null"Ecos de Família ou Memórias de uma saga Intrecontinental" não é só mais um livro contando as agruras dos imigrantes. Sua narrativa nos mostra diferentes visões de mundo, abrangendo desde a culinária à linguística, do preconceito à inventividade do brasileiro, da tragédia à morte na paz do leito. Quando trens ofuscam realidades e o mito corre solto pelas estratas da vida, fica difícil tentar entender que na Alemanha não existiam baraten nem television sem passar por essa viagem com a personagem Marushka. Misturando reflexões existenciais e fatos extraídos do cotidiano da autora, Marushka faz reviver em seu tempo seus ancestrais, imigrantes do século XIX. Num quebra-cabeça de flashes, as histórias se contam e se deixam imaginar, entrelaçando-se e deixando-se arrematar por comentários e reflexões da narradora, a partir dos dias atuais. São "ecos de família", ou antes, alegrias e tristezas, curiosidades e questionamentos sobre o verdadeiro sentido de uma família, seus valores e sua evolução através das gerações. Da Europa ao Brasil, do sonho do paraíso à instalçao em terras do Engenho Jaraguá ou de Itajaí, passando por encontros inesperados com onças nos matos de Timpó, objetos sem uso, ditos e receitas, Marushka revê o fenômeno da colonização alemã. Se é pra rir ou chorar, Marushka só quer lembrar.
Mais do que um vislumbre à formação do estilo e das ideias que norteariam a obra de George Orwell, Homenagem à Catalunha é um documento histórico que retrata com sinceridade atroz o desengano de toda uma geração. Em 1936, o jovem George Orwell trocou a Inglaterra pela Espanha, onde se alistou na milícia socialista Poum para enfrentar os fascistas liderados por Franco. A experiência, narrada com honestidade e sem recorrer a artifícios romanescos, é a matéria de Homenagem à Catalunha. Ao chegar no front em Barcelona, Orwell recebeu um treinamento curto e inútil, um rifle falho e trapos para usar de uniforme. Ansioso para o combate, suas ilusões duraram poucas noites: ele precisou encarar a inutilidade da luta e de servir para uma milícia que mais atuava distraindo os fascistas do que os combatendo. Como o próprio Orwell afirmou, a experiência traumática na guerra (que incluiu ser atingido por um tiro quase fatal na garganta) foi responsável por moldar a percepção política e a visão de mundo que norteiam livros como 1984 e A Fazenda dos Animais. Socialista até o fim, o autor testemunhou o ponto de inflexão no qual sonhos revolucionários se revelaram uma fachada para pulsões autoritárias e violentas.
O Massacre dos Libertos recupera aos brasileiros a violência histórica do racismo e da escravidão no Brasil a partir de dois fatos seminais: a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República. E narra o massacre de negros que protestavam em São Luiz do Maranhão temendo que a República recém-constituída lhes retirasse a liberdade recém-conquistada. A partir desse epísódio, o texto traça um panorama das reações racistas que se formavam e se incorporavam às estratégias dos senhores brancos para perpetuar o preconceito e a marginalização da população branca pelo mito da ?fraternidade racial?. No dia 17 de novembro de 1889, a cidade de São Luís acordou agitada. Ninguém sabia o que pensar das últimas notícias, vindas do Rio de Janeiro, que informavam o fim do longo reinado da Monarquia brasileira. Na manhã seguinte, apenas o jornal republicano O Globo havia noticiado o fato, por meio da publicação de um telegrama recebido pelo editor do periódico. Não fazia muito tempo que a capital do Maranhão fora tomada por festas e cortejos de negros, populares, estudantes e políticos, em homenagem à abolição definitiva da escravatura?? o 13 de Maio de 1888, que tinha alterado toda a estrutura econômica e social do Brasil.Nessa conjuntura de desorganização institucional que teve lugar o chamado Massacre de 17 de Novembro. Uma multidão de pessoas, descritas como ?libertos?, ?homens de cor?, ?cidadãos do 13 de Maio? e ?ex-escravos? saiu às ruas numa grande passeata, em protesto contra as notícias da proclamação da República. Na visão dos manifestantes, o novo regime vinha para restaurar a escravidão no país.
Neste livro, o historiador petrônio domingues procura mapear o protagonismo negro paulista no século xx e fazer um balanço dessa produção histórica. São diversos elementos de análise: biografias, vida associativa, ações políticas, agenciamentos sociais, práticas culturais, relações de gênero, conexões afrodiaspóricas, concepções ideológicas, invenções identitárias e narrativas. Trata-se aqui de um panorama do período pós-abolição, quando, segundo o autor, ?já não havia mais escravizados nem senhores, e lugares e hierarquias sociais edificados durante séculos se desmancharam?.
