No quarto e último volume da série dos Diários da Presidência, Fernando Henrique Cardoso revela os bastidores do final de seu segundo mandato. O cotidiano da política nacional e as reflexões sobre o exercício do poder compõem o pano de fundo da narrativa minuciosa dos principais êxitos e desafios do governo. No final de 2002, depois de oito anos no Planalto, o presidente Fernando Henrique Cardoso concluía seu segundo mandato com uma lista de realizações que transformaram o Brasil, com destaque para o Plano Real. A abertura da economia, a forte evolução dos indicadores sociais e a inserção soberana do Brasil no mundo globalizado também marcaram sua presidência, além da construção de numerosas obras de infraestrutura. Por outro lado, a sequência de crises internas e externas enfrentadas desde 1995 obrigara o presidente a tomar decisões difíceis como a brusca desvalorização da moeda, em 1999, e a demissão de auxiliares próximos acusados de condutas impróprias. A derrota do tucano José Serra para o petista Luiz Inácio Lula da Silva refletiu nas urnas o desgaste da popularidade do governo, debilitada desde a crise do apagão, iniciada em 2001. No quarto volume da série monumental dos Diários da Presidência, que abarca o período 2001-2002, FHC expõe sua visão definitiva sobre o exercício do poder e os destinos do Brasil. Nas entrelinhas dos registros e reflexões, as emoções do calor da hora temperam a frieza analítica de sociólogo e a argúcia de estadista calejado pelas intempéries de Brasília.
A história inspiradora de um homem que foi condenado à morte e, mesmo preso há mais de 30 anos, se tornou um mestre budista Existem muitas formas de liberdade. Algumas ficam à mercê das nossas circunstâncias pessoais, enquanto outras não podem jamais ser tiradas de nós. Jarvis Jay Masters é um homem negro que nasceu numa família pobre e teve uma infância cercada de negligência e violência. Foi recolhido a uma instituição para menores infratores aos 12 anos, preso numa penitenciária aos 19 e condenado à morte aos 23. Hoje aos 58, está há mais tempo confinado a uma cela do que caminhando livremente pelas ruas. Mas, em determinado momento, partiu em busca da liberdade: após começar a se corresponder com o mestre budista Chagdud Tulku Rinpoche, assumiu um compromisso permanente com a não violência e com a paz. No livro Encontrando a liberdade, Jarvis conta a sua trajetória ? uma história permeada por uma visão de esperança e uma possibilidade de liberdade mesmo nos tempos mais sombrios. Mas que liberdade é essa que Jarvis encontrou e que o inspirou a escrever sua história? Certamente ela não tem a ver com decidir o que fazer que o que não fazer ? afinal, preso numa instituição de segurança máxima, ele não pode nem ao menos escolher coisas muito simples como, por exemplo, o que e quando comer ou quando acender ou apagar as luzes de sua cela. Também não tem qualquer relação com fuga. Na verdade, é justamente o contrário: uma capacidade imensa de confrontar a si mesmo, todos os dias, e de saber que, por mais difícil, quase impossível que possa parecer, há sempre escolhas a serem feitas. E a principal delas é cultivar a paz interior não importa onde você esteja, não importa o que aconteça. É reconhecer que todos nós, independentemente de idade, cor, raça, gênero e posição social, nunca temos certeza de que ainda haverá um amanhã para vivermos e que cada pessoa é, sim, capaz de compreender o que o outro sente ? basta que pratiquemos. As palavras do mestre de Jarvis continuam ecoando para ele e, após a leitura do livro, para todos nós: ?A liberdade está onde você está?. Não importa se atrás das grades, ou sem sair de casa há vários meses, confrontados, entre quatro paredes, com nossos maiores medos, obrigados a usar máscaras e a adotar procedimentos de segurança que tolhem nossos gestos e impulsos. Em Encontrando a liberdade, Jarvis Jay Masters deixa claro que a prática espiritual nada mais é do que nos mantermos despertos e próximos da verdadeira natureza de nossos corações e mentes, aquela que escolhe a liberdade da compaixão, do amor e da felicidade em vez do sofrimento.
Eddy de Wind chega a Auschwitz em 1943 com sua esposa, Friedel. Ele é médico e ela é enfermeira. Lá, eles são separados. Friedel vai para o Bloco 10, onde ficam os prisioneiros destinados aos cruéis experimentos médicos do Dr. Mengele. Eddy vai para o Bloco 9, onde trabalha ajudando a cuidar de prisioneiros políticos. Quando a Alemanha está prestes a perder a guerra e os russos se aproximam de Auschwitz, os nazistas fogem do campo. Em uma tentativa de cobrir seus rastros, mandam os prisioneiros sobreviventes, entre eles Friedel, a caminhar em direção à Alemanha. Mais tarde, essas caminhadas foram chamadas de Marchas da Morte. Eddy conseguiu se esconder e ficou no campo, a espera dos russos. Lá, com a memória fresca, começou a escrever sua rotina diária. Descreveu em detalhes as atrocidades que presenciou e o que ouviu de outros prisioneiros, inclusive da mulher. Até hoje, este é o único livro inteiramente escrito dentro do campo de concentração.
