Um mundo profundamente transformado. A humanidade à beira da extinção. As águas já engoliram as grandes cidades costeiras e chegaram ao coração dos continentes. Nada resta a não ser colônias nos arquipélagos formados pelo topo das montanhas. É em uma dessas ilhas remotas que Myra e sua filha de 7 anos, Pearl, ouvem falar que Row, filha mais velha de Myra, pode estar viva em um acampamento próximo ao Círculo Ártico. Por sete anos, a mãe carregou o luto de ter perdido Row, que foi sequestrada pelo pai assim que o oceano começou a tomar as terras do Nebraska. Deixando de lado qualquer precaução, as duas dão início a uma arriscada viagem para explorar o perigoso mar do Norte, com a esperança de encontrar Row ainda viva. Nessa jornada, mãe e filha embarcam em um navio cuja tripulação deseja construir um refúgio seguro naquele abominável mundo novo. Mas os segredos, a ganância e a traição de amigos e inimigos ameaçam esse sonho, e, após inúmeros episódios sangrentos, Myra não pode mais ignorar a pergunta que ecoa em sua mente desde o princípio da jornada: vale a pena colocar em risco a vida de Pearl e de seus aliados para salvar Row? Uma leitura angustiante, repleta de esperanças frágeis e desejos perdidos, Mais forte que o mar retrata a odisseia impactante e, por vezes, medonha sobre como será o futuro e o que estamos dispostos a fazer por aqueles que amamos. Uma saga redentora e, ao mesmo tempo, surpreendente.
Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século 20, 'A revolução dos bichos' é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos. Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista. Com o acirramento da Guerra Fria, as mesmas razões que causaram constrangimento na época de sua publicação levaram 'A revolução dos bichos' a ser amplamente usada pelo Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de manipulação política, sentiu-se incomodado com a utilização de sua fábula como panfleto. Depois das profundas transformações políticas que mudaram a fisionomia do planeta nas últimas décadas, a pequena obra-prima de Orwell pode ser vista sem o viés ideológico reducionista. Mais de sessenta anos depois de escrita, ela mantém o viço e o brilho de uma alegoria perene sobre as fraquezas humanas que levam à corrosão dos grandes projetos de revolução política. Escrito com perfeito domínio da narrativa, atenção às minúcias e extraordinária capacidade de criação de personagens e situações, 'A revolução dos bichos' combina de maneira feliz duas ricas tradições literárias - a das fábulas morais, que remontam a Esopo, e a da sátira política, que teve talvez em Jonathan Swift seu representante máximo.
Após uma tragédia, Natalie Harper herda a charmosa, mas praticamente falida, livraria de sua mãe, localizada num prédio histórico no centro de São Francisco, na Califórnia, e a responsabilidade de cuidar do seu avô Andrew, cada vez mais debilitado.Com a recusa de Andrew em vender a loja, Natalie deixa sua antiga vida ? segura, confortável e previsível ? para trás e volta para São Francisco determinada a recuperar a livraria que um dia foi seu lugar favorito no mundo. Porém, sua vida se parece mais com um livro de horror do que com um conto de fadas. O prédio está caindo aos pedaços, as dívidas se acumulam rapidamente, a saúde do avô entra em declínio e ela não consegue ver uma luz no fim do túnel.Natalie precisa de um sinal, ou pelo menos de um livro que a ajude a resolver seus problemas, mas em vez disso recebe Peach Gallagher, contratado por sua mãe para fazer reparos no prédio. À medida que Peach começa seu trabalho, Natalie se vê envolvida numa jornada de novas conexões, descobertas e revelações, de artefatos antigos escondidos nas paredes da livraria até verdades inexploradas sobre sua família, seu futuro e seu coração.
