nullOs índios foram os primeiros habitantes do Brasil. Com a chegada dos portugueses e espanhóis na América, entretanto, os índios foram massacrados, escravizados e explorados, perdendo paulatinamente a sua identidade cultural e seu habitat natural, tendo que se refugiar em áreas ainda não exploradas pelo homem branco. No século XIX, emerge pela primeira vez a preocupação em tratar o índio com humanidade e, a passos lentos, aparecem as primeiras preocupações com a necessidade de uma política indigenista. A sobrevivência das pluralidades étnicas no mundo atual está seriamente ameaçada pelo fenômeno da globalização. Em um mundo predominantemente padronizado e homogeneizado, as diferenças tendem a desaparecer. Aqueles que ainda não se inseriram nesse processo de uniformização da sociedade planetária estão tecnicamente fadados à extinção. É nesse contexto de perda das raízes socioculturais e das próprias condições econômicas de sobrevivência em termos de direitos de cidadania que se situam os povos indígenas, retratados nesse livro.
Uma escola pública do interior de Pernambuco, estudantes que não gostavam de sua aparência, pais que não particip vam da vida escolar dos filhos... uma combinação perfeita para o fracasso escolar, certo? NÃO! Descubra como um professor de Artes reverteu essa realidade através de um projeto simples, com pouquíssimos recursos, mas com práticas inspiradoras, que transformaram a vida não só de seus alunos, mas de uma cidade inteira!
O que significam a negritude e a identidade para as bases populares negras e para a militância do movimento negro? Por onde deve passar o discurso sobre essa identidade contrastiva do negro, cuja base seria a negritude? Passaria pela cor da pele e pelo corpo unicamente ou pela cultura e pela consciência do oprimido? A partir de questionamentos como esses, Kabengele Munanga debruça-se sobre a construção identitária do Brasil ao longo dos tempos, partindo do princípio de que o conceito de identidade recobre uma realidade muito mais complexa do que se pensa, englobando fatores históricos, psicológicos, linguísticos, culturais, político-ideológicos e raciais. Ao tratar da negritude e da identidade negra na contemporaneidade, o autor discorre ainda sobre o conceito na diáspora, contemplando o que se pode chamar de tentativa de assimilação dos valores culturais do branco, abordando discursos pseudojustificativos e diferentes acepções e rumos da negritude. Escrito por um dos maiores estudiosos da cultura negra no Brasil e no mundo, este livro, integrante da coleção Cultura Negra e Identidades, figura como obra relevante e inquietante sobre a temática e, principalmente, acerca da construção identitária da nação e da configuração social, cultural, política e econômica no Brasil.
O nome de Mário de Andrade é uma referência perene quando se trata da cultura e da literatura brasileiras. Seus romances, contos e crônicas tingiram boa parte do imaginário existente acerca das identidades que formam nossa cultura. Mário conhecia o Brasil como poucos, graças às leituras e viagens que realizou ao longo de sua vida por vários cantos do país. A obra Aspectos do folclore brasileiro (Global Editora, 240 páginas, R$ 49,90) simboliza parte do fundamental conhecimento que ele acumulou acerca do conjunto de tradições e costumes que integraram a formação do povo brasileiro. No estudo ?O folclore no Brasil?, Mário empreende um amplo e profundo balanço acerca dos estudos existentes sobre o folclore no país, apontando para a necessidade de os pesquisadores posicionarem seus objetos não como algo pitoresco, mas sim cientes de estarem diante da importante missão de lidar com conhecimento de grande utilidade para a humanidade. Além disso, expõe com minúcia e clareza todo um plano de estudos e ações que deveria ser conduzido para que os trabalhos acerca do folclore no país se estruturassem de forma promissora. A seção intitulada ?Estudos sobre o negro? congrega anotações de Mário ? até então inéditas em livro ? sobre a presença da cultura africana na vida social brasileira. Nela, destaca-se o texto ?Cinquentenário da Abolição?, escrito por ocasião das comemorações na capital paulista dos 50 anos da abolição da escravatura, em 1938.
