Guerra da Argélia, a revolução dos costumes, o nascimento da sociedade
de consumo, a virada do milênio, o 11 de Setembro e as
inovações tecnológicas, signo sob o qual vivemos até hoje.
"A antilhana Françoise Ega trabalhava em casas de família em Marselha, na França. Um de seus pequenos prazeres era ler a revista Paris Match, na qual deparou com um texto sobre Carolina Maria de Jesus e seu Quarto de despejo. Identificou-se prontamente. E passou a escrever ""cartas"" ? jamais entregues ? à autora brasileira. Nelas, relatava seu cotidiano de trabalho e exploração na França, as dificuldades, a injustiça nas relações sociais, a posição subalterna (e muitas vezes humilhante) a que eram relegadas tantas mulheres como ela, de pele negra e originárias de uma colônia francesa no Caribe. Aos poucos, foi se conscientizando e passou a lutar por seus direitos. Quando morreu, em 1976, era um nome importante na sociedade civil francesa. Cartas a uma negra, publicado postumamente, é um dos documentos literários mais significativos e tocantes sobre a exploração feminina e o racismo no século XX. Concebido como um conjunto de cartas, datadas entre 1962 e 1964, o texto vai ganhando profundidade e variedade estilística à medida que a autora mergulha no processo de escrita ? a ponto de o livro poder ser lido como um romance. Entre seus personagens, além das babás, empregadas domésticas e faxineiras, estão também as autoritárias (e tacanhas) patroas e seus filhos mimados. A tensão principal se dá na relação entre patroas e empregadas: a atitude imperial de umas e a completa falta de direitos das outras. São histórias por vezes chocantes de trabalhadoras sem acesso a saúde, férias ou mesmo a uma moradia minimamente confortável. Tudo isso é relatado de forma pungente e expressiva, tendo como ""leitora ideal"" a escritora brasileira, que, ao longo de sua trajetória, teve experiências semelhantes. Pois ambas, Ega e Carolina, lutaram pelo mais básico: a dignidade na vida e na literatura."
A biografia definitiva do homem que revolucionou o jornalismo brasileiro e testemunhou eventos decisivos do Brasil no século XX. Samuel Wainer (1912-1980) foi dos maiores nomes da imprensa brasileira de todos os tempos. Fundador da cadeia de jornais Última Hora, transformou a indústria da notícia no país, em especial por meio da valorização profissional dos jornalistas, do design arrojado de suas publicações e de extrema sensibilidade às questões de um público antes não contemplado pelos noticiosos. Testemunha ativa de acontecimentos que moldaram o Brasil contemporâneo, Wainer despertava paixões e ódios na mesma medida. Professando a crença de que a imprensa deveria ter lado ? no seu caso, o do trabalhismo ?, enfrentou inimigos poderosos num contexto de extrema polarização ideológica, mas também foi amigo íntimo de presidentes, generais, ministros e empresários, relações das quais sempre soube tirar proveito. Com amparo em fontes diversas ? muitas inéditas ? e dezenas de entrevistas, Karla Monteiro procura equilibrar as ambivalências desse formidável personagem, e entrelaça a aventurosa e mundana biografia de Wainer às tramas secretas do poder entre a ditadura do Estado Novo e a alvorada da Nova República.
Ao contar a história do Jornal da Tarde, neste livro vencedor do Prêmio Amazon de Livro-Reportagem, Ferdinando Casagrande traz exemplos de como a profissão de jornalista entusiasma, empolga, encanta. Ninguém sentia os sacrifícios exigidos na busca da informação e no esmero ao apresentá-la com brilho e clareza, de maneira que o leitor se sentisse atraído e, de imediato, entendesse o que lhe era oferecido para ler. A equipe inteira se empenhava nisso, todos vibravam a cada edição. Todos tinham consciência de que estavam produzindo o jornal mais criativo do Brasil. Estudiosos do jornalismo com certeza perceberão que o JT de 1968 introduziu um jeito novo, diferente, de iniciar o texto jornalístico, até então dominado pela fórmula consolidada uma década antes pelo Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro.
O autor mergulha nas mais de quatro décadas e meia de glória e derrocada do notável jornal da família Mesquita. É trabalho de fôlego, como o leitor verá. Tomou a decisão de escrevê-lo quando deixou o jornal, poucos anos antes do fim. E acabou nos legando, com sucesso, não o obituário, mas a história completa, de excelente leitura.
Esta é a história de coragem e determinação da jovem sueca Greta Thunberg, que, inconformada com a indiferença da ?gente grande? ao problema do aquecimento global, resolveu fazer uma greve escolar para salvar o planeta.