A mulher negra é a síntese de duas opressões, de duas contradições essenciais a opressão de gênero e a da raça. Isso resulta no tipo mais perverso de confinamento. Se a questão da mulher avança, o racismo vem e barra as negras. Se o racismo é burlado, geralmente quem se beneficia é o homem negro. Ser mulher negra é experimentar essa condição de asfixia social.
"Vou fazer um hino! Talvez seja algo que nos aproxime e nos acorde". Após sair de casa aos 17 anos, Cyndi Lauper correu de emprego em emprego enquanto batalhava para tentar viver do que amava, a música. A garota que cresceu no Queens, em Nova York, começou a cantar em pequenos shows até ganhar um Grammy com seu álbum de estreia, She?s So Unusual, como artista revelação. Quando percebeu que a fama não era exatamente como imaginava, seguiu focada em seus ideais: fazer música de maneira honesta, batalhar pelos direitos das mulheres e da comunidade LGBT e lutar contra a Aids. Com o humor e o carisma que lhe são característicos, Cyndi conta nesta autobiografia a jornada que a levou a se tornar uma estrela internacional. ?Cyndi Lauper ? Minha história é muito mais que uma autobiografia: é uma conversa longa, barulhenta, profunda e interessante durante um café.? (Rolling Stone) ?A história de Lauper ecoa as esperanças da artista batalhadora retratada em Só garotos, de Patti Smith. Uma história comovente de um original musical americano.? (Kirkus Reviews) ?[Cyndi Lauper] sempre foi e continua sendo desbocada e [...] quando alguma autoridade balança o dedo em desaprovação, ela ainda responde com um dedo.? (The Washington Post)
No marco de seus noventa anos, as memórias de Fernanda Montenegro trazem o frescor de uma artista eternamente genial.
Em Prólogo, ato, epílogo, Fernanda Montenegro narra suas memórias numa prosa afetiva, cheia de inteligência e sensibilidade. Com sua voz inconfundível, ela coloca no papel a saga de seus antepassados lavradores portugueses, do lado paterno, e pastores sardos, do lado materno. Lidas hoje, são histórias que podem ?parecer um folhetim. Ou uma tragédia? ? gêneros que a atriz domina com maestria.
Na turma de jovens que circulavam pela rádio estava Fernando Torres, que ela reencontrou nos ensaios da peça Alegres canções na montanha, quando começaram a namorar. Fernando largou a Panair, Fernanda largou a Berlitz, e o casal se entregou de corpo e alma à arte, paixão de uma vida. Constituíram uma família e realizaram juntos um sem-número de peças, ao lado dos principais nomes do teatro brasileiro.
Em páginas de grande emoção, ela relembra os desafios de criar os filhos sobrevivendo como artistas; a busca permanente pela qualidade; a persistência combativa durante os anos de chumbo; a capacidade de constante reinvenção; o padecimento de Fernando; o inesperado sucesso internacional nos anos 1990; a crença na terra que acolheu seus antepassados imigrantes e a devoção por esse país.
Fernanda encarna o melhor do Brasil. Não surpreende que alguém que passou a vida memorizando textos tenha desenvolvido notável capacidade de rememorar com sutileza fatos ocorridos décadas atrás. A atriz que há anos encanta multidões em palcos e telas pelo mundo agora se mostra uma contadora de histórias de mão-cheia.
?Não estou romanceando. Tenho quase um século de vida, portanto posso dizer: ?Era no tempo do rei?.?
?Não se sabe o que mais admirar nela: se a excelência de atriz ou a consciência, que ela amadureceu, do papel do ator no mundo. Ela não se preocupa somente em elevar ao mais alto nível sua arte de representar, mas insiste igualmente em meditar sobre o sentido, a função, a dignidade, a expressão social da condição de ator em qualquer tempo e lugar.? ? Carlos Drummond de Andrade
Enfim, a história completa: Joaquim José da Silva Xavier, O Tiradentes, ganha sua primeira biografia moderna.
Apropriada para os mais diferentes fins desde o começo do período republicano, a figura de Tiradentes adquiriu o status de mito, mas curiosamente não havia ainda uma narrativa histórica que tivesse por centro a sua vida. Um das causas dessa ausência é sem dúvida a parca documentação disponível sobre o ?mártir da Inconfidência?.