"Último livro escrito por Clarice Lispector, A hora da estrela é também uma despedida. Lançada pouco antes de sua morte, em 1977, a obra conta os momentos de criação do escritor Rodrigo S. M. (a própria Clarice) narrando a história de Macabéa, uma alagoana órfã, virgem e solitária, criada por uma tia tirana, que a leva para o Rio de Janeiro, onde trabalha como datilógrafa. Em A hora da estrela, Clarice escreve sabendo que a morte está próxima e põe um pouco de si nas personagens Rodrigo e Macabéa. Ele, um escritor à espera da morte, ela, uma solitária que gosta de ouvir a Rádio Relógio e que passou a infância no Nordeste, como Clarice. Na Dedicatória do Autor, um pequeno texto que introduz a história propriamente dita, a autora dedica a obra e ela própria à música de Schumann, Beethoven, Bach, Chopin, Stravinsky, Richard Strauss, Debussy, Marlos Nobre, Prokofiev, Carl Orff, Schönberg e outros ""que em mim atingiram zonas assustadoramente inesperadas"". Macabéa, a nordestina, cumpre seu destino sem reclamar. Feia, magra, sem entender muito bem o que se passa à sua volta, é maltratada pelo namorado Olímpico e pela colega Glória. Os dois são o seu oposto: o metalúrgico Olímpico sonha alto e quer ser deputado, e Glória, carioca da gema e gorda, tem família e hora certa para comer. Os dois acabam juntos, enquanto Macabéa, sozinha, continua a viver sem saber por que está vivendo, sem pensar no futuro nem sonhar com uma vida melhor. Até que um dia, seguindo uma recomendação de Glória, procura a cartomante Carlota. Nova edição, agora com projeto gráfico de Victor Burton e capa criada a partir de pinturas da própria Clarice. Esta edição traz posfácio de Paulo Gurgel Valente."
Em uma remota região da Polônia, uma professora de inglês aposentada costuma se dedicar ao estudo da astrologia, à poesia de William Blake, à manutenção de casas para alugar e a sabotar armadilhas para impedir a caça de animais silvestres. Sua excentricidade é amplificada por sua preferência pela companhia dos animais aos humanos e pela crença na sabedoria advinda do estudo dos astros. Subversivo, macabro e discutindo temas como mundo natural e civilização, este livro parte de uma história de crime e investigação convencional para se converter numa espécie de suspense existencial. Olga Tokarczuk oferece um romance instigante sobre temas como loucura, injustiça e direitos dos animais.
Muitos livros em um, Moby Dick é considerado uma das obras mais importantes da literatura. Publicado em 1851, recebeu duras críticas da imprensa especializada, sendo ?redescoberto? apenas no início do século XX, por meio das análises de escritores consagrados da época, como D. H Lawrence e W. H Auden. O clássico de Herman Melville é narrado por Ishmael, tripulante do baleeiro comandado pelo capitão Ahab, que, em sua última viagem, deseja capturar a grande baleia branca que no passado arrancou uma de suas pernas. A beleza e a complexidade de Moby Dick residem na forma como Melville consegue explorar com maestria os mais diversos gêneros literários, construindo ao mesmo tempo diálogos shakespearianos, descrições científicas precisas e reflexões filosóficas sobre o bem e o mal.
Ela acabou de se mudar para o novo apartamento com o seu homem. É um grande loft reformado num estilo moderno e impecavelmente branco. Ela vai se casar em junho. Ele vai morar com a esposa e a filha pequena no segundo andar do Prédio B. A decoração do apartamento está quase pronta. Eles se encontram pela primeira vez em um domingo de novembro, no hall de entrada do prédio. Ela está saindo e ele, chegando. Ela vê a imagem daquele desconhecido contra a luz do sol de outono. De repente, é como se perdesse o chão. Ele para e fica olhando para ela. Paralisado, não consegue falar. Mais tarde, dirão que foi naquele instante que tudo começou. Afinal, não tinha como controlar o turbilhão de emoções que viria a seguir. Há histórias contra as quais é inútil lutar.
Poucos romancistas conseguiram transmitir as sutilezas e nuances de seu próprio meio social com a inteligência e a perspicácia de Jane Austen. Uma das principais romancistas da literatura mundial, consagrou-se pela ironia presente em seus romances, repletos de diálogos afiados. Neste boxe estão reunidas três grandes obras da autora. "Mansfield Park" (1814) é considerado o romance mais ambicioso e profundo de Jane Austen. Em "Abadia de Northanger" (1818) é feita uma paródia ao romance gótico, muito em voga na Inglaterra na segunda metade do século XVIII. E "Persuasão" (1818), uma sátira da sociedade provinciana inglesa do início do século XIX, é considerado o mais maduro e bem-realizado romance da memorável carreira da escritora.
