Em 1918, um novo vírus de influenza, até então restrito às aves, passou a se manifestar também em humanos. Um ano mais tarde, o saldo era de pelo menos 100 mil mortos daquela que ficaria conhecida na história como gripe espanhola, marcando o primeiro grande embate entre a ciência e uma pandemia. Em apenas dois anos o vírus matou mais pessoas do que a Aids em todo o mundo ao longo dos 24 anos desde a sua descoberta, e mais pessoas em um ano do que a peste negra ao longo de um século.
Em A grande gripe, John M. Barry conta a história do surto que começou em uma unidade militar do Kansas, nos Estados Unidos, chegou à Europa durante a Primeira Guerra Mundial levado pelas tropas americanas e de lá se espalhou para o globo. O pesquisador mostra ainda a corrida contra o tempo da comunidade científica norte-americana para combater a pandemia e como se deu uma das principais descobertas do século XX.
Obra de referência sobre a gripe espanhola, premiada pela Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos e best-seller internacional, o livro é também um relato sobre poder, política e guerra, com importantes lições para um mundo sob a constante ameaça do bioterrorismo e do surgimento de novas epidemias globais. Barry crê que, nesses casos, a principal arma é sempre a informação.
No verão de 1914, a Europa explodiu em um frenesi de violência em massa. A guerra que se seguiu teve repercussões globais, destruindo quatro impérios e custando milhões de vidas. Mesmo os países vitoriosos foram marcados por uma geração, e ainda hoje permanecem dentro da sombra do conflito. Nesta nova e monumental analise, agora lançada num Box em quatro volumes o renomado historiador David Stevenson reexamina as causas, a evolução e as repercussões desta "guerra para acabar com a guerra", colocando-a no contexto de sua época e expondo suas dinâmicas subjacentes.
O passado é imutável, mas as interpretações sobre ele não são estáticas. O historiador, responsável por essas interpretações, pode revisitar temas já estudados e, assim, a História pode ser reescrita. Se novos documentos ou vestígios forem encontrados e se novas perguntas ? a partir de preocupações do tempo presente ? forem feitas às fontes históricas, o evento pretérito deve ser revisto e outra investigação realizada. Mas quais são os passos necessários para propor uma nova pesquisa em História? Este livro percorre um amplo panorama que apresenta, de forma didática, procedimentos e métodos que distinguem a produção do conhecimento historiográfico. A partir das ideias de historiadores essenciais para o desenvolvimento da área, o leitor é instigado a participar ativamente desse desafio que é escrever História, elaborando e executando seu próprio projeto de pesquisa. Obra voltada especialmente para estudantes de graduação.
Um livro extremamente atual, que chama a atenção para o fato de que a censura conta com o suporte de parte da sociedade e sempre terá, na ditadura ou na democracia, defensores confessos e aqueles que levantam a bandeira da liberdade de expressão, desde que concordem com o que é dito. Em Herói mutilado, a jornalista Laura Mattos segue a trajetória de uma obra que foi censurada como peça de teatro em 1965, teve uma primeira versão como novela proibida em 1975 e, quando finalmente foi ao ar, dez anos depois, sofreu seguidos cortes. Quando estreou, em 1985, ano da saída dos militares do comando do país, a novela Roque Santeiro conquistou a maior audiência da história da televisão brasileira. A obra de Dias Gomes, sobre o mito de um falso herói, experimentou as mais variadas formas de repressão durante a ditadura, com uma trajetória ímpar. Ao revelar os bastidores da censura à TV na ditadura, a autora registra como o aparato legal usado pelos militares foi o mesmo aplicado durante os anos democráticos entre o final da Era Vargas e o golpe de 1964, prova de que esse mal não é exclusividade de regimes de exceção. A pesquisa se apoia em cerca de 2 mil páginas de documentos oficiais produzidos durante a ditadura, além do acervo pessoal de Dias Gomes, que inclui cartas e um diário até hoje inédito.
Um dos mais sombrios episódios do passado norte-americano revelado de forma emocionante por uma das mais aclamadas escritoras da atualidade.
