O regime nazista massacrou milhões na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, classificando as pessoas de acordo com raça, religião, comportamento e condição física para tratamento ou eliminação. Os psiquiatras nazistas tinham como alvo crianças com diferentes tipos de deficiência ? especialmente aquelas que demonstravam déficit de habilidades sociais ?, alegando que o Reich não tinha lugar para elas.
Hans Asperger e seu colega austríaco Leo Kanner foram os primeiros médicos a introduzir o termo ?autismo? como diagnóstico independente para descrever certas características do distanciamento social. Asperger e seus colegas de fato se esforçaram em proporcionar cuidado individualizado para estimular o crescimento cognitivo e emocional de crianças que estariam na ponta ?favorável? do espectro autista; no entanto, transferiram outras que consideraram intratáveis para o Spiegelgrund, um dos mais letais centros de extermínio de crianças do Reich.
Crianças de Asperger nos leva a repensar como as sociedades avaliam, rotulam e tratam os indivíduos diagnosticados com algum tipo de deficiência.
Este livro, atual e necessário, é fruto de uma crescente inquietação que seus organizadores, Jaime Pinsky e Carla Bassanezi Pinsky, vinham sentindo nos últimos anos, tanto por conta dos fenômenos que estão alterando a forma de se pesquisar, estudar, e se relacionar com a História, quanto pelos novos usos abusivos da História. Perpetrados por governos, grupos políticos, econômicos e religiosos, os atentados contra a História têm se multiplicado com a velocidade dos avanços tecnológicos. Era preciso de um lado, compreender o que está acontecendo e quais as implicações de tudo isso no trabalho dos professores. De outro, era fundamental entender um pouco como podemos colocar a tecnologia do lado da História. Além disso, era importante registrar a transformação de atores considerados secundários em protagonistas, sejam eles negros e mulheres, ou até um continente inteiro, a Ásia. Para enfrentar esses desafios, foram convocados, nesta obra, historiadores experientes e jovens talentosos que estão utilizando as novas tecnologias a serviço da divulgação histórica.
Em Levante-se e mate primeiro, Ronen Bergman traça os arrebatadores eventos e as espinhosas questões éticas subjacentes à campanha de assassinatos seletivos de Israel, que modelou a nação israelense, o Oriente Médio e boa parte do mundo. O Talmude diz: ?Se alguém vier matá-lo, levante-se e mate-o primeiro.? Esse instinto de tomar decisões, mesmo as mais agressivas, para defender o povo judeu está contido no DNA de Israel. Desde a fundação do Estado, em 1948, proteger a nação tem sido responsabilidade de sua comunidade de inteligência e de suas Forças Armadas. Em seu vasto arsenal, há uma arma na qual se apoiaram para evitar as ameaças mais sérias: assassinatos seletivos foram usados incontáveis vezes, contra inimigos grandes e pequenos, às vezes em resposta a ataques contra o povo israelense e às vezes preventivamente. Em Levante-se e mate primeiro, o jornalista e analista militar Ronen Bergman oferece um instigante relato sobre os programas de assassinato seletivo ? seus sucessos, suas falhas e o preço moral e político cobrado dos homens e mulheres que aprovaram e cumpriram as missões. Bergman obteve a excepcionalmente rara cooperação de muitos membros antigos e atuais do governo israelense, incluindo os primeiros-ministros Shimon Peres, Ehud Barak, Ariel Sharon e Benjamin Netanyahu. Também colaboraram figuras de alto nível dos serviços militar e de inteligência do país: as FDI (Forças de Defesa de Israel), o Mossad (a agência de inteligência mais temida do mundo), a Cesareia (um ?Mossad dentro do Mossad? que realiza ataques contra os alvos mais valiosos) e o Shin Bet (um serviço de segurança interna que implementou a maior campanha de assassinatos seletivos da história, a fim de combater o que já pareceu incontrolável: o terrorismo suicida). Em Levante-se e mate primeiro, um livro empolgante e revelador, o autor traça, do início do Estado até o presente, os arrebatadores eventos e as questões éticas subjacentes à campanha de assassinatos seletivos, que modelou a nação israelense, o Oriente Médio e boa parte do mundo. Incluindo relatos inéditos dos bastidores de operações-chave e baseado em centenas de entrevistas e milhares de arquivos aos quais Bergman obteve acesso exclusivo durante suas décadas de jornalismo, Levante-se e mate primeiro nos leva ao centro das mais secretas atividades israelenses.
Dietrich von Hildebrand não publicou suas memórias, nem mesmo buscou republicar quaisquer de seus ensaios contra o nazismo. Tampouco desejou, mais tarde, pôr em relevo o seu testemunho em Viena: ele nunca se viu como um herói ou como alguém que merecesse especial louvor. Ter deixado a publicação da sua história à posteridade é prova de um espírito generoso. No entanto, este livro é realmente seu. É um trabalho autobiográfico, uma auto-revelação. Na preparação deste volume, buscamos não alterar o eu quadro: o nosso objetivo foi criar uma moldura bem talhada ? sobretudo através de notas históricas ? que permita ao leitor reviver a história de Hildebrand com todas as informações elevantes à disposição. ? John Henry Crosby, na apresentação. Ideologias extremistas estão brotando novamente à nossa volta e hesitamos em descrevê-las em sua própria linguagem por medo de provocar a sua realização de fato. A leitura de Hildebrand nos recorda que há um único remédio contra uma ideologia de ódio: expô-la à crítica pública e afirmar categoricamente o que ela nega. A fé ardente, que inspirou Hildebrand, não é fácil de recuperar em um tempo cético como o nosso. Porém, ele, através do seu amor à verdade e da sua corajosa oposição a uma cultura pública da fraude, deu testemunho de valores dos quais ainda comungamos. ? Sir Roger Scruton, no prefácio.
