Dietrich von Hildebrand não publicou suas memórias, nem mesmo buscou republicar quaisquer de seus ensaios contra o nazismo. Tampouco desejou, mais tarde, pôr em relevo o seu testemunho em Viena: ele nunca se viu como um herói ou como alguém que merecesse especial louvor. Ter deixado a publicação da sua história à posteridade é prova de um espírito generoso. No entanto, este livro é realmente seu. É um trabalho autobiográfico, uma auto-revelação. Na preparação deste volume, buscamos não alterar o eu quadro: o nosso objetivo foi criar uma moldura bem talhada ? sobretudo através de notas históricas ? que permita ao leitor reviver a história de Hildebrand com todas as informações elevantes à disposição. ? John Henry Crosby, na apresentação. Ideologias extremistas estão brotando novamente à nossa volta e hesitamos em descrevê-las em sua própria linguagem por medo de provocar a sua realização de fato. A leitura de Hildebrand nos recorda que há um único remédio contra uma ideologia de ódio: expô-la à crítica pública e afirmar categoricamente o que ela nega. A fé ardente, que inspirou Hildebrand, não é fácil de recuperar em um tempo cético como o nosso. Porém, ele, através do seu amor à verdade e da sua corajosa oposição a uma cultura pública da fraude, deu testemunho de valores dos quais ainda comungamos. ? Sir Roger Scruton, no prefácio.
A grande travessia dos pioneiros que formaram a primeira comunidade judaica das Américas, no Recife, e ajudaram a construir Nova York, contada por um dos maiores biógrafos da atualidade. Em setembro de 1654, um grupo de 23 refugiados desembarcou em Nova Amsterdam, colônia holandesa na costa oriental da América do Norte. Eram homens e mulheres, adultos e crianças, possivelmente sobreviventes de uma odisseia iniciada meses antes nas praias de Pernambuco. Exaustos, esfarrapados e sem dinheiro, fugiam da Inquisição, reavivada nas capitanias do Nordeste depois da vitória luso-brasileira na guerra contra a ocupação holandesa. Os primeiros judeus da ilha de Manhattan, assim como seus parentes e antepassados sefarditas ibéricos, enfrentaram uma sucessão dramática de dificuldades e privações até encontrar a terra prometida no Novo Mundo. Seguindo a trilha de religiosos e intelectuais ilustres, mas também de lavradores e mascates quase anônimos, Lira Neto conta sua incrível saga de fé, resistência e esplendor cultural, e faz assim também uma história narrativa e colorida da ocupação holandesa do Nordeste. Com prosa fluida e rigor histórico, o autor da trilogia Getúlio entrelaça as biografias desses judeus pioneiros à crônica de grandes acontecimentos que ajudaram a moldar o Brasil e a América. ?Uma narrativa fluente e erudita que resgata da ignorância de quase todos e do esquecimento de uns poucos a saga seiscentista do grupo de judeus de origem portuguesa que singrou de Amsterdam ao Recife e de lá à futura Nova York, abraçando os dois Atlânticos.? ? Evaldo Cabral de Mello
Uma nova história sobre a política do Brasil na América do Sul dos anos 1970, que captura o leitor desde as primeiras linhas. Baseado em extensa pesquisa documental e escrito com brilho, O Brasil contra a democracia demonstra como a ditadura brasileira agiu para derrubar a democracia chilena e serviu de apoio ? e modelo ? na construção do regime militar sob Augusto Pinochet. Essa intervenção não foi fruto de ações episódicas e autônomas, mas de uma política de Estado. Neste livro, Roberto Simon desmonta a imagem do país como servente fiel, automaticamente alinhado a Washington: o regime militar brasileiro tinha suas motivações ? geopolíticas, domésticas, ideológicas, econômicas ? para intervir no Chile. Por outro lado, refuta a tese de que a ação do Brasil no Chile teria sido iniciativa de alguns radicais dentro do regime e mostra como o Itamaraty era parte fundamental da repressão a brasileiros fora do território nacional, espionando e perseguindo exilados. O Brasil contra a democracia é um divisor de águas na historiografia do período e um clássico imediato.
