A VERDADE POR TRÁS da FANTASIA Venerados por leitores do mundo inteiro, os dois maiores escritores de fantasia do século XX, J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis, venderam juntos mais de 250 milhões de exemplares de suas sagas o Senhor dos Anéis e As crônicas de Nárnia. Porém, poucas pessoas sabem que Tolkien e Lewis, muito diferentes tanto no temperamento quanto no estilo de escrita, tiveram, ao longo de quase 40 anos, uma relação conturbada, marcada por afinidades, ressentimentos e influências mútuas. Sem o encorajamento de Lewis, Tolkien jamais teria escrito o Senhor dos Anéis; por outro lado, toda a ficção de Lewis é profundamente marcada pelas ideias de Tolkien. Em o dom da amizade, o professor e jornalista inglês Colin Duriez conta a verdadeira história dessa relação de amor e ódio.
Este livro é fruto de um relacionamento entre irmãos especiais, pois um deles é uma pessoa com Down. Ter na família alguém assim é uma experiência que nos dá uma melhor compreensão do mundo. Há algum tempo pensava em escrever contando a nossa história. Adiei algumas vezes, porém chega um momento em que os pensamentos parecem querer saltar, as ideias ficam pequenas apenas na lembrança e é preciso tomar forma em texto para que todos conheçam a paixão que nos une. Obviamente que o título desta obra não é ensinar caminhos, orientar pessoas e, muito menos, transmitir conhecimentos. Cada história é única, com suas dificuldades, emoções, encantos e caminhos. A intenção é tão somente partilhar experiências, colocar para fora tudo o que sinto e, antes de mais nada, mostrar meu amor ao Eduardo, meu irmão. E enfim, divulgar a alegria e a riqueza que é conviver com um irmão Down. Sinto-me premiado por essa oportunidade. Por isso, não quero falar apenas da síndrome. Quero falar de paixão e cumplicidade.
?Mal me lembro dos homens. Eles estavam por toda parte, lógico ? maridos, pais, irmãos ?, mas só me lembro das mulheres?, escreve Vivian Gornick a certa altura deste livro. O território é o Bronx nova-iorquino da década de 1940, um lugar cercado de mulheres ansiosas e boas de briga, destacando-se entre elas a indomável mãe judia da autora. Afetos ferozes é a história de um elo delicado e muitas vezes exaustivo, a crônica de uma ligação que define e limita ao mesmo tempo. É também o retrato de uma sociedade e de uma era em que as mulheres começaram a se tornar protagonistas de suas próprias histórias ? além de uma das mais profundas meditações sobre a experiência de ser mulher. Crítica, jornalista e ensaísta experiente, Gornick perambula pelas ruas de Manhattan com sua mãe idosa. Ao longo desses passeios repletos de histórias, lembranças, reprimendas e cumplicidades, conhecemos a história da luta ? ferrenha e muitas vezes dolorosa ? de uma filha para encontrar o seu lugar e a sua voz no mundo. Desde cedo, a pequena Vivian sofre a influência de dois modelos femininos bastante distintos: o da mãe neurótica, teimosa e inteligente; e o de Nettie, sua apaixonada vizinha, viúva, mãe de um bebê, consciente de sua própria sensualidade. Essas duas figuras representam padrões que a jovem Gornick a um só tempo anseia e detesta, e que vão determinar seu relacionamento futuro com os homens, com o trabalho e com outras mulheres pelo resto da vida.
Escrito com uma clareza atordoante que fascina desde a primeira linha, Afetos ferozes pode ser lido como um grande romance da tradição literária norte-americana do século XX. Mas um romance de não ficção em que a memória, a família, a palavra escrita e a força inesgotável das mulheres são as grandes protagonistas.
Neste livro, o cantor Ney Matogrosso, um dos artistas mais respeitados do Brasil, lembra de momentos marcantes de sua trajetória pessoal e profissional, dos anos 1970, quando despontou no cenário nacional com a banda Secos & Molhados, até agora. Ele ressalta a importância de sua formação familiar ? principalmente a relação conturbada com a autoridade do seu pai ?; os lugares onde viveu pelo país; a forte conexão espiritual com a natureza; a experiência com as drogas; a certeza e o desejo de ser um artista realizado; o combate a censura e transgressão estética; a liberdade para lidar com sua sexualidade e seus amores, como a relação que viveu com Cazuza; a firmeza para lidar com as perdas da vida; e a leveza para lidar com o passar do tempo e se reinventar. Com cerca de 70 fotografias PB e dois cadernos de fotos coloridos, o livro contém ainda um anexo com toda a discografia do cantor.
Após 45 anos de dedicação exclusiva ao Grupo RBS ? a principal empresa de mídia do Sul do país e uma das gigantes da comunicação no Brasil ?, Nelson P. Sirostky sentiu que era hora de repensar seus objetivos e dar início a uma nova etapa em sua vida.
