John e Jenny eram jovens apaixonados com uma vida perfeita quando resolveram adotar um cãozinho. Após visitar uma fazenda, escolheram Marley, encantados com a doçura da mãe do filhote. Porém, depois de conhecerem o pai da ninhada, um cão rabugento, mal-encarado e bagunceiro, John e Jenny torceram para que Marley tivesse puxado à mãe, mas as preces deles definitivamente não foram atendidas. Daquele dia em diante, a vida da família Grogan nunca mais foi a mesma ? ainda bem! Marley se mostrou um cão único, que arrebentava portas quando ouvia trovões, atravessava paredes de compensado, babava nas visitas, roubava roupas do varal dos vizinhos e comia tudo que via pela frente, incluindo forros de sofás e joias. John e Jenny tentaram controlá-lo, é claro, mas as escolas de adestramento não deram em nada ? Marley chegou até a ser expulso de uma por ridicularizar a treinadora. Só que o coração do cachorro era puro, e seu amor e lealdade, infinitos. Dividindo as alegrias e os sofrimentos ao lado de John e Jenny, inclusive quando os bebês do casal enfim chegaram, ele apoiou e acompanhou sua família humana nas situações mais difíceis. Como todo bom cão, Marley conquistou corações com seu espírito brincalhão e levado e, acima de tudo, mudou para sempre a vida de todos aqueles que encontrou.
"Com este seu primeiro romance, José Falero já se apresenta como um dos nomes mais relevantes da nova literatura brasileira. Ao criar um narrador culto e perspicaz ? que contrasta com o dialeto a um só tempo urbano e filosófico da periferia ?, o autor mostra seu talento incomum, fazendo uma verdadeira arqueologia da pobreza. Falero nos leva direto ao supermercado Fênix, na região central de Porto Alegre. É ali que trabalham Pedro e Marques, dupla que aos poucos veste a carapuça de um Dom Quixote e de um Sancho Pança amotinados. Moradores de ""vila"" (a favela no Sul), eles invertem o jogo mesmo que as consequências sejam graves. ""Preciso dar um jeito de experimentar as coisa que faz a existência valer a pena, e não vai ser trabalhando que eu vou conseguir isso."" Os dois conhecem pessoas que traficam na periferia onde moram, por isso insistem em se manter na legalidade. Mas, diante de uma ""seca"" de maconha devido ao desinteresse dos traficantes em comercializá-la, e já cansados da exploração do trabalho, os dois amigos decidem entrar para o tráfico. É a única opção para melhorar de vida. E também uma recusa à desumanização do trabalho assalariado. Uma recusa a todo o processo de exploração."
As três histórias da vida do andarilho Knulp estão entre os textos mais encantadores de Hermann Hesse. Reunindo temas depois aprofundados nas obras de grande sucesso do escritor ? a experiência existencial, a formação da personalidade, a contestação de velhos valores ?, Knulp apresenta o herói poético que influenciaria autores tão diversos como Stefan Zweig e Jack Kerouac. Hippie avant la lettre em plena Alemanha do fim do século xix, um jovem Knulp vagueia de cidade em cidade e se hospeda na casa de conhecidos, que lhe dão teto, comida e algum afeto. Ele evita, no entanto, construir relações mais profundas, estabelecer laços definitivos: é um amante da liberdade, uma espécie de esteta em fuga de um mundo crivado de imposições e crenças antiquadas. À medida que os anos passam, amigos o repreendem por ter desperdiçado seu talento e sua saúde com uma existência vadia, entregue à boemia e ao improviso. O andarilho, ainda que debilitado, não lhes dá ouvidos e segue desfrutando dos prazeres mais simples, aferrado aos breves momentos de felicidade. Uma das mais belas construções literárias de Hermann Hesse, Knulp é um personagem também complexo, que duvida constantemente de suas próprias escolhas. Esse modo de vida marginal levaria Hesse a preconizar: ?Se pessoas talentosas e corajosas como Knulp não conseguem encontrar um lugar em seu entorno, o entorno é tão cúmplice disso quanto o próprio Knulp?. Uma declaração que põe em xeque os padrões sociais daquele tempo ? e da atualidade.