Delírio tropical Este livro conta a história da Nova Germânia, colônia funda¬da em plena selva paraguaia em 1886 pelo fanático antissemita dr. Bernhard Förster, casado com Elisabeth Förster-Nietzsche, irmã do filósofo alemão Friedrich Nietzsche. O objetivo desta colônia seria criar uma comunidade modelo e pura de interferências étnicas no Novo Mundo para demonstrar a ?superioridade da raça ariana alemã?. Baseada nos fatos verdadeiros que levaram à criação e à destruição da desvairada utopia de Förster e Elisabeth Nietzsche, Nathalie e Christophe Prince escreveram a quatro mãos ? combinando ficção e realidade ? uma história de tirar o fôlego. Por aqui desfilam aventureiros, fanáticos, nativos, colonos ingênuos, todos envolvidos na tentativa louca e inútil de vencer a selva, as doenças, os insetos, as feras e os desafetos. Tudo isso, com o objetivo único de criar na vastidão da selva tropical uma ilha de ?pureza racial?, lançando as sementes da ideologia nazista que meio século depois causaria tanta destruição.
Os bastidores de como Churchill uniu sua nação durante o pior momento da Segunda Guerra Mundial Assim que Winston Churchill assumiu como primeiro-ministro do Reino Unido, Hitler invadiu a Holanda e a Be?lgica. A Polo?nia e a Tchecoslova?quia ja? haviam sucumbido e a evacuac?a?o de Dunquerque ocorreria duas semanas depois. Pelos doze meses seguintes, Hitler travaria uma incessante campanha de bombardeios, matando 45 mil brita?nicos. Coube a Churchill manter a nac?a?o unida e convencer o presidente americano Franklin Roosevelt de que era um aliado valioso ? e com disposic?a?o para lutar ate? o fim. Em O esple?ndido e o vil, Erik Larson mostra em detalhes como Churchill incutiu no povo brita?nico ?a arte de na?o temer?. Muito além de uma histo?ria de malabarismos poli?ticos, a obra é tambe?m um drama dome?stico e i?ntimo. Baseado em documentos originais de arquivos e relato?rios de espionagem secretos ? alguns deles abertos apenas recentemente ?, além de dia?rios, o livro oferece uma nova perspectiva sobre o ano mais sombrio da capital inglesa atrave?s da experie?ncia cotidiana de Churchill e daqueles pro?ximos a ele. Além do famoso nº 10 da Downing Street, reside?ncia oficial dos primeiros-ministros em Londres, o leitor também é levado a endereços menos conhecidos, como Chequers, a casa de campo oficial, e Ditchley, o lugar que abrigou Churchill e sua equipe quando os ataques se intensificaram. Narrado em ritmo de ficção, O esple?ndido e o vil transporta o leitor da disfunc?a?o poli?tica dos dias de hoje de volta a uma e?poca de verdadeira lideranc?a, quando ? ao encarar o horror impiedoso ? a eloque?ncia, a coragem e a perseveranc?a de Churchill foram capazes de unir uma fami?lia e um reino.
Habitualmente imaginamos a Revolução Francesa como uma revolta contra as velhas estruturas tanto da política como da religião. Supostamente, aquele foi um ato inconformista que se opôs não só à pompa do regime monárquico, mas também à aura sacra que a ele se vinculava. Será mesmo esse espírito emancipatório absolutamente desprovido de fé? Christopher Dawson ? historiador tornado célebre pela tese de que a religiosidade é a força-motriz das culturas ? demonstra que por trás do movimento havido no fim do século XVIII subsistia um verdadeiro panteão. O progresso, a democracia e a própria humanidade encontravam-se alçados à posição de deuses, que exigiam seus cultos, que impunham suas regras e que houveram sido anunciados por profetas.
