"Diretor de Comunicação do Ministério da Saúde na gestão de Mandetta apresenta um relato preciso e revelador da crise sanitária e política iniciada com a chegada do novo coronavírus ao Brasil e faz um verdadeiro check-up de como a saúde é tratada no país
Diretor da Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Saúde durante a gestão de Luiz Henrique Mandetta, Ugo Braga narra num livro revelador os bastidores das semanas em que o Brasil enfrentou ao mesmo tempo o avanço do novo coronavírus e a artilharia pesada do Palácio do Planalto. Relato fiel e preciso de um profissional de comunicação que esteve no epicentro de um dos momentos mais difíceis da nossa história, Guerra à saúde (Editora LeYa Brasil) faz um verdadeiro check-up de como a saúde é tratada no Brasil e apresenta uma fotografia precisa do atual governo brasileiro.
Ugo define o marco zero da crise: dia 28 de março de 2020. Naquele sábado, quando havia exatamente 571.676 pessoas infectadas pelo novo coronavírus no mundo e 3.903 no Brasil, teve início a guerra pública entre o ministro e o presidente Bolsonaro. Daí em diante, o leitor embarca numa vertiginosa montanha russa política de 19 dias que culminou nos quase 140 mil mortos pela Covid-19 que o país registra até o momento.
O livro foi escrito com o apoio de Mandetta, que inicialmente sugeriu que Ugo Braga providenciasse um cinegrafista para documentar em vídeo o passo a passo da luta brasileira contra o novo vírus. Como isso não seria viável, o chefe de comunicação propôs começar a fazer anotações de tudo o que acontecia à sua volta com riqueza de detalhes.
O resultado é Guerra à saúde, um verdadeiro documentário impresso que, nas palavras do autor, mostra de forma clara ?como o Ministério da Saúde brasileiro, coordenador nacional do SUS, o Sistema Único de Saúde, foi atacado por um movimento político novo, populista e de viés conservador durante a maior e mais grave crise de saúde pública do século XXI?.
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Quando economistas são chamados de ?influentes? significa que eles mudaram a forma como os outros pensam. Por esse padrão, Milton Friedman foi um dos economistas mais influentes de todos os tempos. Ele revolucionou a maneira como seus pares pensam sobre consumo, dinheiro, política de estabilização e desemprego. Friedman demonstrou o poder de se comprometer com algumas suposições simples sobre o comportamento humano e então perseguir implacavelmente suas implicações lógicas. Em mais de 60 anos de carreira, desenvolveu e ensinou novas maneiras de interpretar dados, testando suas teorias por meio de sua capacidade de explicar vários fenômenos díspares. Seriam necessários vários volumes para fazer justiça às contribuições extraordinárias de Friedman para a teoria, prática e política econômicas, mas este livro servirá como uma introdução e, também, uma síntese do trabalho desenvolvido pelo célebre economista. A influência de Milton Friedman se estendeu além dos economistas. Ele foi o principal defensor da liberdade econômica e pessoal. Por meio de seus escritos e aparições na mídia, educou milhões sobre como os mercados funcionam e como os governos frequentemente falham. Ele restaurou a respeitabilidade das noções liberais clássicas que haviam caído em desgraça, e não o fez mediante propaganda engenhosa, mas transmitindo uma compreensão profunda e duradoura das próprias ideias.
A tradução do livro O tempo da política: o século XIX reconsiderado de Elías Palti que o leitor brasileiro tem em mãos vem atestar o impulso e a importância que a História Intelectual adquiriu no Brasil e na América Latina nos últimos anos. Seus desenvolvimentos e variados aportes teóricos, como a história conceitual, a história contextual anglo-saxônica e a história da linguagem política, converteram-na em fonte fecunda de enfoques e perspectivas renovadoras. Palti avança em suas já conhecidas reflexões sobre a ?nova história conceitual? e se propõe a realizar uma releitura da história política do século XIX latino-americano. Um século no qual a América Latina se transformou em um grande laboratório político, repleto de experiências inovadoras, complexas transformações e aporias. Para isso, mergulha num denso debate com a tradicional história das ideias, com as narrativas épicas e com as chamadas teorias revisionistas. O autor nos oferece uma proposta original de história intelectual em que a América Latina recupera seu valor como objeto de análise. Uma história na qual se articulam as dimensões sintática, semântica e pragmática da linguagem política como discurso e prática incompreensíveis fora do contexto histórico do qual participam. A coleção História e Historiografia presenteia o leitor com um dos mais instigantes debates teóricos no interior da historiografia contemporânea. Maria Elisa Noronha de Sá
Ainda na noite de 28 de outubro de 2018 ? quando 57 mihões, 796 mil e 986 brasileiros fizeram o inimaginável e depositara na urna o voto em um candidato que não tinha nenhum programa de governo organizado, havia feito declarações racistas, machistas e homofóbicas e elogiara abertamente torturadores e a ditadura militar ?, o escritor Ricardo Lísias começou este Diário da catástrofe brasileira, que, obsessivamente, não largou até hoje.
Pouco mais de um ano depois, a polícia tornou-se ainda mais violenta, casos de censura voltaram às artes, o Brasil virou motivo de piada no mundo, o desmatamento atingiu índices mais do que alarmantes, centenas de agrotó¬xicos foram liberados para uso, a população é estimulada a não acreditar em dados científicos, a agressão à imprensa por parte do governo é corriqueira e a economia, vejam só, continua em crise.