Quando Elizabeth Bennet conhece o cobiçado Fitzwilliam Darcy, não hesita em julgá-lo arrogante e presunçoso, afinal ele parece desprezar sua companhia, assim como a de todo mundo, demonstrando um temperamento rude e orgulhoso, impossível de agradar. Após descobrir o envolvimento do detestável cavalheiro nos eventos que separaram sua querida irmã, Jane, do jovem Bingley, Elizabeth está determinada a odiá-lo ainda mais. Uma surpreendente reviravolta, porém, poderá provar que as primeiras impressões nem sempre são incontestáveis.
A escrita irônica e inteligente de Jane Austen perpetua-se pelos séculos, encantando geração após geração, e coroando-a uma das autoras mais lidas, admiradas e amadas de todos os tempos.
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Com sua linguagem ao mesmo tempo dura e poética, Patrícia Melo está de volta com um romance urgente que aborda a temática da matança de mulheres no Brasil
Mulheres empilhadas é uma obra de ficção, mas todas as personagens desse livro existem de fato. As protagonistas dessa história são as mulheres. Todas elas: as já feitas e as meninas, as gordas e as magras, as negras e as pardas, as indígenas e as descendentes de imigrantes, as analfabetas e as com grau universitário. Nesse romance intenso, que se lê de um fôlego só e que acompanha a trajetória pessoal de uma advogada, Patrícia Melo fala sobre a matança sistemática de mulheres no Brasil, que atinge democraticamente todas as classes sociais."
O quarto de Jacob, de 1922, é o primeiro livro experimental de Virginia Woolf. E as técnicas narrativas aqui utilizadas ainda causam, quase cem anos depois, a mesma estranheza que provocaram no início da segunda década do século passado. Mas é uma estranheza que vem acompanhada das recompensas e prazeres do novo e do inesperado. Está enxertado de pequenos ensaios sobre a ilusão identitária, sobre as mazelas do patriarcado, sobre os horrores da sanha militarista. Mas também há ilhas e remansos de pura poesia, de um lirismo deslumbrante, de um prazer estético radical e cristalino. O livro parece construído de fragmentos desconexos, de fiapos narrativos, de vinhetas isoladas. A narrativa dá pulos; salta, inesperadamente, de um contexto para outro; subverte a linearidade temporal e espacial. O personagem principal nunca é realisticamente revelado, nunca se deixa mostrar inteiramente. Ler O quarto de Jacob é uma experiência, existencial e, literariamente falando, transformadora.
A história milagrosa da fé de uma mãe e da ressurreição de seu filho. Livro que deu origem ao filme homônimo. Quando John, de 14 anos, caiu em um lago congelado no Missouri em uma manhã de inverno, sua mãe, Joyce Smith, achou que havia perdido tudo. Ao chegar ao hospital, Joyce descobriu que John já estava sem vida havia mais de sessenta minutos. Mas ela não estava pronta para desistir do filho. Joyce reuniu toda a sua fé e força e clamou a Deus em voz alta para salvá-lo. Milagrosamente, o coração de John começou a bater novamente. Nos próximos dias, o menino desafiaria todos os especialistas, todos os casos históricos e todas as previsões científicas. Dezesseis dias após cair no lago coberto por gelo e ficar clinicamente morto por uma hora, ele saiu do hospital completamente curado. Superação é sobre uma verdade profunda: com uma fé inabalável, nada é impossível.