Dividido em três partes, Os Deuses da Revolução investiga os antecedentes, o desenvolvimento e as reverberações daquele estado de espírito. Primeiro um apanhado das ideias políticas influentes desde a Reforma até os primórdios do Iluminismo, com destaque para as figuras de Rousseau e Thomas Paine. Em seguida, uma narrativa minuciosa das décadas de 1780 e 1790, em que se veem os traços de brutalidade da Revolução em curso. Por fim, notas mais interrogativas que conclusivas sobre as consequências daquele movimento: será reversível a tendência à adoração ao poder que o cristianismo silenciara mas a que os últimos séculos concederam novamente espaço?
O dia que mudou a história da Segunda Guerra Mundial Best-seller em vários países onde é considerado um clássico sobre o tema, O dia D ? A batalha que salvou a Europa recebe uma nova edição no Brasil. Historiador renomado mundialmente, Antony Beevor mostra em detalhes como foi a invasão à Normandia e a libertação de Paris do domínio nazista. Ele começa na noite anterior ao Dia D com os preparativos para o lançamento de mais de 5 mil navios aliados às costas da França, numa operação considerada a maior da história. É um dos únicos livros que descreve as experiências das tropas de americanos, britânicos e canadenses, mas também a luta desesperada dos soldados alemães, o sofrimento dos franceses que estavam no meio de tudo e as tensões dos comandantes dos dois lados. Beevor pesquisou em arquivos de vários países, ouviu sobreviventes e leu as entrevistas feitas por historiadores logo após o conflito. O resultado é um livro fascinante que leva o leitor a sentir o medo da guerra.
A obra que pensa o nacionalismo e suas intrincadas relações com os Estados. O fenômeno nacional é tão presente e generalizado atualmente que muitos o julgam algo natural. Ficamos emocionados ao ouvir o hino do país, o coração bate forte com os gols da seleção e muitos chegam a matar e a morrer em defesa da nação. Este livro, ao analisar tal fenômeno em diferentes países e momentos, procura desnaturalizá-lo, apresentando-o como construção histórica, cultural e política. A experiência nacional reúne 15 historiadores que pensam o nacionalismo e suas intrincadas relações com os Estados, em diferentes momentos ao longo dos séculos XIX e XX em Angola, Portugal; na Alemanha, Argentina, China, Espanha, França, Grécia, Hungria, Itália, Palestina, Rússia; no Brasil, Canadá; e nos Estados Unidos. Os seguintes autores participam da coletânea: Ágnes Judit Szilágyi, Andrea Marzano, Angelo Segrillo, Emiliano Gastón Sánchez, Eugénia Palieraki, Flávio Limoncic, Francisco Carlos Palomanes Martinho, Francisco Sevillano, Goffredo Adinolfi, Leonardo Schiocchet, Lorenz Bichler, Lucia Lippi Oliveira, Luís Edmundo de Souza Moraes, Marcelo Bittencourt, Michel Bock e Olivier Dard.
Temos uma vaga crença na tradição ocidental de liberdade que tem produzido uma vida plena para os seus cidadãos e em uma cultura de enorme complexidade e poder criativo. Mas a história da nossa civilização também é repleta de indescritível brutalidade. Para cada Da Vinci há um Torquemada; para cada sinfonia de Beethoven, um campo de concentração. Como podemos então sair em defesa de uma civilização cujos benefícios parecem tão questionáveis? Neste ambicioso e importante livro, Roger Osborne mostra que só podemos compreender e nos sentir confortáveis em relação à nossa civilização reexaminando e enfrentando o nosso passado. Conta a história do Ocidente desde as suas origens até o presente- do cerco de Troia a Gettysburg; de Carlos Magno à União Europeia e de Aristóteles a John Rawls. Contando com as vozes do passado - incluindo Heródoto, Cícero, São Paulo, Santo Agostinho,Maquiavel, Cervantes, Locke, Voltaire, Gibbon, Darwin, Marx, Weber, Roosevelt e Arendt, para citar apenas alguns -, Civilização avalia o estado atual da civilização ocidental à luz do seu passado e com uma indicação de como ele pode sobreviver à tarefa urgente de manter-se em constante renovação.
Este livro faz uma análise dos anos que definiram o século XIX, lançando as pesquisas e teorias do autor sobre a expansão capitalista e a dominação europeia, fatos que marcaram um período de paz, mas que desencadearam um período de guerra e crise