Quando a voz de uma garota quebra o silêncio da história
Lina Vilkas é uma lituana de 15 anos cheia de sonhos. Dotada de um incrível talento artístico, ela se prepara para estudar artes na capital. No entanto, a noite de 14 de junho de 1941 muda para sempre seus planos.
Por toda a região do Báltico, a polícia secreta soviética está invadindo casas e deportando pessoas. Junto com a mãe e o irmão de 10 anos, Lina é jogada num trem, em condições desumanas, e levada para um gulag, na Sibéria.
Lá, os deportados sofrem maus-tratos e trabalham arduamente para garantir uma ração ínfima de pão. Nada mais lhes resta, exceto o apoio mútuo e a esperança. E é isso que faz com que Lina insista em sua arte, usando seus desenhos para enviar mensagens codificadas ao pai, preso pelos soviéticos.
Cinzas na neve conta a história de um povo que perdeu tudo, menos a dignidade, a esperança e o amor. Para construir os personagens de seu romance, Ruta Sepetys foi à Lituânia a fim de ouvir o relato de sobreviventes dos gulags durante o reinado de horror de Stalin.
"Em homenagem aos 10 anos de publicação, a Globo Livros lança edição comemorativa da obra, que traz prefácio inédito e exclusivo do autor.
1959, Herat. Do relacionamento proibido entre um rico comerciante de uma das maiores cidades do Afeganistão e uma de suas empregadas nasce Mariam, uma jovem marcada pelo ostracismo e a tragédia que, rejeitada pelo pai, vive em um casebre na periferia com a mãe, tendo como único passatempo, além dos afazeres domésticos, observar os mosquitos, as flores e as pedras. Ainda adolescente, perde a mãe e é obrigada a se casar com um desconhecido trinta anos mais velho e cumprir o seu dever como mulher: servir ao marido e lhe dar muitos filhos. O destino, entretanto, parece ter outros planos para Mariam, assim como para seu país.
1993, Cabul. Laila tem catorze anos. Filha de um intelectual, ela cresceu sendo incentivada a estudar, cursar uma universidade, ter uma carreira e só depois, se assim o desejasse, pensar em se casar. Entretanto, quando seus dois irmãos são enviados para lutar contra os soviéticos, a mãe passa a ignorá-la e a se isolar em sua tristeza. Laila se vê então obrigada a assumir as responsabilidades da casa, enquanto tenta manter sua rotina na escola, seus encontros com as amigas e sua paixão secreta pelo vizinho. Laila havia sido criada para ser quem ela quisesse, entretanto, logo a guerra irá lhe mostrar que nem sempre seus desejos podem se tornar realidade.
Mariam e Laila são duas mulheres com idades, trajetórias e origens opostas que acabam unidas pelas tragédias da guerra e as restrições impostas pelo talibã. Seus destinos se cruzam de forma inexorável, e elas, em todas as suas diferenças, se provarão como suas únicas fontes de alegria, amizade e esperança. Ambas representam uma legião de mulheres afegãs que lutam todos os dias pela garantia de seus direitos mais básicos e por pequenos momentos de felicidade."
Quem nunca fingiu ser algo que não era para conquistar o carinha de quem estava a fim? Quem nunca teve medo de terminar um namoro por não saber como seria a vida sem aquela pessoa? Quem nunca deixou um sonho de lado pelo bem do relacionamento? Quem nunca meteu os pés pelas mãos e fez algo que sempre jurou que não faria - e até condenava quem fazia? Esses são alguns dos dilemas enfrentados pelas protagonistas de Amor(ex). Julia, por exemplo, só queria trabalhar e ajudar o pai com as finanças da casa, mas acabou se envolvendo com quem não devia. Stella tinha tudo na vida - era bonita, rica e famosa -, menos a coragem de acabar com um relacionamento de aparências. Luiza sempre soube o que faria da vida- um mestrado fora do país, para ser mais exata, em Nova York, porém abriu mão do seu sonho para continuar com Pedro. Alice sempre quis casar e se dedicar ao marido e à casa, mas acabou se apaixonando por Antonio, que nunca poderia dar aquilo que ela queria. Quatro meninas, quatro histórias de amor, desamor, desencontros e reviravoltas, quatro vidas que se entrelaçam e provam que sempre há tempo para mudar.