A editora Filocalia oferece ao público leitor uma edição bilíngue em três volumes desta obra fundamental de um dos maiores gênios do pensamento ocidental, Agostinho de Hipona. Este primeiro volume que está sendo lançado agora contém a tradução da primeira parte da obra, acompanhada de notas explicativas e de extensos comentários para cada parágrafo, além de dois ensaios introdutórios e de um léxico de referência com centenas de verbetes. Os volumes restantes contendo as respectivas traduções anotadas e comentadas das segunda e terceira partes da obra serão lançados logo na sequência.
Escrita em Roma pouco depois de sua conversão (388), esta primeira parte constitui um diálogo entre Agostinho e seu discípulo Evódio. O abrupto da questão inicial evidencia o desafio a ser enfrentado: se Deus é o criador de tudo, como não seria ele o responsável pelo mal no mundo, conforme acusava o maniqueísmo? A estratégia adotada foi deslocar o problema da natureza para o sujeito: cada um é o autor de seu próprio malfeito, e todo sofrimento é decorrente de retribuição meritória administrada pela Providência. Porém isso era mais simples de crer do que justificar. Por indução com base na análise de dois gêneros de pecado, conclui-se que o mal situa-se na libido, o amor sensual dos bens passíveis de perda involuntária; portanto nem na natureza, muito menos em seu Criador. Essa ?solução? inicial, ainda dependente de uma mundividência clássica, assentava-se na primazia da razão sobre os movimentos irracionais da alma, herança platônica que os estoicos levaram às últimas consequências com seu ideal de sabedoria. O resultado inevitável era a autossuficiência do arbítrio da vontade para evitar o mal e praticar as virtudes que conduzem à vida feliz. No racionalismo desposado aqui pelo autor, o querer apenas basta, porque a vontade, onde reside o mérito de toda ação, está em poder de si própria.
Filosofias africanas é uma viagem ao pensamento africano pelos ganhadores do Prêmio Jabuti ? Livro do ano. Num sentido amplo, o termo ?filosofia? designa a busca do conhecimento iniciado quando os seres humanos começaram a tentar compreender o mundo por meio da razão. O termo pode também definir o conjunto de concepções, práticas ou teóricas, acerca da existência, dos seres, do ser humano e do papel de cada um no Universo. Na prática acadêmica, é usado para designar o ?conjunto de concepções metafísicas (gerais e abstratas) sobre o mundo?. A grande crítica que se faz às tentativas de caracterizar o pensamento tradicional africano como filosofia é a de que, na África, os nativos, defrontados com a grande incógnita que é o Universo, seriam incapazes de ir além do temor e da reverência, próprios das mentes ditas ?primitivas?. A partir daí, o chamado ?racismo científico?, um dos pilares do colonialismo no século XIX ? desqualificando as fontes do saber africano conhecidas desde a Antiguidade ?, negou a possibilidade de os africanos produzirem filosofia. Então, o reconhecimento como filósofos, no sentido estrito do termo, de pensadores nascidos na África e de uma linha filosófica deles originada só ocorreu a partir do século XX. Filosofias africanas trata tanto dos saberes ancestrais africanos, sua essência preservada nos provérbios, na diversidade multicultural e nos ensinamentos passados durante gerações por meio da oralidade, quanto da contribuição de filósofos africanos e afrodescendentes contemporâneos na atualização desses saberes, muitos dos quais pautados no decolonialismo. Nei Lopes e Luiz Antonio Simas, de maneira didática, mais uma vez escreveram uma obra que evidencia a complexidade, sofisticação e profundidade do pensamento africano e das perspectivas de mundo que sua filosofia provoca.
"Ao longo de mais de duas décadas de ensino, Olavo de Carvalho já expôs algumas vezes a seus alunosos príncipios e as descobertas monumentais da filosofia de Mário Ferreira dos Santos, a quem Olavo não hesita em se referir como ""um dos maiores filósofos do século XX - não só do Brasil, mas do mundo"". Este livro reúne o essencial de quanto Olavo escreveu e ensinou a respeito da obra de Mário.
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Estas são anotações pessoais do imperador romano Marco Aurélio escritas entre os anos de 170 a 180.
Também conhecidas como Meditações a mim mesmo, reúnem aforismos que orientaram o governante pela perspectiva do estoicismo ? o controle das emoções para que se evitem os erros de julgamento. Suas meditações formam um manual de comportamento ainda atual sobre como podemos melhorar nosso comportamento e o relacionamento com o próximo.
Marco Aurélio trava um diálogo interior em busca de verdades fundamentais por meio da razão sem deixar de lado a sensibilidade. Sem inclinação a qualquer crença religiosa, Meditações apela para ordens universais nas quais até mesmo os acontecimentos ruins ocorrem para o bem de todos. O imperador assume o papel do filósofo que instrui o aluno e dá conselhos ao amigo.
Por seu caráter íntimo, Meditações tornou-se um dos escritos mais reveladores e inspiradores a respeito do pensamento de um grande líder. Apresenta ensinamentos sobre as virtudes, a felicidade, a morte, as paixões e a harmonia com a natureza e a aceitação de suas leis. Figura ainda entre as obras fundamentais para os estudiosos da filosofia estoica, mesmo milênios depois de sua composição.
