"Michel Temer e o fascismo comum, completa a trilogia em que o autor e psicanalista de Tales Ab?Sáber descreve os possíveis processos psíquicos que deram sustentação aos três últimos presidentes, Lula, Dilma e Temer, compondo assim uma análise da política brasileira sob um ponto de vista inovador.
Nas palavras do autor ?Temer faz parte da estirpe dos homens medíocres do poder brasileiros. Nada nele é especial, fascinante ou criativo. Nada nele nunca surpreende, brilha ou dá esperança. Seu mundo é o dos gabinetes e dos acordos de bastidores. Não há nada a sonhar e nada a esperar a seu respeito. Seu universo de corpo e espírito, se podemos falar assim a seu respeito, é o mundo da infraestrutura da política, onde as decisões indizíveis são tomadas e os acordos das facções da política são feitos, entre os interesses que podem e os que não podem vir à luz do dia. Ainda, neste mundo são as mais tradicionais oligarquias políticas brasileiras, tradicionalmente fisiológicas, patrimonialistas e antissociais, meio modernizadas, que ele representa, e das quais se tornou um líder. Um líder vazio.?
Ainda segundo Tales Ab?Sáber, a cultura política da violência, definida como ?fascismo comum?, abriu as portas para o golpe que desmonta as conquistas sociais dia após dia."
Todo ano, milhares de pessoas são traficadas e submetidas a condições desumanas de serviço e impedidas de romper a relação com o empregador. Não raro, são impedidas de se desligar do trabalho até concluírem a tarefa para a qual foram aliciadas, sob ameaças que vão de torturas psicológicas a espancamentos e assassinatos. Pessoas que têm sua dignidade arrancada por um regime de trabalho escravo. Este livro, organizado por Leonardo Sakamoto, reúne grandes especialistas nacionais e estrangeiros que mostram o que é o trabalho escravo contemporâneo, sua história recente, como ele se insere no Brasil e no mundo, o que tem sido feito para erradicá-lo, e por que tem sido tão difícil combatê-lo. Uma obra necessária, uma ferramenta para uma das mais importantes batalhas de nosso tempo. Afinal, enquanto qualquer ser humano for vítima de trabalho escravo, a humanidade não será, de fato, livre.
Pode-se dizer que o Leviatã, de Hobbes, é a maior obra de filosofia política em língua inglesa. Escrito em um período de grande agitação política (Hobbes viveu durante o reinado de Carlos I, as Guerras Civis, a República e o Protetorato e a Restauração), Leviatã é um argumento a favor da obediência à autoridade fundado na análise da natureza humana.
Desde sua publicação, em 1991, a edição do Leviatã organizada por Richard Tuck foi reconhecida como a de maior precisão e autoridade.
A presente tradução baseia-se na nova edição revista pelo professor Tuck, que inclui um extenso texto introdutório que servirá para os estudantes não familiarizados com Hobbes como uma introdução acessível e convincente a este livro desafiador.
Todos querem mais segurança. No Brasil de hoje, ricos e pobres vivem sob a ameaça constante da violência: uma em cada treze mortes por armas de fogo no mundo acontece no país. Não há como negar que os governos vêm falhando em cumprir seu dever constitucional de proteger a população. Neste cenário de medo e insegurança, é compreensível que surja todo tipo de proposta salvadora ? principalmente no que diz respeito ao uso de armas por civis. É por isso que o livro Armas para quê?, de Antônio Rangel Bandeira, chega como uma obra imprescindível a todos: trata-se de um guia indispensável para entender os números sobre controle de armas no mundo, e o que deu ou não deu certo na defesa da vida. O sociólogo disseca os fracassos e acertos alcançados na controversa e antiga relação entre armas de fogo, cidadãos, violência e segurança pública no Brasil e no mundo, reunindo dados, argumentos, projetos e experiências para mostrar o que há de mito e de verdade na tese de que armar a população é um instrumento de proteção da sociedade.
A inflação acumulada nos quinze anos que antecederam o Plano Real foi de 13,3 trilhões por cento. O país teve cinco moedas entre 1986 e 1994, o que significou instabilidade de preços, indexações, congelamentos, confisco de poupança e insegurança geral. Mas, passados vários anos, as novas gerações não têm noção do que foi o período da hiperinflação ? e lembrar é preciso.
Míriam Leitão presta enorme serviço ao país registrando para a posteridade a saga da luta e da vitória contra a inflação e reconstruindo os fatos com grande competência e leveza. Nesta nova edição, revista e atualizada, a autora acrescenta um novo capítulo sobre a ameaça de retorno do fantasma do descontrole inflacionário e suas consequências para a economia do país.
