Qual o papel da sociedade na configuração das instituições e na definição dos rumos da política? Nos ensaios deste livro, André Botelho propõe um mergulho em interpretações e temas clássicos da sociologia política brasileira para trazer à tona questões cruciais. Relações entre sociedade e Estado. Baralhamento entre público e privado. Cultura política personalista. Limites da participação social e da ação coletiva. Dilemas que pareciam superados pelos avanços institucionais democráticos retornam nos dias de hoje com força surpreendente. E porque a atuação política sempre implica formas de pensar e de sentir o país, as interpretações do Brasil passam a ser chave para abrir a caixa-preta das relações entre política e sociedade.
Grandes nomes da política, da economia, das artes e do jornalismo em conversas descontraídas sobre as principais questões do nosso tempo O ano de 2020 foi praticamente todo passado em isolamento social. Afeito a aglomerações e conhecido por agregar pessoas dos meios mais diversos, o arquiteto Miguel Pinto Guimarães decidiu usar esse tempo para conversar com amigos em lives abertas ao grande público. E o que começou com a ideia de discutir questões envolvendo arquitetura e urbanismo acabou cobrindo uma série de temas debatidos com figuras de grande destaque em múltiplas áreas, como Gilberto Gil, Fernando Henrique Cardoso, Sonia Guajajara, Regina Casé, Guga Chacra, Pedro Malan, Marina Silva, Teresa Cristina, Gregório Duvivier e muitos outros. Quarenta e quatro em quarentena é o registro dessas conversas em livro. Algumas com humor, outras com um tom mais analítico, as entrevistas têm em comum a informalidade que, muitas vezes, levou os convidados a discutirem assuntos que extrapolam suas especialidades. Estão aqui as divagações sobre o que seria o tão falado novo normal, os desafios de se manter produtivo em tempos turbulentos, a conjuntura política do país, alternativas sustentáveis para a economia, a trajetória dos movimentos negros e a situação dos povos indígenas, além da história do samba, o papel do humor no cotidiano, o significado do envelhecimento e o impacto de uma pandemia em nossa percepção do que é ser humano. Ao convidar os amigos para dialogar, Miguel criou um mosaico dos principais temas discutidos na atualidade. O momento de descontração tornou-se também de reflexão sobre o que nos trouxe até aqui e para onde gostaríamos de ir. Quarenta e quatro em quarentena é um livro para ler e discutir com os amigos, em conversas virtuais ou aglomerações (assim que a conjuntura permitir!).
Quando imaginávamos que as ansiedades da Guerra Fria tinham ficado definitivamente para trás, eis que frases contundentes e discursos cheios de adjetivos voltam a ser utilizados para louvar ou estigmatizar o marxismo. Novamente, a simples referência a Marx suscita reações apaixonadas e pouco reflexivas. Este livro é o oposto de tudo isso. Acadêmico, pouco preocupado com as paixões que envolvem o nome de Marx, distante de questões atinentes à prática política diária ou à luta revolucionária, o livro tem uma única preocupação: investigar as possibilidades de o marxismo se encaixar nos cânones da ciência social. Dentro desse espírito, discutem-se questões centrais dessa teoria, como a ação coletiva das classes, a função do Estado capitalista, o lugar da política na totalidade social e o valor heurístico da explicação funcional. A questão é uma só: é possível ser, ao mesmo tempo, marxista e cientista social?
"2ª edição revisada, com prefácio inédito do autor à edição brasileira, dez anos depois da publicação.
Um bom livro é uma coisa perigosa. Nas mãos erradas, é como uma bomba alojada entre duas capas de papelão e, quando aberto, pode explodir o mundo. Ocorre que tudo o que pode ser dito sobre a inconveniência dos livros também pode ser dito sobre a inconveniência das crianças. Elas ocupam espaço, não são de uso prático e imediato, interessam apenas a algumas poucas pessoas, e apresentam todos os tipos de problemas. Elas também devem ser armazenadas eficientemente, e encaminhadas com o mínimo esforço possível à era digital.
Para isso, é preciso submetê-las a uma tremenda mudança alquímica: nós devemos assassinar a imaginação. Devemos substituir o maravilhoso mundo que nos cerca por um mundo artificial, onde, não a imaginação, mas os dispersos impulsos de nosso sistema nervoso possam vaguear. Precisamos dar à criança encarcerada a ilusão das colinas e planícies. Devemos substituir o ar livre por um espaço virtual. Devemos garantir que eles sejam submetidos às técnicas mais eficientes de adequação ao mundo em que irão viver, um mundo de ?shopping centers? todos iguais, de comida industrializada, papéis para assinar, entretenimentos de massa e a boa e velha política de sempre. Este livro foi escrito para lhes ensinar a fazê-lo.