Desse momento de reflexão nasceu este livro escrito a quatro mãos em parceria com a romancista Leticia Wierzchowski. O oitavo dia conta a trajetória de Nelson, ajuda a entender a sua personalidade, mostra os bastidores dos 21 anos em que esteve na presidência da RBS e narra a saga de sua família ? da chegada de seus avós ao Brasil, fugindo dos horrores das perseguições religiosas, aos dias de hoje.
Dividido em quatro narrativas que se cruzam, o livro é um misto do relato franco e honesto do protagonista-autor com pesquisas e histórias reais, entrelaçados num fio habilmente urdido pela autora. Tudo isso daria mesmo um instigante romance.
Repleto de personagens fortes e marcantes, este é o retrato literário da alma de um ser humano que se reinventa a partir de suas virtudes e fraquezas, um mergulho por seus valores e sua espiritualidade. Uma história de passado e futuro, de coragem, recomeços e memórias.
Uma celebração nada ortodoxa aos 70 anos de Rita Lee. Essa é uma das (muitas) maneiras de se descrever favoRita, o novo livro da roqueira-mor. Com edição especial e luxuosa, genial e personalíssima, a obra apresenta textos ? autobiográficos e devaneios ? de nossa maior compositora e brilhante autora.
E mais:
Fotos raras e inéditas dos mais de 50 anos de carreira da artista;
Um dossiê sobre a perseguição a Rita na época da ditadura ? com documentos e
letras de músicas proibidas;
A paixão e o ativismo pelos bichos em textos e fotos especiais;
A ligação com a imagem e a teatralidade e os figurinos dos seus shows;
Depoimentos de personalidades e artistas;
Ensaio fotográfico novinho em folha e totalmente exclusivo para esta edição;
Paper doll de Rita Lee;
E muitas surpresas!
Desenhar esse projeto com Rita ? sempre antenada, muito generosa e nada previsível ? me fez pensar por diversas vezes: só ela poderia ter um livro como esse. Por isso, é com honra, prazer e orgulho que convido todos a celebrarem com nossa favoRita. Saúde! Guilherme Samora ? editor, jornalista e estudioso do legado cultural de Rita Lee
Em detalhes assustadores, Mindhunter mostra os bastidores de alguns dos casos mais terríveis, fascinantes e desafiadores do FBI.
Durante as mais de duas décadas em que atuou no FBI, o agente especial John Douglas tornou-se uma figura lendária. Em uma época em que a expressão serial killer, assassino em série, nem existia, Douglas foi um oficial exemplar na aplicação da lei e na perseguição aos mais conhecidos e sádicos homicidas de nosso tempo. Como Jack Crawford em O Silêncio dos Inocentes, Douglas confrontou, entrevistou e estudou dezenas de serial killers e assassinos, incluindo Charles Manson, Ted Bundy e Ed Gein.
Com uma habilidade fantástica de se colocar no lugar tanto da vítima quando no do criminoso, Douglas analisa cada cena de crime, revivendo as ações de um e de outro, definindo seus perfis, descrevendo seus hábitos e, sobretudo, prevendo seus próximos passos.
Com a força de um thriller, ainda que terrivelmente verdadeiro, Mindhunter: o primeiro caçador de serial killers americano é um fascinante relato da vida de um agente especial do FBI e da mente dos mais perturbados assassinos em série que ele perseguiu. A história de Douglas serviu de inspiração para a série homônima da Netflix, que conta com a direção de David Fincher (Garota Exemplar e Clube da Luta) e Jonathan Groff, Holt McCallany e Anna Torv.
"Uma das coisas mais afortunadas que pode nos acontecer em vida é ter vivido uma infância feliz. Eu tive uma infância muito feliz. São essas as linhas de abertura da Autobiografia de Agatha Christie (1890-1976), as memórias de toda a vida da romancista mais famosa e mais lida de todos os tempos, conhecida mundialmente como Rainha do Crime.
Autora de mais de cem livros, a maioria dos quais romances de mistério como os já clássicos Cai o pano e Assassinato no Expresso Oriente, além de contos e peças teatrais, criadora do investigador belga Hercule Poirot e da nada ingênua Miss Jane Marple, entre dezenas de outros personagens, Christie é o exemplo máximo de escritor bem-sucedido que deixou sua marca indelével na literatura. Tendo nascido no seio de uma família abastada, em Torquay, na Inglaterra, casou-se por paixão e trabalhou como enfermeira voluntária durante a Primeira Guerra Mundial (quando adquiriu um conhecimento sobre fármacos e substâncias químicas que lhe seria muito útil na composição dos intrincados assassinatos de seus livros); alcançou o sucesso cedo, em 1920, com a publicação do romance O misterioso caso de Styles. Seguiriam-se dezenas de obras publicadas, um divórcio, um novo casamento; uma carreira triunfante como poucos escritores têm o luxo de experimentar, uma vida peculiar, repleta de viagens e experiências quase impensáveis para as mulheres de sua geração.
