Lima Barreto é um escritor atemporal, apesar de retratar como poucos, o seu tempo e a sua terra.
Militante e panfletário, ele transformou a sua vasta produção literária ? uma obra com dezessete volumes, entre eles romances, crônicas (que publicou em dezenas de jornais e revistas do Rio de Janeiro), contos, memórias e críticas literárias ? em uma ativa tribuna de combate ao preconceito racial e à discriminação social, transformando o ato de escrever um ato político, onde debatia e demonstrava o seu ponto de vista que por vezes sobrepujava os limites literários.
Deste ponto de vista, a totalidade da sua obra encontra-se mais atual e viva do que nunca.
Fruto de sua época, nascido livre sete anos antes da Abolição da Escravatura, a produção literária de Lima Barreto é marcada pela investigação das desigualdades sociais e por uma leitura crítica sobre os homens e as suas relações frente a uma sociedade provinciana e hipócrita. É permeada por altos níveis de criatividade e realização estética, que por vezes renuncia as preocupações artísticas em prol de uma literatura documental, de increpação dos problemas sociais e políticos. Escrevia com uma linguagem simples, fugindo ao estilo literário comum do seu tempo, o que lhe valeu o desprezo da Academia Brasileira de Letras para A qual se candidatara duas vezes, tendo desistido da terceira antes mesmo da realização das eleições.
Os treze contos apresentados nesta edição bilíngue apresentam toda a luta de Lima Barreto para romper as barreiras sociais, políticas e do vazio intelectual da sua época. Demonstram também como instigava o senso crítico dos seus leitores como, por exemplo, com relação ao fascínio pela falsa erudição em ?O homem que sabia javanês?; com relação ao preconceito racial, principalmente em ?Clara dos Anjos?; com relação à sátira da alma gananciosa do ser humano em ?A nova Califórnia?, em ?Numa e a ninfa? e ?Sua excelência?; e contra o materialismo vazio e estúpido, a promiscuidade e os desejos espúrios da sociedade carioca em ?Um e outro?, ?Miss Edith e seu tio? e nos diversos contos selecionados para esta coletânea.
Atualmente, seu acervo de mais de mil documentos e textos, encontra-se preservado na Divisão de Manuscritos da Biblioteca Nacional e foi incluído no Programa de Memória do Mundo, organizado pela Unesco.
"Relacionamentos podem terminar com um final feliz, como nos filmes. Relacionamentos também podem, simplesmente, terminar. E tá tudo bem. Nem todo amor tem um final feliz. E tá tudo bem. apresenta as fases de um relacionamento que se perdeu em meio à rotina e à convivência monótona, e o fim, sem ?feliz? como complemento, foi o único meio. Mas, tá tudo bem, os dias continuam e o processo de amadurecimento é contínuo. Não há nada na vida que não pode ser superado ou se tornar fonte de inspiração. Términos nos proporcionam novos recomeços e as fases de uma relação a dois podem ser difíceis, mas descobrir a luz no final do túnel depois da tempestade é libertador.
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Na maioria do tempo, viver é um mico. Um absurdo. É para os fortes. Sendo assim, ninguém pode dizer o que você deve ou não fazer com a sua vida; pode, no máximo, fazer piada dela. E, isso, deixa com a gente. Coaching consiste em pagar pra alguém (que teve muito menos sucesso na vida que você) ficar botando regra nos seus problemas. É quase como contratar uma blogueira pra ficar dando opinião. Já que tem tanta gente fazendo isso, decidimos pegar a nossa experiência de fracasso e dar um pouco de sabedoria para quem não quer mudar de vida radicalmente, nem enriquecer, nem conquistar todos os homens. Este livro é pra quem quer parar de se importar! Porque você precisa viver sem um monte de regras sobre o que é ser feliz.Você não precisa de coach.Você precisa de FODA-SE.
Mais do que um conjunto de poemas, conta uma história de amor. Da paixão ao desespero. Nada mais maldito que um amor bonito é a ferramenta de Everton Behenck para desmacarar o amor no que ele tem de ambiguo. No início, o autor nos apresenta a grandeza de um sentimento que chega sem avisar e nos transforma em outra pessoa. Durante a leitura, acompanhamos sua mudança de perspectiva sobre a complexidade e a profundidade desse sentimento arrebatador. Por fim, a beleza dos acertos cede luga à perplexidade à medida que Everton expõe as densas camadas de um coração ferido e apaixonado. Com belíssimos textos de orelha escritos pelo renomado poeta Fabricio Carpinejar e por Martha Medeiros, a obra transborda poesia e sensibilidade.
A ambição é uma faca de dois gumes. Ela tanto pode levar uma pessoa a grandes conquistas como deixá-la perdida em um caminho estreito e escuro, onde a felicidade é de plástico e o sucesso é mera ilusão. Se a ambição não for controlada, ela controla o indivíduo. E. quando se der conta de quão longe foi por ela,perceberá que perdeu tudo o que realmente importa nesta vida: família, sonhos, dignidade, liberdade e a chance de consertar tudo.
Benjamim era um contador competente, com carisma e inteligência para ter uma vida tranquila e segura ao lado da mulher que amava e dos filhos. Mas ele queriamais. Queria tocar o céu. Não foi capaz de controlar a chama ardente da ambição que, em companhia da sua vaidade, o deixou cego e o fez apostar tudo num jogo sem volta com seu destino.
Assim Benjamim perdeu tudo e, consequentemente, se transformou num homem triste e solitário. Então um sentimento começou a preenchê-lo, completando o abismo gélido que se criou em seu ser, esse ainda mais perigoso e traiçoeiro que a ambição: o ódio. Por fim, a vingança se tornou o único lugar que ele queria estar.
A coleção íntima de guardanapos do poeta Fabricio Carpinejar ganha as páginas de um livro pela primeira vez em Liberdade na vida é ter um amor para se prender. Aqui estão oitenta frases impressas à mão, tal qual como foram concebidas, que juntas contam uma história, da turbulência dos relacionamentos à busca pela felicidade, com as cores e as palavras que só a caneta de Carpinejar é capaz de revelar. Uma edição toda escrita à mão pelo próprio poeta, multicolorida, que não é apenas um livro, mas é também um presente, com páginas destacáveis, para você compartilhar ou fazer com elas o que mais sua criatividade permitir.
Um povo sem história é um povo sem raízes. (...) A cultura caipira é parte do processo histórico. Quando conto uma história, gosto de estar o mais próximo possível das personagens, com suas falas simples, com sua coloquialidade natural, com sua objetividade. (...) Acredito sinceramente que não é possível separar a realidade da ficção. Neste agrupamento, escrevo e descrevo a vida no campo, em que liberdades gramaticais são tomadas, sempre em nome da autenticidade das personagens. (...) Palavrões e expressões chulas são às vezes necessários, até pelas reações passionais das personagens. Há quem diga ser o diálogo o ponto forte de minhas histórias. Acredito. Afinal, gosto de conversar, e minhas personagens são naturalmente conversadoras. Muitas delas são construídas e se desnudam por meio das falas que têm.