Com apenas 15 anos, ela iniciou um movimento mundial que já levou milhares de pessoas às ruas, provando que ninguém é pequeno demais para fazer a diferença.
Hoje, Greta é a maior voz na luta para conscientizar os líderes mundiais de que o tempo da esperança acabou e que, se não entrarmos em ação, logo será tarde demais.
A obra traz fatos marcantes da carreira do autor, curiosidades sobre os diversos times de futebol que acompanhou em mais de 50 anos de profissão, bastidores do jornalismo e muito mais.
Carneiro Neto é jornalista e comentarista da Rádio CBN, atuou em diversos jornais, emissoras de rádio e TV. É colunista esportivo do jornal Gazeta do Povo desde 1984 e foi eleito para a cadeira número 40 da Academia Paranaense de Letras, em julho de 2016.
"O mais conhecido e comentado romance da história da filosofia trazido ao público em todos os seus detalhes, iluminando a trajetória de dois dos mais influentes pensadores da atualidade.
A autora consegue a proeza de contextualizar filosofia, política, limites éticos e, naturalmente, o amor com rigor e imparcialidade. Traz a atmosfera de grande ebulição criativa e de extrema polarização política de um dos séculos, o século XX, de maior desenvolvimento e cooperação na cultura e na ciência e de maior letalidade em conflitos armados."
"Escrito pelo autor laico brasileiro que mais vende livros de temática religiosa no Brasil, Jesus ? O homem mais amado da História: a biografia daquele que ensinou a humanidade a amar e dividiu a História em antes e depois é o livro mais atual sobre a vida do homem cuja história mantém seu vigor e interesse há mais de dois mil anos. O escritor e jornalista Rodrigo Alvarez tomou como base as fontes arqueológicas e bibliográficas mais recentes, além das mais antigas (entre eles diversos manuscritos originais), e viajou pelos mesmos lugares percorridos por Jesus em seu tempo para reconstituir os passos do pregador que, ao mesmo tempo Deus e homem, ensinou a amar, mudou o curso da humanidade e dividiu a História em antes e depois. Com uma narrativa elegante, acessível e guiada pelos fatos, além de ricamente ilustrado, Jesus ? O homem mais amado da História é um livro sobre um Jesus de antes do cristianismo e de todas as suas divisões futuras ? e que mostra a todos os leitores, cristãos ou não, a relevância e a permanência de sua trajetória e de seus ensinamentos.Sobre o autor: Rodrigo Nascimento Alvarez, nascido no Rio de Janeiro, em 8 de junho de 1974, é jornalista e escritor. Correspondente internacional da TV Globo, já esteve baseado em Nova York e Jerusalém, e realizou grandes coberturas em países como África do Sul, Venezuela e Haiti. Atualmente baseado em Berlim, dedica-se à pesquisa e à produção de livros sobre os mais importantes símbolos religiosos. É autor de Maria, Milagres, Humano demais e Aparecida ? que ganhou uma edição especial, expandida e como novo projeto gráfico, pela LeYa em 2017."
Sobre o pano de fundo da Europa e da Rússia nos séculos XVII e XVIII, desenrola-se a magnífica história de Pedro, o Grande. Coroado aos dez anos de idade, ele foi um czar bárbaro, volátil e feudal, com um pendor para a tortura; um reformador progressista e iluminista do governo e da ciência; e um estadista de visão e relevância colossais. Pedro, o Grande, encarnava as maiores forças e fraquezas da Rússia, enquanto ao mesmo tempo foi figura de proa do desenvolvimento de seu país.
Minhas queridas tem uma importância singular para entender a trajetória literária de Clarice Lispector e, mesmo, apontar novas leituras sobre a sua biografia. Organizado pela professora Teresa Montero, autora da biografia Eu sou uma pergunta (Rocco, 1998)
Em 2003, Tom Fletcher, Danny Jones, Harry Judd e Dougie Poynter se uniram para formar uma das mais populares e bem sucedidas bandas do Reino Unido. Ainda adolescentes, os integrantes do McFly foram parar direto sob os holofotes e tiveram que se adaptar depressa à fama recém-adquirida e a tudo que a acompanhava. Agora, finalmente, eles contam sua história, com riqueza de detalhes. Com a sinceridade e o humor que são suas marcas registradas, Tom, Danny, Harry e Dougie compartilham histórias de sua vida e da trajetória do McFly. Eles relatam detalhes de suas infâncias, dos caminhos pessoais que levaram cada um à banda, das dificuldades que precisaram superar, de suas vidas amorosas e, é claro, de sua música.