"Em Instruções para os Criados, escrito em 1731, Jonathan Swift detalha o relacionamento dos criados com seus senhores num dos melhores exemplos do seu talento como satirista. Engraçado e cínico, cada conselho provoca reflexões preciosas sobre o cotidiano do início do século XVIII e sobre a natureza humana.
Seu sarcasmo faz dessa paródia um relato imperdível da vida dos criados e dos seus dilemas, sobretudo em relação aos senhores. Com recomendações individuais para a conduta de cada criado, do mordomo ao cocheiro, suas hilárias sugestões às vezes beiram o absurdo. Aos lacaios, por exemplo, recomenda que não usem meias durante os jantares, em nome da saúde das senhoras presentes, pois o odor dos dedos dos pés é um bom remédio para melancolia. Insolentes e preguiçosos, os criados de Swift são um ótimo exemplo da perspicácia e do humor cáustico do autor, que, neste breve ensaio, um dos seus últimos trabalhos, desconstrói e satiriza o sistema social da época de maneira jocosa e cínica.
Priscila Catão"
Os ensinamentos do Buda formam um amplo conjunto de discursos religiosos, talvez um dos maiores da história da humanidade e das religiões. O monge budista Bhikku Bodhi dedicou-se à empreitada de selecionar alguns dos textos atribuídos ao Buda presentes no Cânone Pali. Os textos são destinados, sobretudo a dois públicos distintos: o primeiro, aqueles que querem conhecer os discursos do Buda e que para isso sentem a necessidade de uma introdução sistemática, o segundo público é formado por aqueles que, apesar de familiarizados com os suttas, ainda não conseguem enxergar como eles se encaixam numa totalidade inteligível.
A elaboração deste pequeno livro, David Strauss, o confessor e o escritor, que abre a série de quatro Considerações extemporâneas, foi anunciada por Nietzsche em uma carta de 1873 a Richard Wagner, em que comenta sobre seu manuscrito contra o teólogo de Tübingen. Os leitores poderão notar nessa obra um exemplo privilegiado de um modo de fazer filosofia no qual as verdades ganham sentido no interior dos próprios jogos em que são produzidas. O que faz vir à tona a convicção de Nietzsche de que todo conhecimento e toda afirmação se fazem a partir de certas circunstâncias específicas, tendo em vista certas condições de vida, expectativas, necessidades e propósitos.
Um bate-papo entre três pensadores pop sobre um assunto que interessa a todo mundo: como ser feliz O livro é resultado do debate entre Cortella, Karnal e Pondé em comemoração aos 15 anos da Editora Planeta no Brasil, realizado em maio de 2018. Durante uma hora e meia, os três discutiram o que é felicidade, o que ela significa, que caminhos podem nos levar a sermos pessoas mais felizes. Como sempre fazem, citaram outros filósofos e pensadores, deram exemplos pessoais e terminaram mostrando que ser feliz é possível ? não o tempo todo, mas é possível para todos.
Arrastamo-nos por trás da mídia digital, que, aquém da decisão consciente, transforma decisivamente nosso comportamento, nossa percepção, nossa sensação, nosso pensamento, nossa vida em conjunto. Um enxame digital! Embriagamo-nos hoje em dia da mídia digital, sem que possamos avaliar inteiramente as consequências dessa embriaguez. Essa cegueira e a estupidez simultânea a ela constituem a crise atual.
?Mais uma vez recorro ao meu estimado leitor e a minha querida leitora: discordem, concluam, concordem ou lamentem, mas sempre leiam e formem sua própria peça multifacetada da aventura do saber. A magia do conhecimento é maior do que todos nós.? ?Radicalismo derruba democracia e nunca edifica de verdade.? ?A internet deu o estatuto de intelectual orgânico a todos que tiverem acesso à rede. É o eclipse do conhecimento em si e o despontar da militância catequética.? ?Nunca associei ética à fé ou a sua ausência. Temos ateus e religiosos éticos, bem como violências ligadas aos dois campos. O complicado, ultimamente, não é crer ou não crer em Deus. O difícil é crer no homem. É árduo acreditar em si.? ?Narrar uma história para uma criança é colocar uma marca indelével na sua formação. Creia-me: ela pode esquecer os nomes, no entanto a experiência será eterna. Para sempre, estarão no fundo da mente, dialogando com outras histórias.?
A crítica que Nietzsche faz ao idealismo metafísico focaliza as categorias do idealismo e os valores morais que o condicionam, propondo uma nova abordagem: a genealogia dos valores. O filósofo questiona em sua obra os valores morais, que, para ele, originam-se da reação dos fracos, que colocam o bem como negação das ações dos poderosos. Friedrich Nietzsche considerava Além do Bem e do Mal a sua obra mais importante.
'Não nascemos prontos!', de Mario Sergio Cortella, apresenta crônicas que discutem temas diversos à luz da filosofia. A grande qualidade do livro é a união entre a filosofia e o cotidiano. O autor faz esta relação nos ensaios que tratam de temas como acomodação, flexibilidade para as mudanças, a pressa característica do mundo atual, aceleração do cotidiano, falta de esperança das novas gerações e o sentido da amizade. Esta obra leva o leitor a refletir sobre temas como responsabilidade ética e social, gestão corporativa para empresas, gestão do conhecimento, do ser humano e do ócio recreativo.
Esta obra procura apresentar expoentes do pensamento ocidental da filosofia e explorar suas principais ideias sobre o mundo e sobre a melhor maneira de viver nele. Em quarenta capítulos, Nigel Warburton pretende propor uma jornada histórica, partindo da tradição iniciada com Sócrates, há aproximadamente 2.500 anos. O autor tem o intuito de trazer ainda dados sobre a vida e o pensamento de alguns filósofos como Kant, Maquiavel, Sêneca, Freud, Nietzsche, entre outros.