Um romance provocador e corajoso sobre o desejo e o dever de procriar, escrito pela brilhante escritora canadense Sheila Heti. Em Maternidade, Sheila Heti reflete sobre os ganhos e as perdas para uma mulher que decide se tornar mãe, tratando a decisão que mais traz consequências na vida adulta com a franqueza, a originalidade e o humor que lhe renderam reconhecimento internacional por seu livro anterior, How Should a Person Be?. Ao se aproximar dos quarenta anos, numa fase em que todas as suas amigas se perguntam quando irão ter filhos, a narradora do romance intimista e urgente de Heti ? no limiar entre a ficção e autorreflexão ? questiona se aquela é uma experiência que ela quer ter. Numa narrativa que se estende ao longo de muitos anos, moldada a partir de conversas com seus pares e seu parceiro e de sua relação com os pais, ela se vê em um embate para fazer uma escolha sábia e coerente. Depois de buscar ajuda na filosofia, no próprio corpo, no misticismo e no acaso, ela descobre a resposta num lugar bem mais familiar do que imaginaria. ?Nunca vi ninguém escrever sobre a relação entre não ter filhos, escrever e a tristeza das mães do modo que Sheila Heti faz.? ? Elif Batuman, autora de Os possessos e A idiota
Se você soubesse a data de sua morte, como viveria sua vida?
É 1969 no Lower East Side de Nova York e os rumores na vizinhança são sobre a chegada de uma mulher mística, uma vidente que se diz ser capaz de dizer a qualquer um qual será o dia de sua morte. As crianças Gold ? quatro adolescentes que estão começando a conhecer a si mesmos ? saem de casa sorrateiramente para saber sua sorte. As profecias informam as próximas cinco décadas de sua vida. Simon, o menino de ouro, escapa para a costa oeste, procurando por amor na São Francisco dos anos 80; a sonhadora Klara se torna uma ilusionista em Las Vegas, obcecada em misturar realidade e fantasia; Daniel, o filho mais
velho, luta para se manter seguro como um médico do exército após o 9 de setembro; e Varya, a amante dos livros, se dedica a pesquisas sobre longevidade, nas quais ela testa os limites entre ciência e imortalidade. Um romance notavelmente ambicioso e profundo com uma brilhante história de amor familiar, Os imortalistas explora a linha tênue entre destino e escolha, realidade e ilusão, este mundo e o próximo. É uma prova emocionante do poder da literatura, a essência da fé e a força implacável dos laços familiares.
Filha de imigrantes mexicanos, Maria Sanchez é uma advogada inteligente, bonita e bem-sucedida que aprendeu cedo o valor do trabalho duro e de uma rotina regrada. Porém um trauma a faz questionar tudo em que acreditava e voltar para sua cidade natal, a pequena Wilmington. A cidade também é o lugar que Colin Hancock escolheu para se dar uma segunda chance. Apesar de jovem, ele sofreu mais violência e abandono do que a maioria das pessoas. Também cometeu sua parcela de erro e magoou mais gente do que gostaria. Agora está determinado a mudar de vida, tornar-se professor e dar às crianças o carinho e a atenção que ele próprio não teve. Colin e Maria não foram feitos um para o outro, mas um encontro casual durante uma tempestade mudará o rumo de suas histórias. Ao confrontar as diferenças entre os dois, eles questionarão as próprias convicções. E ao enxergar além das aparências, redescobrirão a capacidade de amar. Porém, nessa frágil busca por um recomeço, o relacionamento deles é ameaçado por uma série de incidentes suspeitos que reaviva antigos sofrimentos. E quando um perigo real começa a se impor, Colin e Maria precisam lutar para que o amor sobreviva. Com uma trama madura e repleta de emoções e de suspense, No seu olhar mostra que o amor às vezes é forjado em crises que ameaçam nos destruir e que o primeiro passo para a felicidade é acreditar em quem podemos ser.
Crime e castigo é um daqueles romances universais que, concebidos no decorrer do romântico século XIX, abriram caminhos ao trágico realismo literário dos tempos modernos. Contando nele a soturna história de um assassino em busca de redenção e ressurreição espiritual, Dostoiévski chegou a explorar, como nenhum outro escritor de sua época, as mais diversas facetas da psicologia humana sujeita a abalos e distorções e, desse modo, criou uma obra de imenso valor artístico, merecidamente cultuada em todas as partes do mundo.