O que significam a negritude e a identidade para as bases populares negras e para a militância do movimento negro? Por onde deve passar o discurso sobre essa identidade contrastiva do negro, cuja base seria a negritude? Passaria pela cor da pele e pelo corpo unicamente ou pela cultura e pela consciência do oprimido? A partir de questionamentos como esses, Kabengele Munanga debruça-se sobre a construção identitária do Brasil ao longo dos tempos, partindo do princípio de que o conceito de identidade recobre uma realidade muito mais complexa do que se pensa, englobando fatores históricos, psicológicos, linguísticos, culturais, político-ideológicos e raciais. Ao tratar da negritude e da identidade negra na contemporaneidade, o autor discorre ainda sobre o conceito na diáspora, contemplando o que se pode chamar de tentativa de assimilação dos valores culturais do branco, abordando discursos pseudojustificativos e diferentes acepções e rumos da negritude. Escrito por um dos maiores estudiosos da cultura negra no Brasil e no mundo, este livro, integrante da coleção Cultura Negra e Identidades, figura como obra relevante e inquietante sobre a temática e, principalmente, acerca da construção identitária da nação e da configuração social, cultural, política e econômica no Brasil.
"UMA PESQUISA CORAJOSA QUE CHEGOU A UM BOM TERMO. NO ESFORCO DE PENSAR A CARACTERIZACAO DAS PERSONAGENS DO FILME FREAKS (TOD BROWNING, 1932), UM CLASSICO DO GENERO HORROR, IVON MENDES ENFRENTOU UMA QUESTAO DELICADA: COMO FORAM CARACTERIZADOS OS ATORES E ATRIZES QUE, NAQUELA EPOCA, ERAM CONSIDERADOS PESSOAS DEFORMADAS E TIDAS COMO MONSTRUOSAS? CURIOSAMENTE, NESSE FILME ACONTECEU UMA SITUACAO INVERSA DAQUELA VIVENCIADA COTIDIANAMENTE NESSE UNIVERSO, QUE SERIA TRANSFORMAR O ROSTO E O CORPO DE UM INTERPRETE ? COMO LON CHANEY FAZIA, POR EXEMPLO ? PARA DEIXA-LO COM UMA APARENCIA DESFIGURADA E ASSUSTADORA.
VALE LEMBRAR QUE OUTROS ASPECTOS, SOBRETUDO ETICOS, ESTAVAM EM JOGO. BASTARIA APRESENTAR OS INTERPRETES DE FREAKS COMO ?MONSTROS DE UM CIRCO DE HORRORES?? JA NAO VIVIAM ESSAS PESSOAS IMERSAS NUMA EXISTENCIA DE MARGINALIDADE E DEGRADACAO SOCIAL? ELAS SERIAM AINDA MAIS EXPOSTAS AO PUBLICO COMO ABERRACOES ESPETACULARES?
IVON MENDES, AO TRATAR DESSAS QUESTOES, COM ACUIDADE E DELICADEZA, FAZ BROTAR UMA REFLEXAO PROFUNDA SOBRE O HORROR QUE NOS HABITA. A MANEIRA DA OBRA RETRATO DE DORIAN GRAY, DE OSCAR WILDE, O MONSTRO E O OUTRO ATE QUE NOS ENCONTREMOS COM A NOSSA PROPRIA IMAGEM."
Em 1933, Cecília Meireles organizou uma exposição com seus desenhos, e, no ano seguinte, uma conferência chamada ?Batuque, samba e macumba?. O resultado desta conferência/exposição constitui este livro, em que ela procura decifrar a magia e os mistérios da cultura afro-brasileira, num esforço, ainda que ingênuo, de integrar o negro à nossa sociedade.
Esta edição, coordenada por André Seffrin, traz um texto introdutório de Lélia Gontijo Soares e um depoimento de Walmir Ayala sobre a obra.
Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico constitui-se em um esforço de construção de um diálogo horizontal entre teóricos(as) decoloniais, feministas negras, intelectuais/ativistas antirracistas e negros(as). Adotando uma noção ampla de decolonialidade, reconhecemos o posicionamento decolonial nos processos de resistência e reexistência das populações afrodiaspóricas brasileira, caribenha, norte-americana e africana. Fundamental para tais processo tem sido a afirmação corpo-geopolítica dessas populações, a partir da qual outros conhecimentos, novas formas de existência e projetos políticos têm sido elaborados. Uma das pretensões deste livro é se tornar uma plataforma aberta ao debate, inspirando e recebendo as contribuições da nova geração de estudantes negros(as) que estão colorindo as universidades brasileiras, que, até bem pouco tempo atrás, eram quase completamente brancas.