Obra que celebrizou o escritor e político francês Benjamin Constant, A liberdade dos antigos comparada à dos modernos contrapõe os paradigmas de liberdade individual, principalmente da Roma Antiga e da Inglaterra do século XIX. Constant busca um modelo prático de liberdade que possa ser aplicado a sociedades comerciais de enormes proporções. Escrito em 1819, este discurso de Constant coloca a liberdade dos antigos como uma soberania social plena, com participação direta do indivíduo nas decisões políticas, mas sem levar em conta seus direitos individuais. Já a liberdade moderna é apresentada como a extrema valorização dos direitos individuais, ainda que implique a perda da soberania política plena, uma vez que o indivíduo abre mão desta ao eleger um representante de seus interesses. Obra essencial para a compreensão dos direitos de participação política, A liberdade dos antigos comparada à dos modernos é um clássico do direito e da filosofia para estudantes, teóricos e todos os que se interessam pelo tema.
Um dos grandes nomes da filosofia nacional, Mario Sergio Cortella já conquistou milhares de pessoas com suas palestras e livros esclarecedores e provocativos. Nesta nova obra, "Filosofia: e nós com isso?", aborda um assunto profundo e necessário, e explica porque a Filosofia é tão importante para nossa vivência. Segundo Cortella: ?A principal contribuição da Filosofia é criar obstáculos, de modo a impedir que as pessoas fiquem prisioneiras do óbvio, isto é, que circunscrevam a sua existência dentro de limites estreitos, de horizontes indigentes e de esperanças delirantes. Em outras palavras, a Filosofia estende a nossa consciência e fortalece nossa autonomia.?
"Em Picasso, Gertrude Stein aproveita-se do seu convívio com o pintor para fazer uma biografia de leitura fácil e leve que nos permite compreender o que o inspirava e, consequentemente, sua arte. Além de interpretar os motivos que o levavam a pintar e seu processo artístico, ela acrescenta informações pessoais e seus próprios comentários a respeito da sua obra, com o estilo que lhe é peculiar.
Stein discorre sobre a influência na obra de Picasso das cores da Espanha, do circo e da escultura africana, sobre suas amizades com artistas como Guillaume Appollinaire e Max Jacob, sobre sua vida familiar e suas perspectivas particulares sobre a arte. Também relata momentos que passou com o pintor e enfatiza seu talento natural, expressado desde a infância, e sua necessidade de se esvaziar através da arte. Memórias reveladoras e intuições sobre a arte em geral, e especificamente sobre o cubismo e seu surgimento, tornam este breve ensaio biográfico imperdível para a compreensão da arte moderna e um dos seus maiores pintores.
Priscila Catão"
Escrita pelo cientista político alemão Michael Heinrich, um dos maiores especialistas na obra de Karl Marx, esta biografia em três volumes promete ser o trabalho definitivo para compreender, de forma integrada, a vida e a obra do filósofo alemão.
Com a missão de completar as insuficiências comuns nas outras biografias disponíveis e, inclusive, corrigir seus erros factuais, Michael Heinrich também se dispôs a escrever com franqueza, escapando das armadilhas que levaram muitos autores anteriores a tratar o biografado de forma a fundamentar uma imagem já existente, deixando muitas vezes a impressão de que a intenção não era investigar Karl Marx, mas meramente reafirmar o que se conhecia dele. Para isso, Heinrich diferencia com exatidão o que é comprovado por fontes do que é apenas uma hipótese, ora mais, ora menos plausível. Neste primeiro volume, o autor investiga os anos iniciais de Marx, de sua infância aos anos de formação intelectual, em que doutorou-se na Universidade de Iena. Os dois volumes seguintes estão previstos para 2019 e 2020.
O BANQUETE É UMA NARRATIVA FEITA POR APOLODORO ACERCA DO BANQUETE QUE AGATÃO OFERECEU A ALGUNS AMIGOS ENTRE ELES SÓCRATES ARISTÓFANES ALCIBÍADES ETC AO EXPLANAR PARA O LEITOR O DIÁLOGO O NARRADOR POSSIBILITA UMA REFLEXÃO SOBRE EROS (AMOR) EXPONDO EXPERIÊNCIAS E COGITAÇÕES FUNDAMENTALMENTE HUMANAS O BANQUETE É UMA OBRA CONTAGIANTE E ESPIRITUOSA EDIÇÃO BILÍNGUE
Aristóteles (384a.C.-322a.C), um dos mais influentes filósofos de todos os tempos, foi discípulo de Platão, permanecendo por vinte anos na Academia. Em 336a.C., fundou o Liceu. De sua obra nos chegou às mãos sobretudo os escritos destinados ao ensino nessa escola. O legado de Aristóteles marcou indelevelmente o pensamento ocidental. Ao empreender a observação metódica da natureza, o filósofo estagirita lançou as bases para o desenvolvimento da ciência. Criou a biologia, fez estudos sobre retórica, ética, constituições, política, economia. É também o criador da lógica formal: uma das suas maiores contribuições à humanidade. O tratado das Categorias aqui apresentado ao leitor brasileiro, com tradução do grego clássico e comentários de José Veríssimo Teixeira da Mata é de grande importância na configuração da lógica e da me-tafísica aristotélicas. Classifica e analisa os predicados do ser.