O leitor encontrará aqui uma análise reveladora do material de campanha que circulou ainda antes de 2018 e que até agora não foi bem avaliado. Da mesma maneira, tanto a Operação Lava Jato quanto seu principal condutor, o ex-ministro Sérgio Moro, são vistos de forma original e surpreendente. O texto alterna momentos de assombro, outros de indignação, sem perder em nenhum momento a coerência e a necessidade (que ele parece entender como uma obrigação) de achar sentido para o sucesso daquele que foi, nas palavras de Lísias, ?o pior candidato da história eleitoral brasileira?.
Não há nenhuma condescendência: se sobram muitas críticas à imprensa, por exemplo, Lísias avalia seu próprio comportamento, e o de seu meio, ao mesmo tempo em que desenvolve hipóteses sobre arte, sociedade e cultura. As páginas do Diário da catástrofe brasileira se desenvolvem sem que as principais conjunções adversativas sejam usadas. Para o autor, definitivamente, passou da hora do mas, porém, todavia, no entanto e contudo. E este é só um exemplo da originalidade deste livro às vezes assustador, outras, engraçado, e sempre ousado e esclarecedor.
A guerra contra o Brasil de que trata este livro não é do tipo convencional: não incendeia cidades nem utiliza bombas e mísseis.
Para o consagrado sociólogo Jessé Souza, autor de A elite do atraso, as armas dessa guerra são o racismo, a subserviência da nossa elite econômica, a mentira, o fundamentalismo religioso e o fascismo latente da nossa tradição autoritária.
Urdida e testada na sociedade americana, a guerra híbrida de que somos vítimas é uma estratégia baseada na manipulação de informações e na desestabilização de governos populares.
Jessé defende que, no Brasil, ela encontrou uma organização criminosa disposta a colocar em prática sua máquina de morte, abrindo caminho para o assalto às nossas riquezas, o sucateamento da nossa indústria e o ataque aos direitos mais básicos da população.
Esta não é nenhuma nova teoria conspiratória para explicar a nossa tragédia, e sim uma análise aguçada e abrangente que revela os detalhes sombrios de um projeto muito bem-articulado de destruição da arte, da cultura e da autoestima do povo brasileiro ? em nome de Deus, da pátria e do falso moralismo travestido de combate à corrupção.
PASCOAL SOTO
"Instruções para se tornar um fascista é um livro urgente, que nasce para despertar consciências, para nos provocar e nos chamar a atenção. Mas que também serve como espelho, no qual podemos encarar diretamente os lados mais sombrios que vivem em cada um de nós. Sob a falsa aparência de um manual, a obra reflete sobre o surgimento de movimentos neofascistas, investigando por que as pessoas se sentem cada vez mais atraídas por esses movimentos e fazendo um alerta poderoso: não querer reconhecer que eles «já estão aqui», ou a importância que têm, já não é uma opção. Por vezes, subestimamos e chegamos a ridicularizar o eleitor desses partidos sem entender ou estudar suas motivações, outras vezes, somos tomados de um medo genuíno de recebermos o rótulo de antidemocráticos por não tolerarmos opiniões diferentes. A autora se move com grande talento entre a ironia e a provocação. Além das instruções para realizar a suposta ""conversão"" de um indivíduo em um fascista, descritas no texto de forma muito bem-sucedida, Michela Murgia propõe um exercício divertido ao final do livro: o fascistômetro, uma lista de afirmações que desafia aqueles que acreditam que o fascista é sempre o outro. Qual o grau de fascismo existente em nossa sociedade, em nosso ambiente e em nós mesmos?"
Escrito no período do Renascimento, por Nicolau Maquiavel, filósofo italiano, O Príncipe é um guia de como chegar ao poder e manter-se nele, buscando não apenas o ideal, mas o real. Escrito em 26 capítulos, o livro assume a forma de manual de um bom governante, ensinando as estratégias políticas necessárias, nem sempre corretas e aprovadas majoritariamente, de como chegar ao poder e mantê-lo, garantindo a unificação e a estabilidade do Estado.
De forma quase unânime, ao ouvir os termos "liberal", "democrático" e "liberal-democrático" proferidos nos meios político ou jornalístico, as pessoas encontram dificuldade em compreender seu real significado, e acabam por confundi-los. Este livro pretende ser um antídoto para essa confusão, pois diferencia com clareza os antigos, veneráveis e atemporais conceitos de Liberalismo e de Democracia.
Sendo o liberalismo e a democracia duas respostas a questões políticas de natureza diferente, ao longo da história tenderam a se comportar como variáveis independentes: existiram e existem Estados que não são nem liberais, nem democráticos; Estados liberais, mas não democráticos; e Estados liberais e democráticos.
E o mais inquietante - uma vez que contrasta mais diretamente o lugar-comum que confunde liberalismo e democracia - é o fato de terem existido e existirem Estados democráticos que não são liberais. Este último fenômeno foi previsto pelo pensador liberal Alexis de Tocqueville já em 1840, e foi chamado de "tirania da maioria".
Em muitos outros livros e artigos, Norberto Bobbio analisou e discutiu vários aspectos do antigo e do novo liberalismo e da velha e da nova democracia, mas é neste livro que seus conceitos são expressos de maneira comparada, abrangente, breve e simples, ou seja, com uma abordagem didática. Por essa razão, a presente obra - já traduzida para seis idiomas - tem sido frequentemente utilizada como texto de base sobre o assunto por estudantes de diversas partes do mundo.