1692, baía de Massachussets, Nova Inglaterra. A puritana aldeia de Salem assistiu à execução de catorze mulheres, cinco homens e dois cachorros - todos acusados de bruxaria. A feitiçaria se materializou em janeiro, o primeiro enforcamento ocorreu em junho, tudo terminou em setembro. Depois dos julgamentos, fez-se um silêncio crivado de culpa.
Com base em meticulosa pesquisa, a renomada jornalista Stacy Schiff, reconstitui com precisão histórica e prosa vibrante os acontecimentos daquele ano sombrio e o surto coletivo que desencadeou o drama das bruxas de Salem.
Um retrato em que Schiff traz à baila as ansiedades da América do Norte dos primeiros tempos para compará-las, brilhantemente, com as de hoje. Em nossa época de redes sociais, inimigos invisíveis e intolerância às diferenças, esta história sobre o obscurantismo religioso faz mais sentido que nunca. Um capítulo distópico do passado norte-americano que não devemos nunca esquecer - e muito menos repetir.
"Identificando o fascismo Fascismo: originalmente, regime de cunho ideológico estabelecido pelo ditador Benito Mussolini na Itália da década de 1920, que valoriza ideais de nação e raça em detrimento dos valores individuais e é representado por um líder autoritário. Mas por que esse termo voltou à ordem do dia em pleno século XXI? À luz de episódios recentes de democracias que enveredaram para regimes mais ou menos totalitários; de líderes democraticamente eleitos que usam retóricas fascistas para fazer política, como Donald Trump; mas também bebendo no extenso histórico do fascismo ? de Mein Kampf, de Hitler, aos discursos fratricidas que levaram ao genocídio de Ruanda na década de 1990 ?, Jason Stanley analisa a estrutura comum por trás de todas essas experiências. Ele estabelece os dez principais fundamentos do fascismo, entre os quais encontramos: a ideia de reviver um passado mítico e glorioso; o uso de propaganda para distorcer e minar conceitos e instituições democráticas (tendo como pretexto o combate à corrupção); ataques a universidades e intelectuais; uma forte noção de hierarquia; a política da lei e da ordem baseada na ideia de grupos minoritários criminosos; e a valorização do ?trabalho duro? em prejuízo de sistemas de bem-estar social. Tais mecanismos apoiam-se uns aos outros simbioticamente, criando e reforçando divisões, ao mesmo tempo em que minam os pilares da democracia ? eleições livres, judiciário independente, liberdade de expressão e de imprensa etc. ? que poderiam conter a ascensão totalitária. A história nos mostra o imenso perigo de subestimar o poder cumulativo dessas táticas, que deixam a sociedade cada vez mais vulnerável aos apelos da liderança autoritária. Apenas identificando as políticas fascistas, o autor argumenta, poderemos resistir a seus efeitos mais danosos e retornar aos ideais democráticos."
Um monarca brilhante, ambicioso e, por vezes, impiedoso, Frederico era um homem de imensas contradições. Este extraordinário conquistador foi também um ardente patrono das artes, atraindo pintores, arquitetos, músicos, dramaturgos e intelectuais para sua corte. Homem de Estado, compositor e escritor, Frederico construiu a sua própria imagem de déspota esclarecido ao transformar a Prússia em uma superpotência e fazer de Berlim uma das capitais das luzes, colocando-a no rol das principais cidades europeias do século XVIII.
História da colonização do Sudoeste do Paraná por quem viveu os acontecimentos na CITLA e da Revolta dos Colonos. Relata o cotidiano numa terra sem água encanada ou luz, onde o que valia eram os centímetros cúbicos de toras de cada árvore derrubada.
Neste livro, Robert Irwin mapeia as origens do orientalismo e de seus representantes mais proeminentes, desde a Grécia antiga até os nossos dias. Em Pelo amor ao saber, ele fornece uma nova estrutura por meio da qual estudiosos podem contribuir para a compreensão do Oriente, e refuta o Orientalismo de Edward Said, que tachou de arma do imperialismo esse fértil e assombroso campo de estudo.