É de grande dimensão o resultado obtido por Lucas Figueiredo: com recurso a uma pesquisa abrangente em acervos nacionais e estrangeiros, e às descobertas mais recentes da historiografia, o autor reconstitui a trajetória do alferes, desde a sua experiência familiar, os anos de juventude, quando foi mascate, o trabalho no baixo escalão dos oficiais ?, enfrentando as engrenagens da burocracia estatal ?, o ofício paralelo de tratar (e tirar) dentes, até seu envolvimento na Conjuração Mineira. Em paralelo, descortina-se um retrato vívido das Minas Gerais e do Rio de Janeiro do século XVIII: seus personagens, acontecimentos, e a circulação dos ideais revolucionários.
Deixando para trás as especulações e os relatos fabricados, e unindo verve literária e rigor histórico, este livro é um trabalho ímpar de investigação, que dá a Tiradentes a dimensão humana apagada na formação de sua história.
Jimi Hendrix, John Lennon, Frank Sinatra, Tom Jobim, Miles Davis, Aerosmith. O que esses nomes têm em comum ? além do grande talento ? é a presença de uma figura importantíssima na produção de seus discos: Roy Cicala.
Um dos mais conhecidos e renomados produtores musicais e engenheiros de som ? e amigo pessoal de John Lennon ?, Roy gravou mais de 300 discos clássicos do rock, do jazz e do pop entre os anos 1960 e 1980, quando esteve à frente do lendário estúdio Record Plant. Em 'A porta mágica', o próprio Roy, em depoimento a Claudio Tognolli, relembra os principais momentos de sua vida e carreira, compondo um retrato fiel de um dos maiores talentos do mundo da música.
Em 1474, uma mulher de 23 anos subiu ao trono de Castela, o mais poderoso reino da Espanha, naquela época dividida em cinco reinos conflitantes entre si. Diante dela, o desafio considerável de ser uma soberana jovem em um mundo predominantemente dominado pelos homens e o de reformar e unir um importante reino europeu. Desafios que ela encarou com coragem e determinação, tornando-se a pioneira do seleto clube de grandes soberanas europeias que inclui Elizabeth I da Inglaterra, Catarina, a Grande, da Rússia e a rainha Vitória da Grã-Bretanha. Nesta aclamada biografia, o jornalista e historiador inglês Giles Tremlett apresenta, com riqueza de detalhes e um estilo envolvente, a trajetória de ?Isabel, a Católica? ? alcunha que conquistou não só em função de sua fé, mas principalmente pelo vigor com que empreendeu a Reconquista cristã da Espanha do domínio muçulmano ?, que liderou exércitos, transformou uma nação convulsionada numa das maiores potências do mundo e financiou a viagem de Cristóvão Colombo à América, entre outros feitos.
A trajetória de Gabriel Medina, o primeiro campeão mundial de surfe do Brasil.
"Se fiquei surpreso ao ver Medina conquistar o título mundial aos 20 anos? Não. Pela primeira vez desde que o vi surfando com 15 anos, eu não me surpreendi. Essa vitória já era esperada. Foi resultado de muito trabalho e determinação na busca de um sonho, consequência natural de raro talento e enorme paixão." Kelly Slater
"Pai, eu quero ser campeão mundial." Tudo o que o menino de Maresias sonhara aos 11 anos, quando o surfe se tornou sua missão de vida, virou realidade com a conquista épica nos tubos de Pipeline, no Havaí, em 2014. Jesus tatuado no braço, Gabriel Medina, aos 20 anos, se transformou no primeiro campeão mundial de surfe do Brasil, um fenômeno num esporte até então dominado por americanos e australianos.
Para superar as adversidades, o caiçara de origem humilde apostou no trabalho duro e no apoio da família. Com o incentivo do padrasto e treinador e a fé inabalável da mãe, foi alçando voos cada vez mais altos.
Destemido como Garrincha, competitivo e obstinado como Ayrton Senna, carismático como Guga, Gabriel Medina forjou um estilo próprio que o converteu numa máquina de vencer. Este livro narra a trajetória do garoto prodígio que destronou velhas lendas do surfe e hoje é ídolo mundial.
As crianças se tornaram presença constante nas guerras de nossos dias. Nos mais de cinquenta conflitos em curso na atualidade, estima-se que haja cerca de 300 mil crianças envolvidas diretamente. Ishmael Beah era uma delas.
Em Muito longe de casa, Beah conta uma história pungente: aos doze anos de idade, fugiu do ataque de rebeldes e vagou por uma terra arrasada pela violência. Aos treze, foi recrutado pelo exército do governo de Serra Leoa e descobriu que era capaz de atrocidades inimagináveis.
Este é um relato raro e hipnotizante, contado com força literária e uma honestidade de cortar o coração.