"Em Picasso, Gertrude Stein aproveita-se do seu convívio com o pintor para fazer uma biografia de leitura fácil e leve que nos permite compreender o que o inspirava e, consequentemente, sua arte. Além de interpretar os motivos que o levavam a pintar e seu processo artístico, ela acrescenta informações pessoais e seus próprios comentários a respeito da sua obra, com o estilo que lhe é peculiar.
Stein discorre sobre a influência na obra de Picasso das cores da Espanha, do circo e da escultura africana, sobre suas amizades com artistas como Guillaume Appollinaire e Max Jacob, sobre sua vida familiar e suas perspectivas particulares sobre a arte. Também relata momentos que passou com o pintor e enfatiza seu talento natural, expressado desde a infância, e sua necessidade de se esvaziar através da arte. Memórias reveladoras e intuições sobre a arte em geral, e especificamente sobre o cubismo e seu surgimento, tornam este breve ensaio biográfico imperdível para a compreensão da arte moderna e um dos seus maiores pintores.
Priscila Catão"
Epicteto, um dos principais representantes do estoicismo, deixou em seu legado ensinamentos éticos com preceitos práticos para questões atemporais sobre a arte de viver melhor. Este sucinto e primoroso Manual filosófico, compilado por seu discípulo Flávio Arriano e apresentado aqui em versão bilíngue (grego-português), reúne 53 aforismos de teor ético que expressam a preocupação fundamental de Epicteto: a conduta e o comportamento do ser humano em sociedade, e seu reflexo na manifestação da tão sonhada felicidade. Seus ensinamentos reúnem lições singelas e objetivas sobre como conduzirmos nosso aprimoramento moral pessoal ? através da prática de virtudes como a tolerância, a benevolência, a discrição, a simplicidade, a justiça, a moderação e a coragem, em comunhão harmoniosa com a natureza e em aceitação tranquila de tudo o que ocorre e que nos atinge ? e convivermos pacificamente com nossos semelhantes, ainda que os relacionamentos sejam desafiadores. Com ampla repercussão nos círculos intelectuais do Império Romano, este Manual exerceu marcante influência no pensamento e na conduta do imperador estoico Marco Aurélio.
Os ensinamentos do Buda formam um amplo conjunto de discursos religiosos, talvez um dos maiores da história da humanidade e das religiões. O monge budista Bhikku Bodhi dedicou-se à empreitada de selecionar alguns dos textos atribuídos ao Buda presentes no Cânone Pali. Os textos são destinados, sobretudo a dois públicos distintos: o primeiro, aqueles que querem conhecer os discursos do Buda e que para isso sentem a necessidade de uma introdução sistemática, o segundo público é formado por aqueles que, apesar de familiarizados com os suttas, ainda não conseguem enxergar como eles se encaixam numa totalidade inteligível.
Propõe aos Jovens Leitores novas reflexões sobre filosofia, ética e convivência.As 35 lições presentes no livro revelam a diversidade de pensamentos e assuntos, que são comuns a todos nós, como a memória, o afeto e o aprendizado.O livro ainda apresenta idéias de pensadores de diversas épocas, como ferramenta para aguçar nossa maneira de pensar e aumentar nosso repertório.A parceria entre MÁRIO SERGIO CORTELLA E MAURÍCIO DE SOUZA iniciou em 2017 com o lançamento do primeiro título da coleção "VAMOS PENSAR UM POUCO?" e em 2018, com a publicação do segundo livro " VAMOS PENSAR + UM POUCO?"
"Somos todos donos da razão. O nosso jeito é o jeito certo. Com a gente no comando, o país seria melhor. Não respeitamos nada que nos contradiga. Somos todos intolerantes. Somos todos canalhas.
Somos todos canalhas?
Você concorda com isso? Não, né? Mas talvez você concorde que todos nós já estivemos canalhas. Porque nem sempre reconhecemos que nossa opinião pode estar equivocada.
Não foi à toa que este livro foi escrito em forma de diálogo. Aqui, Clóvis e Júlio compartilham suas ideias sobre o conceito de valor, apresentando pensamentos das mais diversas correntes da filosofia, dos antigos gregos até os modernos utilitaristas, em falas que se contradizem, mas ainda assim ? ou por isso mesmo ? se somam. Juntos, eles nos fazem pensar no mundo à nossa volta e em nosso próprio comportamento."
