nullA comunicação massmediática, cuja influência alastra-se inclusive sobre a cultura, a política e a arte, parece a varinha mágica que transforma a inconcludência, a retração e a confusão de fatores de fraqueza em provas de força. Ao dirigir-se diretamente ao público, saltando toas as mediações, esta assume uma aparência democrática, mas na realidade é uma coação que homologa toda diferença. Valendo-se das contribuições de semióticos, filósofos e psicanalistas, como Eco, Derrida e Lacan, entre outros, o autor apresenta as origens da comunicação, os seus dispositivos, as suas dinâmicas e as suas deformações. Segundo Perniola, frente aos efeitos da comunicação a alternativa pode estar num sentimento estético das coisas que não se distancia em demasia das necessidades e das expectativas reais dos indivíduos, mas também que não caia vítima da idolatria do lucro imediato e do sucesso a qualquer custo. Noções como desinteresse, discrição e moderação assumem novas roupagens que lhes conferem uma inesperada eficácia sobre a realidade, junto ao comportamentos pungentes e provocativos como o desafio, a argúcia e a sedução. E é também com bases nesses elementos que somos levados a crer que seja possível uma outra globalização, fundamentada numa relação de recíproca compreensão e convergência entre o Ocidente e as culturas extra-européias.
Como um assumido liberal, Max Paskin Neto brada aos quatro ventos que numa sociedade que se diz democrática é preciso dar espaço aos diferentes discursos, inclusive o odioso (hate speech). Garantir aos cidadãos o direito de ser rude é assegurar o pleno exercício da liberdade de expressão e de imprensa, pois qualquer investida contra uma ou outra representa um retrocesso incompatível com o desenvolvimento econômico e social que se deseja ao Brasil.
Em trabalho de pesquisa minuciosa, o autor expõe conceitos fundamentais para quem quer compreender o setor das comunicações no Brasil e o seu papel na consolidação de uma democracia plural, principalmente no embate entre censura e liberdade.
Nem mesmo decisões do Supremo Tribunal Federal fogem ao debate, já que alguns dos precedentes paradigmáticos sobre o tema nos últimos tempos são analisados em detalhe, com críticas ácidas.
O dinamismo da obra reflete a natureza inquieta de um pensador audaz. Na sua atuação como juiz e professor ele lida com ideias em confronto, de onde nasce sua força como escritor que promove a pluralidade de pensamentos, questiona as estruturas que engessam o país e não teme reações contrárias: precisamos abrir um espaço permissivo para opinar, informar, formar e até mesmo ser rude.
Pode-se afirmar que os trabalhos aqui enfeixados tentam situar-se no campo das ciências da comunicação e tentam situar diferentes formas de comunicação, por intermédio de seus meios mais agressivos , referentes a espaços em que atuam e de que, dialeticamente, sofrem ações de mudança. Em certo sentido, os trabalhos procuram esclarecer de que modo o regional, o local e a comunidade refletem, em sua evolução, a presença ativa da mídia e, inversamente, de que modo a mídia reflete, em suas mudanças e evolução, a presença viva das regiões, dos locais e das comunidades. O livro mostra, portanto, três eixos interligados sobre os quais se movimentam os temas e os problemas que são objeto de investigação: o eixo dos conceitos, o eixo dos espaços e o eixo do tempo. O solo especulativo desse movimento complexo, ou seja, sua matéria comum, não poderia ser outro senão o dos meios de comunicação, conforme se resume no substantivo determinante do título: mídia .
"Diário dos Campos: memórias de um jornal centenário" reúne cerca de 80 crônicas que recuperam elementos do cotidiano do jornalismo em Ponta Grossa nos últimos cem anos.
A obra não se preocupa em seguir uma linha cronológica rigidamente definida ou em mapear reportagens que marcaram épocas. Ela simplesmente passeia pelos cem anos do Diários dos Campos, trazendo de forma acessível e agradável as articulações, os princípios e as representações que marcaram épocas.
Escrever é um trabalho árduo. Reler com olhos críticos e reescrever não é menos difícil. Definitivamente, escrever não é tarefa para acomodados ou preguiçosos. A arte da escrita pode ser aprendida; a habilidade técnica, plenamente aperfeiçoada. Mas, para quem se inicia nessa aventura de traduzir ideias em palavras, a primeira pergunta inevitável é - por onde começar? São muitos os caminhos e este livro pode ser um deles. 'Em Busca da Prosa Perdida' apresenta os fundamentos teóricos da arte da composição - dimensões da linguagem (sintaxe, semântica, harmonia), processos de composição (narração, dissertação, descrição, diálogo), estrutura, estilo, etc. - combinados com uma série de exercícios para orientar sua prática em diversos gêneros e formatos. Com ele, você vai desenvolver seu potencial criativo e aprender a elaborar textos com exatidão, clareza e elegância.
Este livro faz parte de uma virada no modo de entender o jornalismo. Até recentemente, ele era pensado por meio de categorias do século passado, de teorias da informação que utilizavam um modelo de fluxo linear. Este livro subverte o modelo e propõe que pensemos o jornalismo a partir do conceito de experiência, que ocorre em uma teia de relações que se tecem e entretecem continuamente, criando e recriando mantos de significados que nos recobrem. Questiona quem produz e quem consome a notícia no mundo de hoje, indaga até que ponto o jornalismo é uma janela para o mundo. Atravessa a janela e observa o jornalismo pelo seu avesso. Revê conceitos consagrados, tais como fontes, canais, veículos, agenda, informação, atualidade, temporalidade, o fático e o fictício. Os autores não se prendem a rótulos acadêmicos e a velhas teorias. Relatam experiências pessoais, em linguagem descontraída e bem-humorada. Ilustram suas reflexões com casos vividos, histórias do cotidiano e episódios do jornalismo diário, que tornam a leitura agradável. Suscitam mais perguntas que respostas e repõem o jornalismo na complexidade que lhe é inerente. Leitura imperdível.