Durante as décadas em que brindava com regularidade leitores do mundo inteiro com suas fascinantes e criativas histórias de mistério, pouco se soube sobre a vida da autora, ciosa de sua privacidade e avessa a entrevistas. Já na maturidade foi que ela começou, para sua satisfação pessoal, a redação desta Autobiografia, que seria publicada no ano seguinte à sua morte e que é, na verdade, um delicioso livro de memórias. Escolhendo os momentos e as experiências cuja rememoração lhe era mais prazerosa, esta contadora de histórias nata reflete sobre sua infância na Inglaterra do final da era vitoriana, sua juventude no período eduardiano, a Primeira e a Segunda Guerra Mundial; a experiência de criar a filha única, os primeiros passos na carreira literária, o sucesso estrondoso que levou sua obra a ser traduzida em mais de cem línguas, a relação com as próprias obras e seus editores, as expedições que realizou a fim de acompanhar o segundo marido, Max Mallowan, arqueólogo catorze anos mais novo que ela.
Como que numa conversa espontânea com um amigo, Christie revela pessoas e fatos que inspiraram alguns de seus personagens e enredos, o que estava acontecendo em sua vida enquanto escrevia determinado romance e também sua sensível percepção sobre um mundo e uma sociedade que, ao longo de sua vida, passaram por mudanças drásticas.
Destas deleitáveis páginas, repletas de ternura, emerge, sim, uma mulher madura e feliz, relembrando o próprio passado, mas sobretudo uma mulher ousada, à frente do seu tempo, que trilhou seu próprio e inusitado caminho, numa existência tão inte
Quando foram publicados, em 1998
e 2000, os dois volumes da monumental
biografia de Hitler escrita por Ian Kershaw
foram imediatamente saudados em
todo o mundo como obras fundamentais
sobre a figura mais sinistra da história do
século xx. A presente tradução foi realizada
a partir da versão condensada elaborada
pelo autor, que eliminou cerca de
quatrocentas páginas de notas e referências
"destinadas sobretudo ao público
acadêmico", sem no entanto prejudicar
a força da narrativa e o poder de seu argumento.
Kershaw escreve baseado na farta
documentação já conhecida e em novas
fontes, como o surpreendente diário de
goebbels, redescoberto no início da década
de 1990, que traz revelações mais
íntimas sobre as atitudes, as hesitações e
o comportamento de Hitler no poder. A
trajetória inteira desse indivíduo que parecia
destinado ao fracasso e que acabou
na direção de um dos países mais desenvolvidos,
cultos e complexos da Europa é
esmiuçada pelo autor, em busca de uma
explicação para essa incrível trajetória
ascendente, para o domínio que Hitler
exerceu sobre as elites alemãs e para a catástrofe
que causou em seu país e no resto
do mundo.
Sem desprezar os traços de personalidade
do ditador na explicação da história,
o autor enfatiza os aspectos sociais, políticos
e econômicos da sociedade alemã
traumatizada pela derrota na Primeira
guerra, a instabilidade política, a miséria
econômica e a crise cultural. E, em vários
momentos, Kershaw permite-se fazer
exercícios contrafactuais, perguntando-se
como tudo poderia ter sido diferente se,
por exemplo, a elite conservadora alemã
tivesse se comportado de outra maneira,
ou se as potências ocidentais não tivessem
hesitado tanto, ou mesmo se Hitler
simplesmente não tivesse tido tanta sorte
(sua sobrevivência a vários atentados,
por exemplo, se deveu muitas vezes ao
acaso).
De um lado, o autor evita as simplificações
de alguns críticos do nazismo, mas
por outro contesta, utilizando para isso
um exame detalhadíssimo de documentos
e eventos, as teorias revisionistas que
tentam "absolver" Hitler do Holocausto.
Ele mostra que, de fato, não existe uma
ordem escrita por Hitler para a execução
da "solução final para a questão judaica",
mas isso não o isenta da responsabilidade
pelo extermínio de milhões de judeus,
pois, além de estimular verbalmente essa
"aniquilação" (palavra que usava com
prodigalidade), ele estava perfeitamente
a par do que se passava nos campos
de concentração ("Não faço nada que o
Führer não saiba", disse o carrasco-mor
Himmler).
Em suma, trata-se da biografia mais
completa e abrangente do homem que
levou o racismo, o desprezo pela vida humana,
a insensatez política e o desvario
militar a extremos tais que o romancista
Norman Mailer chegou a ver nele a pura
encarnação do demônio.