?A Alemanha perdeu a guerra por causa de Hitler. O Japão se rendeu por conta das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki. Churchill era apoiado por todos os britânicos. Rommel foi um grande comandante. A França contribuiu para a vitória dos Aliados. O exército italiano era ruim. Se as armas milagrosas alemãs tivessem ficado prontas, os nazistas teriam vencido a guerra?.
Estes e outros mitos, repetidos como se fossem verdades, são contestados neste livro brilhante, fruto de pesquisas e depoimentos de personagens centrais da Segunda Guerra Mundial. Leitura agradável, surpreendente, reveladora. Obra essencial.
O livro definitivo sobre a história da Amazônia do período pré-colombiano aos dias atuais, por um dos autores que melhor interpretou a região. A Amazônia, que desde sempre atraiu viajantes e exploradores como um local desconhecido e misterioso, ocupa um lugar privilegiado na obra de Márcio Souza. Unindo suas perspectivas de sociólogo, historiador e crítico literário, ele se dedicou à tarefa de registrar esta História da Amazônia, abrangendo a totalidade de um território geográfico e histórico que se revela coerente em sua diversidade. Cobrindo desde o período pré-colombiano até os dias atuais, Márcio Souza trata de aspectos geográficos e antropológicos, valoriza a pluralidade étnica e vai além de favorecer a compreensão de um povo em sua dimensão geopolítica e cultural. Com esta obra, o autor não apenas preenche uma lacuna bibliográfica, mas reafirma a importância do resgate da memória da Amazônia, buscando aguçar o pensamento crítico dos leitores.
"Com a Europa ocupada pelos nazistas, a América tornou-se pátria adotiva de inúmeros garotos judeus fugindo da Segunda Guerra. Forçados a abandonar a família, a terra natal e a própria história, o novo continente era a esperança que lhes restava na luta pela sobrevivência.
Mas nem as separações, angústias e incertezas impediram que muitos desses jovens tivessem coragem de retornar à Europa que os expulsou e, heroicamente, ir de encontro a Hitler e o nazismo para lutar novamente ? pela pátria que os acolheu e pela que foram obrigados a deixar para trás.
Em Filhos e soldados, o jornalista e autor best-seller Bruce Henderson conta a história inédita de seis garotos que fugiram do Holocausto e, unidos ao Exército americano, retornaram à Segunda Guerra determinados a combater o nazismo.
O livro baseia-se em entrevistas originais, rico acervo de fotos e uma extensa pesquisa que recriam vividamente a história desses garotos desde a infância na Europa, a fuga para a América, até se tornarem uma das maiores armas secretas do Exército estadunidense. Um relato épico de valentia e patriotismo que vai além dos feitos e sacrifícios da guerra mais sangrenta que o mundo já viu e revela, de maneira emocionante, a tentativa desesperada desses jovens de reencontrar seus entes queridos."
Aqui estamos novamente frente a estudos diversos que analisam movimentos transformadores em países latino-americanos na segunda metade do século XX, em particular na Argentina, Paraguai, Bolívia, Venezuela, Colômbia e em El Salvador. Experiências de lutas sociais enfrentadas violentamente pelas classes dominantes. Os que sonharam com um avanço progressivo no continente, desencantaram-se com um século banhado pelo sangue e um final pleno do neoliberalismo.
Nesta obra pioneira e monumental, Marc Bloch - um dos mais renomados historiadores do século XX - extrapola os limites alcançados pelos estudos medievalistas e desvenda o que está além das instituições e dos poderes político, jurídico e religioso: o feudalismo como força viva; o homem, a partir de seu modo de viver e de pensar; os principais traços da civilização europeia entre a metade do século IX e o início do século XIII.
Adotando um enfoque interdisciplinar, o autor supera os limites das abordagens restritas ao estudo técnico e cumpre seu objetivo de decompor a estrutura da sociedade feudal - desde as origens e a natureza do feudo, passando pelas relações familiares e as relações de dependência, seus rituais, hábitos e costumes sociais - e desnudar o percurso que conduziu as sociedades feudais ao que viriam a se tornar os Estados-nação.
Bloch significou um verdadeiro tour de force para a escrita histórica. Nesta obra, expressa com clareza o teor de sua contribuição para a história medieval, a variedade de fontes empregada
em seus estudos e o rigor de sua análise. Modelo que permanece ainda hoje amplamente utilizado por historiadores e pesquisadores das novas gerações.
Este trabalho notável, inovador e sempre atual, que introduziu gerações de estudantes e historiadores do período feudal, é obra de referência para todo estudioso da Idade Média e constitui o ponto de partida necessário para todos os que desejam se aventurar pelo universo complexo e intrigante da feudalidade europeia e no passado e no presente da Europa Ocidental.
A comida é expressão da cultura não só quando produzida, mas também quando preparada e consumida. Segundo Montanari, as pessoas não utilizam apenas o que é oferecido pela natureza, mas criam alimentos, preparam-nos seguindo técnicas e não comem qualquer coisa, escolhendo o que lhes convém conforme critérios também culturais. Esse livro é essencial para quem busca compreender esse ser social, cuja identidade é resultado do entrecruzamento desenvolvido ao longo da história.