Como viver melhor Já ouviu falar da curva da felicidade? Pesquisas realizadas por economistas em oitenta países, com mais de 2 milhões de pessoas, encontraram um padrão constante. As pessoas mais felizes são as mais jovens e as mais velhas, e as menos felizes são as que estão entre quarenta e cinquenta anos. A partir daí, a antropóloga Mirian Goldenberg saiu a campo e comprovou que o mesmo acontece no Brasil. O resultado de sua análise rendeu uma palestra no TEDxSão Paulo que viralizou no YouTube com mais de 1 milhão de visualizações. Liberdade, felicidade e foda-se nasceu desta palestra. É um alerta e, ao mesmo tempo, um convite para que todos aceitem o desafio e tenham a coragem de inventar uma vida mais livre e mais feliz. Cada um dos 17 capítulos do livro começa com uma pergunta, apresenta uma discussão e termina com um espaço para o leitor anotar suas ideias e reflexões. Você já fez uma faxina na sua vida? Gostaria de ser mais leve? Sabe rimar liberdade com felicidade? Tem medo de envelhecer? Sabe o que vai fazer e ser quando envelhecer? Em que ponto está na curva da felicidade? A partir de depoimentos de homens e mulheres, Mirian oferece as respostas para essas e outras tantas perguntas. Um livro imperdível para quem está procurando ser feliz ainda nesta vida.
O livro de Karina Limonta Vieira trata de forma original um tema relevante, atual e ainda pouco explorado no campo da Educação, qual seja, a construção do conhecimento em Antropologia da Educação no Brasil. Valendo-se da Análise de Conteúdo Hermenêutica e da Antropologia Educacional Histórico-Cultural Alemã, a autora consegue iluminar a ?sombra? que paira sobre a constituição da Antropologia da Educação no Brasil. A partir de uma análise exaustiva e cuidadosa do conteúdo e do sentido dos discursos de antropólogos e educadores, a autora expõe as tensões desse campo do conhecimento, mostrando que não há clareza a respeito do que seja Antropologia da Educação, a qual, à despeito do nome, é uma Antropologia Escolar. Diante dos impasses dessa área, a autora nos brinda com uma excelente reflexão e instigantes e desafiadoras questões dentre as quais gostaria de destacar duas: Seria possível uma Antropologia da Educação feita por Educadores? Ou a Antropologia da Educação poderia se constituir como um campo interdisciplinar, no qual pesquisariam juntos antropólogos e educadores, superando os determinismos teóricos, metodológicos e de formação? No meu entender, o grande mérito deste livro é lançar um outro olhar não só sobre este importante campo de conhecimento, como mostrar o valor heurístico da Análise de Conteúdo Hermenêutica para a reflexão sobre a Educação.
Este livro apresenta estudos de etnografia urbana sobre práticas artísticas, realizados por professores e pesquisadores das Ciências Sociais que atuam no Brasil, em Portugal e em Cabo Verde. O ineditismo e originalidade do fio condutor desta coletânea é dialogar sobre expressões artísticas tais como dança (funk, hip hop, samba), manifestações festivas, música, fotografia, enfocando especificamente a perspectiva etnográfica no estudo antropológico dessas expressões em contextos urbanos.
Com 19 artigos de 25 professores e pesquisadores, esta obra enfoca o cenário global de diversidades e desafios no século XXI, com ênfase no Reconhecimento Social. Discute, entre outros temas, a distinção entre formas ideológicas e éticas de reconhecimento social, novas cidadanias, modos de pensar o comum, moda, o imaginário da natureza, profissionalização de jovens e criatividade contemporânea. Também se aprofunda em relação à noção de cidade, às dimensões culturais da globalização e discorre sobre arte, utopia e "trans-forma-(a)ções" sociais. Abrangente e revelador, o livro aponta rumos e perfaz caminhos, dando sua contribuição para o reconhecimento no Estado Global.