Na paisagem política contemporânea, em que ainda há o domínio do Estado-nação, o migrante é o indesejado, sempre acusado de estar fora de seu lugar, de ocupar o lugar de outro. No entanto, não existe nenhum direito sobre o território que possa justificar a política soberanista que fundamenta a recusa de sua entrada. Dentro de uma ética que aspira à justiça global, Donatella Di Cesare reflete ? com clareza de conceitos e um estilo por vezes narrativo ? sobre o significado último do migrar, dando provas também aqui de saber chegar direto ao centro da questão. Habitar e migrar não se contrapõem, como crê o senso comum, ainda preso aos velhos fantasmas do jus sanguinis e do jus soli. Em cada migrante deve-se reconhecer, em vez disso, a figura do ?estrangeiro residente?, o verdadeiro protagonista do livro. Atenas, Roma, Jerusalém são os modelos de cidade examinados, em um esplêndido afresco, para colocar em questão o tema crucial e atual da cidadania. Na nova era dos muros, em um mundo repleto de campos de internamento para estrangeiros, que a Europa pretende manter à sua porta, Di Cesare defende uma política da hospitalidade, apartada da ideia de residência, e propõe um novo sentido do coabitar.
"Contemporâneo aos terríveis imperadores Calígula e Nero ? tendo sobrevivido ao domínio de um e sucumbido ao de outro ?, o grande pensador romano Sêneca concluiu que a raiva é a emoção mais destrutiva que existe. Em seu ensaio Sobre a ira, que originou este livro, o filósofo constrói sua argumentação contra esse sentimento com intensidade, refletindo sobre os perigos morais a que somos expostos quando tomados por ele. Como manter a calma traz uma seleção do pensamento de Sêneca para ajudar você no caminho do crescimento pessoal e da renovação de valores, combatendo os males de uma era de ódio que persiste até hoje. Este volume foi traduzido do latim pela professora de língua e literatura latina Leni Ribeiro Leite e conta com prefácio do doutor em filosofia Leandro Chevitarese.
Inclui também:
- Biografia e cronologia de Sêneca, pelo prof. Marcus Reis Pinheiro;
- Apêndice com o ensaio Sobre a cólera, de Montaigne, e apresentação do escritor Marco Lucchesi."
Pela primeira vez traduzida no Brasil a partir do original latino e publicada em edição bilíngue, a Carta sobre a tolerância é aqui acompanhada de introdução, notas e comentários que têm o objetivo de contextualizar o pensamento do filósofo inglês John Locke (1632-1704) e propor uma interpretação de seus principais argumentos. A Carta sobre a tolerância é uma defesa do que hoje se costuma chamar de separação entre Estado e Igreja. A finalidade das leis, afirma Locke, consiste em preservar e promover os bens civis dos cidadãos (notadamente a vida, a liberdade e a propriedade), o que significa que entre as funções do Estado não se encontra o cuidado com a salvação das almas, tarefa que pertence apenas aos indivíduos e às igrejas a que eles se associam. A afirmação de que a diversidade de crenças e cultos deve ser tolerada constitui, portanto, a tese central desta obra, que aborda ainda questões como os limites da tolerância, o direito de resistência ativa, o malefício decorrente da intromissão de clérigos na política e a incompatibilidade entre o cristianismo e a coerção religiosa.
Se você tem interesse em saber o que Aristóteles pensava acerca da felicidade, o que Epicuro considerava uma vida simples, quais eram as lições de liderança de Maquiavel, Deus na visão de Pascal e o significado da vida para Heidegger, mas não tem tempo para ler as obras desses grandes nomes da filosofia, ou não sabe por onde começar, este livro é para você.Pensando em como tornar o conhecimento mais acessível a um maior número de pessoas, o mestre em Economia Política Internacional Tom Butler-Bowdon mergulhou nos principais textos filosóficos desde a Antiguidade até a era moderna e apresenta aqui a essência de 50 obras selecionadas.De Platão e Aristóteles a Peter Singer e Nassim Taleb, passando por Descartes e Simone de Beauvoir, Butler-Bowdon mostra como a filosofia pode ser uma ferramenta poderosa para abrir nossa mente e nos ajudar a pensar. Se você é fascinado ou se sente um pouco assustado com as grandes questões sobre pensar, ser, agir e ver, esta é a introdução perfeita para o que algumas das maiores mentes da humanidade falaram sobre esses temas. E como a filosofia é feita por pessoas, além de oferecer insights sobre as obras, o autor fala um pouco sobre quem as concebeu, fornecendo assim o contexto em que essas obras foram escritas.Voltado para o público que está começando a se aventurar no mundo da filosofia, o autor oferece um glossário ao fim do livro com os principais termos da área. A ideia de Butler-Bowdon é que este 50 clássicos da filosofia seja uma ponte entre a disciplina filosofia e a filosofia de vida, despertando o leitor para a forma como os temas tratados por esses grandes nomes moldam nossa visão de mundo e orientam nossas decisões.