É à luz do discurso pluralista emergente (multiculturalismo, pluriculturalismo) que a presente obra recoloca em discussão os verdadeiros fundamentos da identidade nacional brasileira, convidando pesquisadores da questão para rediscuti-la e melhor entender por que as chamadas minorias, que na realidade constituem maiorias silenciadas, não são capazes de construir identidades políticas verdadeiramente mobilizadoras. E essa discussão não pode ser sustentada sem que se coloque no bojo da questão o ideal do branqueamento, materializado pela mestiçagem e seus fantasmas. _______________________ Esta quinta edição do livro Rediscutindo a mestiçagem no Brasil apresenta um novo capítulo e novas considerações nas conclusões. O professor Kabengele Munanga relê seu livro e neste insere novas análises, considerando o período de vinte anos que separa esta publicação da sua primeira edição, em 1999. Esta atualização é realizada em um momento de mudanças expressivas na sociedade brasileira e no contexto das relações étnico-raciais, das políticas de ações afirmativas e da implementação das cotas, e traz as considerações do autor sobre as fraudes e as discussões sobre o colorismo. O autor interpreta essas mudanças à luz da questão da mestiçagem, considerando as suas representações e os usos político-ideológicos no Brasil do século XXI, e se posiciona de maneira pessoal, firme e contundente, como é marca da sua personalidade, do seu fazer político e do seu modo de produzir conhecimento. Nilma Lino Gomes
Como viver melhor Já ouviu falar da curva da felicidade? Pesquisas realizadas por economistas em oitenta países, com mais de 2 milhões de pessoas, encontraram um padrão constante. As pessoas mais felizes são as mais jovens e as mais velhas, e as menos felizes são as que estão entre quarenta e cinquenta anos. A partir daí, a antropóloga Mirian Goldenberg saiu a campo e comprovou que o mesmo acontece no Brasil. O resultado de sua análise rendeu uma palestra no TEDxSão Paulo que viralizou no YouTube com mais de 1 milhão de visualizações. Liberdade, felicidade e foda-se nasceu desta palestra. É um alerta e, ao mesmo tempo, um convite para que todos aceitem o desafio e tenham a coragem de inventar uma vida mais livre e mais feliz. Cada um dos 17 capítulos do livro começa com uma pergunta, apresenta uma discussão e termina com um espaço para o leitor anotar suas ideias e reflexões. Você já fez uma faxina na sua vida? Gostaria de ser mais leve? Sabe rimar liberdade com felicidade? Tem medo de envelhecer? Sabe o que vai fazer e ser quando envelhecer? Em que ponto está na curva da felicidade? A partir de depoimentos de homens e mulheres, Mirian oferece as respostas para essas e outras tantas perguntas. Um livro imperdível para quem está procurando ser feliz ainda nesta vida.
O livro de Karina Limonta Vieira trata de forma original um tema relevante, atual e ainda pouco explorado no campo da Educação, qual seja, a construção do conhecimento em Antropologia da Educação no Brasil. Valendo-se da Análise de Conteúdo Hermenêutica e da Antropologia Educacional Histórico-Cultural Alemã, a autora consegue iluminar a ?sombra? que paira sobre a constituição da Antropologia da Educação no Brasil. A partir de uma análise exaustiva e cuidadosa do conteúdo e do sentido dos discursos de antropólogos e educadores, a autora expõe as tensões desse campo do conhecimento, mostrando que não há clareza a respeito do que seja Antropologia da Educação, a qual, à despeito do nome, é uma Antropologia Escolar. Diante dos impasses dessa área, a autora nos brinda com uma excelente reflexão e instigantes e desafiadoras questões dentre as quais gostaria de destacar duas: Seria possível uma Antropologia da Educação feita por Educadores? Ou a Antropologia da Educação poderia se constituir como um campo interdisciplinar, no qual pesquisariam juntos antropólogos e educadores, superando os determinismos teóricos, metodológicos e de formação? No meu entender, o grande mérito deste livro é lançar um outro olhar não só sobre este importante campo de conhecimento, como mostrar o valor heurístico da Análise de Conteúdo Hermenêutica para a reflexão sobre a Educação.
Este livro apresenta estudos de etnografia urbana sobre práticas artísticas, realizados por professores e pesquisadores das Ciências Sociais que atuam no Brasil, em Portugal e em Cabo Verde. O ineditismo e originalidade do fio condutor desta coletânea é dialogar sobre expressões artísticas tais como dança (funk, hip hop, samba), manifestações festivas, música, fotografia, enfocando especificamente a perspectiva etnográfica no estudo antropológico dessas expressões em contextos urbanos.
Na virada do século, percebemo-nos "cidadãos do mundo" - não no antigo sentido, de pessoas viajadas, mas sim das que compartilham um mesmo cotidiano. Marlboro, Disney, fast-food, lojas, chocolates, computadores invadem nossas vidas, nos constrangem ou nos libertam, fazem parte da mobília do dia-a-dia. Esta é uma reflexão sobre a mundialização da cultura e a inevitável reorientação das sociedades atuais.