"Os historiadores ingleses Sam Willis e James Daybell encontraram uma maneira original para falar sobre fatos importantes da história do mundo: por meio de assuntos inusitados
Se olharmos para as mãos como um ""objeto"" histórico por exemplo veremos que elas estão completamente conectadas com a préhistória Foi através delas com as pinturas rupestres que nossos antepassados nos deixaram indícios da vida naquele tempo As mãos também estiveram ligadas ao poder dos reis até mesmo de curar já que durante a Idade Média acontecia o chamado ""toque real"" para acabar com doenças
Já o relógio tem uma ligação mais óbvia com o passado afinal muitos eram deixados como herança ao longo de inúmeras gerações Mas essa peça também está conectada ao naufrágio do Titanic à bomba de Hiroshima e ao ataque ao World Trade Center em Nova York Como? Relógios que sobreviveram às três tragédias mostram o momento exato em que elas aconteceram
Quando falamos em gatos logo nos vem à mente o Egito Antigo onde esses animais eram venerados Mas aqui você vai descobrir como e por que eram alvos de crueldade na França do século XVI
Esses são apenas alguns dos trinta temas tratados neste curioso livro escrito pelos criadores do podcast Histories of the unexpected Preparese para se surpreender com o fato de tudo estar conectado
MÃO * LUVAS * PERFUME * BOLHA * SOMBRAS * BARBAS * NUVENS PÓ * RELÓGIOS * ARTE COM TECIDOS * COCEIRA * BURACOS * CAMA * SONHOS * CABELO * CLIPE DE PAPEL * CARTAS * CAIXAS * CORAGEM * MONTANHAS * CHAMINÉS * LÁGRIMAS * LEÕES * LIXO * NEVE * GATOS * SORRISO * CICATRIZ * DESAPRUMO * ASSINATURA"
Passados quase noventa anos daquele distante 9 de julho, a Revolução de 1932 ainda suscita diferentes análises dos historiadores. Ricardo Della Rosa, colecionador e especialista no tema, revela uma faceta pouco explorada sobre o conflito.
Em um breve período de poucas semanas, foram desenvolvidos materiais bélicos, técnicas de artilharia, suprimentos aos combatentes, sistemas de comunicação, materiais de propaganda, informes e jornais, um feito com poucos precedentes na história das guerras.
Nesta obra ilustrada com mais de 450 imagens inéditas, como peças de artilharia, uniformes, distintivos, cenas de batalha, pôsteres, documentos e fotos, o autor narra como ocorreu a mobilização da indústria das armas e dos militares, assim como a participação da população civil, com destaque para as mulheres e
os imigrantes, mostrando o legado dessa guerra civil nos dias de hoje.
"A HISTÓRIA NUNCA ANTES CONTADA DO JULGAMENTO QUE ABRIU O CAMINHO PARA A ASCENSÃO DE ADOLF HITLER E DO PARTIDO NAZISTA.
Na noite de 8 de novembro de 1923, Adolf Hitler, então com 34 anos, invadiu uma cervejaria em Munique, disparou sua pistola no ar e proclamou uma revolução. Dezessete horas depois, tudo o que restava de seu audacioso movimento era um rastro de destruição. Hitler era agora um foragido da polícia, e aquele parecia ser o fim de sua carreira.
?O julgamento de Adolf Hitler? narra a história verídica do monumental processo criminal que se seguiu quando Hitler e nove outros suspeitos foram acusados de alta traição. Repórteres de lugares tão díspares como Argentina e Austrália reuniram-se em Munique por quatro semanas para acompanhar o ?espetáculo?. Ao final, Hitler transformaria o fiasco do putsch (golpe) da cervejaria em uma vitória estonteante para o jovem Partido Nazista. Esse julgamento colocou Hitler no centro das atenções e serviu de palco para sua ideologia, dando início a sua improvável ofensiva rumo ao poder.
Baseado em transcrições de julgamentos, arquivos policiais e muitas outras fontes, ?O julgamento de Adolf Hitler? é uma emocionante história real de crime e castigo ? e o retrato assombroso de como uma falha na justiça pode ter consequências catastróficas. "
"1968 é um ano-chave para a história mundial e brasileira, repleto de episódios emblemáticos, como o Maio Francês e a Primavera de Praga, na Europa, e a Passeata dos Cem Mil e a imposição do temido AI-5, num Brasil subjugado pelo regime militar. A abordagem do jornalista Roberto Sander neste livro, contudo, não se limita aos acontecimentos políticos que tão profundamente marcaram o período.
O painel de 1968 construído aqui é completamente novo. A narrativa avança mês a mês, tratando dos mais variados assuntos. O leitor é levado ora para a Guerra do Vietnã, ora para a primeira visita ao Brasil de um arredio Mick Jagger; para a África do Sul, em pleno Apartheid, onde acontecia o primeiro transplante de coração bem-sucedido do mundo; para Havana, onde Fidel Castro fazia um expurgo no Partido Comunista cubano; e para as viagens espaciais que preparavam a chegada do homem à Lua.
Em 1968 ? Quando a Terra tremeu, Roberto Sander explora histórias saborosas e surpreendentes sobre ciência, moda, comportamento, esporte e cultura em geral, daquele que foi um ano ainda mais complexo, assombroso e sedutor do que se sabe."
Martin Gilbert, historiador britânico e autor de duas das maiores obras de referência sobre o século XX, os clássicos Churchill: Uma Vida e A Segunda Guerra Mundial, se debruça sobre a Primeira Guerra Mundial. O conflito que mudou o mundo destruiu impérios, realinhou fronteiras e matou milhões de pessoas. Legou à humanidade novas tecnologias de morte ? tanques, aviões, submarinos, metralhadoras, artilharia de campo, gás venenoso e armas químicas. Começou às onze e quinze da manhã, em 28 de junho de 1914, em Sarajevo, e se estendeu por quase cinco anos. Porém, como mostra Gilbert em uma narrativa fluida e empolgante, nunca terminou. Até hoje vivemos muitos dos horrores que ali nasceram. Para o The New York Times, ?este é um dos primeiros livros que qualquer pessoa deve ler para entender a guerra e o século?.