O Tratado, publicado pouco antes da morte de Savonarola, concentra o projeto político que defendeu. Obra de grande consistência teórica, revela o caráter de um mártir na defesa dos direitos civis e da democracia.
?Os Manuscritos econômico-filosóficos? constituem a obra mais influente do jovem Marx. Redigidos em cadernos manuscritos em 1844, foram publicados parcialmente em russo, em 1927, e depois em alemão, em 1932. Neles figuram a primeira crítica de Marx à economia política, à teoria da alienação, a relação crítica de Marx com Hegel e Feuerbach e suas formulações originais para uma teoria do ser social. Nova tradução realizada diretamente das Obras Completas de Marx e Engels (MEGA2) . Inclui dois estudos inéditos de abertura, um de Ingo Elbe sobre a relação entre trabalho alienado e trabalho abstrato, e outro de Paulo Denisar Fraga sobre a história e a bibliografia das edições dessa obra de Marx.
Este livro procura contribuir para o estudo da história das ciências e das ideias, reintegrando as revoluções sócio-tecnológicas e políticas do mundo contemporâneo, não só no seu processo estrutural específico como no contextual. Sumário - Prefácio; Introdução - Um Papel para a História; A Rota para a Ciência Normal; A Natureza da Ciência Normal; A Ciência Normal como Resolução de Quebra-Cabeças; A Prioridade dos Paradigmas; A Analogia e a Emergência das Descobertas Científicas; As Crises e a Emergência das Teorias Científicas; A Resposta à Crise; A Natureza e a Necessidade das Revoluções Científicas; As Revoluções como Mudanças de Concepção de Mundo; A Invisibilidade das Revoluções; A Resolução das Revoluções; O Progresso através de Revoluções; Posfácio - 1969; Os paradigmas e a estrutura da comunidade; Os paradigmas como a constelação dos compromissos de grupo; Os paradigmas como exemplos compartilhados; Conhecimento tácito e intuição; Exemplares, incomensurabilidade e revoluções; Revoluções e relativismo; A natureza da ciência.
Publicado, em 1943, O SER E O NADA dá continuidade a uma reflexão que já se iniciara no princípio do século com pensadores como Kierkegaard, Jaspers e Heidegger, exercendo uma incontornável influência sonre as cinco últimas décadas. Sartre desenvolveu um prodigioso e completo sistema de "explicação total do mundo" através de um exame detalhado da realidade humana como ela se manifesta, estudando o abstrato concretamente. Ao ser publicado, O SER E O NADA causou espanto, polêmica, protestos, admiração. Com sua originalidade transgressora e contestações às verdades eternas da tradição filosófica, constitui o apogeu da primeira fase da filosofia sartriana.
Até Totem e tabu (1912-1913), Sigmund Freud (1856-1939) sempre se limitara a obras dedicadas estritamente à psicanálise, campo de estudos recém-aberto. Porém, a indagação quanto às origens e ao modo de transmissão de uma cultura (no caso, da sociedade moderna) conduziu sua atenção para a antropologia e para a etnopsicologia; Freud via, nos homens primitivos, mecanismos semelhantes aos operantes no homem moderno. Detectou dois fenômenos recorrentes nas tribos primitivas: a representação do pai primordial na forma do totem e o tabu do incesto. Por meio de uma dedução histórica, Freud propõe a hipótese do pai tirano, cujo assassinato pelos filhos estaria na base do sentimento de culpa, da exogamia e da religião. Considerada pelo próprio autor uma de suas obras mais importantes, Totem e tabu sinaliza a aproximação da psicanálise às humanidades. Esta edição traz o texto traduzido do alemão, possibilitando ao leitor brasileiro o contato direto com um dos trabalhos freudianos mais elegantes e aprazíveis.
"Inteligente e cheio de sabedoria... O dom de Botton é nos incitar a pensar sobre como vivemos e, mais importante, sobre como podemos mudar as coisas." The Times
"Sagaz... Como todo bom terapeuta, Botton primeiro analisa nossa obsessão por status, então diagnostica cinco maneiras de lidar com ela... Seu receituário para viver uma vida mais feliz é poderoso." New Statesman
O desejo, a ânsia por status, está presente em praticamente todas as sociedades contemporâneas e influencia até mesmo a maneira como os grupos humanos se organizam e se relacionam. Alain de Botton, um dos mais populares pensadores da atualidade, se pergunta: se o status é algo tão importante para nós, por que ter mais e ser mais não nos torna mais felizes?
Atravessando séculos de filosofia e de história, Botton usa toda sua sagacidade para diagnosticar as causas da obsessão contemporânea por status - falta de amor? Problemas e autoimagem? Frustração? De onde vem essa necessidade de se sobressair entre os demais? Em seguida ele oferece remédios filosóficos: formas de pensar e de se comportar que propiciam uma existência mais plena e menos preocupada com prestígio, fama e renome.