Há dez maneiras garantidas de destruir a imaginação de seus filhos. Não afirmo que esta lista tenha esgotado as possibilidades, mas estou certo de que uma aplicação prudente de pelo menos três ou quatro destes métodos será suficiente para impedir que apareça um novo Beethoven, Dante ou Michelangelo. Boa sorte!
Sobre o autor:
Anthony Esolen (1959?) graduou-se ?suma cum laude? em Princeton (1981) e doutorou-se na Universidade da Carolina do Norte (1987). Lecionou na Furman University (1988?1990), e em seguida no Providence College (1990) por muitos anos, até transferir-se para o Thomas More College of Liberal Arts em 2017, e recentemente para o Magdalen College of the Liberal Arts (2019), onde atualmente é professor e escritor residente. Traduziu para o inglês a ?Divina Comédia? de Dante, o tratado ?Sobre a natureza das coisas? de Lucrécio e o épico ?Jerusalém liberta?, de Torquato Tasso. É autor de muitos livros, dentre os quais ?Out of the Ashes: Rebuilding American Culture? (2017), ?Defending Boyhood? (2019), e o ?Manual politicamente incorreto da civilização ocidental? (Vide Editorial, 2019). Escreve regularmente para diversas revistas, como a Crisis Magazine e a The Catholic Thing.
"
O momento atual, em que dois campos fundamentais da vida republicana, o judicial e o político, se confrontam ? com direito a torcidas organizadas na internet e demonização do outro campo ?, demanda uma reflexão que não se acanhe por um conservadorismo de ofício nem se perca no proselitismo fácil. Contra o plano de fundo das tensões decorrentes do crescente protagonismo de procuradores e magistrados, José Eduardo Faria discute aqui, em textos curtos e argutos, questões como as interpretações estritas ou criativas da lei, direito romano versus direito germânico, abuso de autoridade e ativismo, o dissenso judicial, a adjudicação, juízos políticos e garantias jurídicas, a prisão em segunda instância, o processo legislativo, a judicialização da política nacional, e a banalização do habeas corpus.
Em um contexto de crise estrutural do capital, ataque aos serviços públicos e políticas estatais que intensificam a repressão contra os mais pobres, o sistema prisional brasileiro vem acumulando estatísticas que demonstram um quadro de barbárie institucionalizada. O livro é um convite para uma análise densa, crítica e provocativa sobre a realidade concreta do cárcere no Brasil e os desafios que permeiam os processos de trabalho das assistentes sociais que atuam nesses espaços
Esta obra foi censurada pela inquisição de Salazar em Portugal e considerada leitura obrigatória pelos mais expressivos militantes anarquistas da década de 1950 no Brasil: José Oiticica, Edgard Leuenroth, Jaime Cubero, entre ainda muitos outros. Ao mesmo tempo, trata-se de uma aplicação da decadialética tão fiel à sua matriz pitagórico-escolástica quanto se preconiza nos demais escritos de Mário Ferreira dos Santos. Em "Análise Dialética do Marxismo" temos uma união que somente a filosofia concreta poderia proporcionar: a historiografia de Lewis Mumford, o socialismo libertário de Proudhon, Bakunin, Malatesta e Fabbri e a ontognoseologia de Santo Tomás de Aquino, juntos contra o socialismo autoritário, tanto em suas manifestações históricas como em suas pressuposições materialistas. Mediante detalhadas considerações dos textos de Marx, Engels e Lênin, este livro demonstra a inadequação das pretensões comunistas e defende a viabilidade de uma alternativa cooperacional.
ÉTICA E SOCIOLOGIA DA MORAL CONTÉM AS PERSPECTIVAS PARA O ESTUDO DA MORAL SURGIDA NA ALEMANHA A ABORDAGEM DE DURKHEIM COMEÇA PELA ECONOMIA E SOCIOLOGIA INTEGRANDO EM SEGUIDA O TRABALHO DE JHERING NAS RELAÇÕES QUE ESTE FAZ ENTRE DIREITO E ÉTICA PARA DEPOIS DETER-SE NA ÉTICA DE WUNDT MAIS DEMORADAMENTE A PRESENTE EDIÇÃO POSSUI TAMBÉM UM APÊNDICE QUE CONTA COM OS ENSAIOS O ESTADO A MORAL E O MILITARISMO E A ELITE INTELECTUAL E A DEMOCRACIA
Em meados dos anos 1990, o autor e jornalista Gilberto Dimenstein queria levar para a sala de aula a discussão sobre a cidadania em nosso país. Foi assim que nasceu O cidadão de papel.