Estudar sobre a amizade em "O Senhor dos Anéis" surgiu do desejo de fazer um trabalho pautado pelos valores éticos e nobres. E era de suma importância que este trabalho tivesse uma aplicação prática e edificante na vida de qualquer pessoa. A obra de J.R.R. Tolkien é um prato cheio para isso: além de ser atraente e profunda, traz valores extremamente necessários para nossa felicidade.
"A amizade em O Senhor dos Anéis? mostra como a amizade é essencial para vencermos as batalhas de nossas vidas, seja na guerra que travamos contra nós mesmos, seja na guerra política contra um poder maligno, como bem coloca J.R.R. Tolkien em sua grande obra.
"Na Segunda epístola aos Tessalonicenses, que a tradição atribuía a São Paulo, aparece a enigmática figura de uma potência, o katechon, algo ou alguém que contém-retém-freia o assalto do Anticristo, mas que deverá ser eliminado ou liquidado ? para que o Anticristo se manifeste ? antes do dia do Senhor. E a interpretação dessa figura é aqui o pano de fundo sobre o qual se desenvolve uma reflexão geral ? em constante «acordo divergente» com a posição de Carl Schmitt ? sobre a «teologia política», ou seja, sobre as formas em que ideias e símbolos escatológico-apocalípticos se foram secularizando na história política do Ocidente, até o atual esquecimento de suas origens.
Com qual sistema político pode encontrar um compromisso o paradoxo monoteístico cristão, a fé no Deus-Trinitas? Com a forma do império, ou com a de um poder que freia, contém, administra e distribui? Ou se trataria, na verdade, de encontrar uma contaminação entre as duas? Muitas das decisões políticas que marcaram a nossa civilização giram em torno dessas questões, que na obra de alguns de seus maiores intérpretes, de Agostinho a Dante e Dostoiévski, alcançaram uma dramática representação.
As reflexões formuladas neste ensaio se completam com uma antologia das passagens mais significativas da tradição teológica, desde a primeira patrística até Calvino, dedicadas à exegese da Segunda epístola aos Tessalonicenses, 2, 6-7."
"Em Instruções para os Criados, escrito em 1731, Jonathan Swift detalha o relacionamento dos criados com seus senhores num dos melhores exemplos do seu talento como satirista. Engraçado e cínico, cada conselho provoca reflexões preciosas sobre o cotidiano do início do século XVIII e sobre a natureza humana.
Seu sarcasmo faz dessa paródia um relato imperdível da vida dos criados e dos seus dilemas, sobretudo em relação aos senhores. Com recomendações individuais para a conduta de cada criado, do mordomo ao cocheiro, suas hilárias sugestões às vezes beiram o absurdo. Aos lacaios, por exemplo, recomenda que não usem meias durante os jantares, em nome da saúde das senhoras presentes, pois o odor dos dedos dos pés é um bom remédio para melancolia. Insolentes e preguiçosos, os criados de Swift são um ótimo exemplo da perspicácia e do humor cáustico do autor, que, neste breve ensaio, um dos seus últimos trabalhos, desconstrói e satiriza o sistema social da época de maneira jocosa e cínica.
Priscila Catão"
A gaia ciência (1882) é uma obra que acolhe em si todo o percurso nietzschiano anterior e que prepara, de maneira decisiva, tudo aquilo que virá em seguida. É possível encontrar no livro, implícita ou explicitamente, as formulações mais decisivas de todas essas expressões com as quais nos acostumamos a associar a obra filosófica de Nietzsche: a noção de corpo, a morte de Deus, as sombras de Deus, o eterno retorno do mesmo, a crítica à moral, o ressentimento, a vontade de poder etc. Um clássico da literatura universal.
A crítica que Nietzsche faz ao idealismo metafísico focaliza as categorias do idealismo e os valores morais que o condicionam, propondo uma nova abordagem: a genealogia dos valores. O filósofo questiona em sua obra os valores morais, que, para ele, originam-se da reação dos fracos, que colocam o bem como negação das ações dos poderosos. Friedrich Nietzsche considerava Além do Bem e do Mal a sua obra mais importante.
Ao tratar das relações entre religião e ciência diante da questão do "fim de tudo", Marcelo Gleiser homenageia a imaginação e a criatividade do homem. Seu enfoque é multidisciplinar, mostrando de que maneira ideias sobre o "fim" inspiram não só as religiões e a pesquisa científica, mas também a literatura, a arte e o cinema. Ao lado da pesquisa e do ensino, a divulgação científica é uma frente de trabalho a que Gleiser se dedica apaixonadamente. O fim da Terra e do Céu resulta dessa tarefa, que, para ele, constitui um necessário exercício decidadania.