O relançamento de um ensaio brilhante e atual sobre os argumentos que têm dominado o debate entre reacionários e progressistas desde o final do século XVIII. Desde os episódios dramáticos da Revolução Francesa, toda vez que sentiram a ordem social novamente ameaçada, conservadores e reacionários de diferentes matizes mobilizaram um formidável arsenal discursivo para protegê-la. É a partir desse variado repertório que Albert O. Hirschman compõe com erudição incomum este magnífico A retórica da intransigência. Recorrendo a exemplos extraídos tanto de discursos parlamentares redigidos no calor do momento como de livros clássicos do pensamento antirrevolucionário e antirreformista, Hirschman demonstra que existem três teses ? perversidade, futilidade, ameaça ? que há duzentos anos se repetem compulsivamente na retórica de conservadores e reacionários, todas elas destinadas a provar que qualquer tentativa de mudar a sociedade é desastrada, tola ou prejudicial. Mas estariam os chamados progressistas em posição confortável para acusar seus inimigos, dedo em riste, de repisar sempre os mesmos argumentos? Essa indagação feita pelo autor promove uma reviravolta no andamento da análise, que ganha, assim, novos horizontes e implicações não previstas de início. Tentado a procurar no repertório progressista teses simetricamente inversas às detectadas no campo oposto, Hirschman transforma o que em princípio é um estudo saboroso e esclarecedor sobre a retórica reacionária tout court numa investigação absolutamente inovadora sobre a retórica da intransigência de maneira geral (cuja maldição maior é impedir toda e qualquer deliberação aberta e democrática), sem relegar a elegância do texto e a clareza dos argumentos.
Com uma narrativa envolvente e uma pesquisa fantástica, Marcelo Suano apresenta nesse livro a trajetória do fracasso social, político e econômico ocorrido na Venezuela, especialmente desde a morte de Hugo Chávez e o início do governo do governo de Nicolás Maduro. Passando por traições, brigas, atentados, o autor revela o que fez uma das mais promissoras economias do mundo ruir e se transformar em um verdadeiro cenário pós-apocalíptico. Parece ficção, mas é real. Entenda de uma vez por todas como é possível destruir um país em poucos passos. Prefácio do general Antônio Hamilton Martins Mourão, vice-presidente do Brasil.
Um homem sem impedimento moral, sem pudores, disposto a tudo para enriquecer. Este livro-reportagem reconstitui a trajetória de Sergio Cabral Filho, do vereador travestido de idealista até poderoso governador do estado do Rio, preso pela Operação Lava Jato depois de ser acusado de receber milhões de propinas para fechar contratos públicos. ?Se não fosse o Cabral ? A máfia que destruiu o Rio e assalta o país? traça o retrato de uma geração de políticos, parceiros de Cabral num dos maiores esquemas de corrupção na história do nosso país. Um livro sobre o Brasil da promiscuidade entre os interesses públicos e privados, do fisiologismo político, do tráfico de influências, da corrupção impune.
A tese central de Hayek é que todas as formas de coletivismo, seja o nazismo ou o socialismo, levam inevitavelmente a tirania e a supressão das liberdades, conforme já se evidenciava a época pelos exemplos da Alemanha Nazista, da União Soviética, e dos demais países do bloco comunista. O autor argumenta que, em um sistema de planejamento central da economia, a alocação de recursos é de responsabilidade de um pequeno grupo, sendo este incapaz de processar a enorme quantidade de informações pertinentes a adequada distribuição destes bens a sua disposição. Face a gigantesca concentração de poder nas mãos de um limitado número de burocratas, divergências acerca da implementação das políticas econômicas levaria inexerovalmente ao uso da força pelo governo para que suas medidas fossem toleradas.
?Neste livro, o leitor conhecerá melhor o jovem procurador Deltan Dallagnol, o trabalho da Lava Jato visto por dentro e os descaminhos do Brasil. Há muito que aprender na sua leitura.
O autor vai pontuando histórias de sucesso e fracasso no combate à corrupção com as razões que levaram à elaboração de cada uma das 10 Medidas propostas pelo Ministério Público. Como se sabe, elas tiveram forte apoio popular e enfrentaram no Congresso um ataque violento.
Deltan conta ainda momentos decisivos e difíceis da Lava Jato. A primeira delação, o estarrecimento dos procuradores diante da enormidade do que era dito pelos colaboradores, os riscos enfrentados e os momentos em que os investigadores ficaram expostos a ataques, como no caso da coletiva sobre a acusação a Lula.
Hoje a Lava Jato é famosa internacionalmente. Virou caso de estudo. Este livro, contado por um dos protagonistas da operação, nos ajuda a entender a dimensão do que está acontecendo diariamente diante dos nossos olhos. Permite a quem o lê ter esperança lúcida e bem informada.?
Miriam Leitão
De forma quase unânime, ao ouvir os termos "liberal", "democrático" e "liberal-democrático" proferidos nos meios político ou jornalístico, as pessoas encontram dificuldade em compreender seu real significado, e acabam por confundi-los. Este livro pretende ser um antídoto para essa confusão, pois diferencia com clareza os antigos, veneráveis e atemporais conceitos de Liberalismo e de Democracia.
Sendo o liberalismo e a democracia duas respostas a questões políticas de natureza diferente, ao longo da história tenderam a se comportar como variáveis independentes: existiram e existem Estados que não são nem liberais, nem democráticos; Estados liberais, mas não democráticos; e Estados liberais e democráticos.
E o mais inquietante - uma vez que contrasta mais diretamente o lugar-comum que confunde liberalismo e democracia - é o fato de terem existido e existirem Estados democráticos que não são liberais. Este último fenômeno foi previsto pelo pensador liberal Alexis de Tocqueville já em 1840, e foi chamado de "tirania da maioria".
Em muitos outros livros e artigos, Norberto Bobbio analisou e discutiu vários aspectos do antigo e do novo liberalismo e da velha e da nova democracia, mas é neste livro que seus conceitos são expressos de maneira comparada, abrangente, breve e simples, ou seja, com uma abordagem didática. Por essa razão, a presente obra - já traduzida para seis idiomas - tem sido frequentemente utilizada como texto de base sobre o assunto por estudantes de diversas partes do mundo.