nullA restauração em 1654 contra o domínio holandês no Nordeste, mais exatamente em Pernambuco, é considerada um marco do sentimento nativista brasileiro. Depois disso, os pernambucanos se orgulhariam de sua participação ativa na História do Brasil, sempre mantendo altos ideais libertários, como na Guerra dos Mascates, entre 1710 e 1712, na Revolução Pernambucana, em 1817, na Confederação do Equador, em 1824, e na Revolta Praieira, em 1848. Entender como os ventos da restauração pernambucana influenciaram essas revoluções e contestações que se seguiram à expulsão dos holandeses é o objetivo de Evaldo Cabral de Mello em 'Rubro veio'. A partir da reconstrução desse imaginário da restauração pernambucana e de suas representações, Evaldo realiza uma crítica histórica para compreender a contestação do poder colonial - e, mais tarde, poder imperial - entre os séculos XVII e XIX.
Com novo projeto gráfico e posfácio inédito da autora, Cova 312 é a história real de como as Forças Armadas mataram pela tortura um jovem militante político, Milton Soares de Castro, forjaram seu suicídio e sumiram com o corpo. Preso em 1967, Milton, integrante do primeiro e frustrado grupo de guerrilha pós-golpe de 1964, desapareceu sem deixar rastros.
A guerrilha ? que jamais aconteceu ? teria início na serra do Caparaó, mas Milton foi preso e levado para a Penitenciária de Linhares, em Juiz de Fora, onde foi torturado e morto. Os militares forjaram documentos informando que ele havia se suicidado.
Daniela Arbex reconstitui magistralmente a vida, a morte e o desaparecimento de Milton, que tinha apenas 26 anos quando foi preso. Ao entrevistar mais de 20 personagens, alguns na vida política até hoje, ao longo de mais de 10 anos de apuração, a autora revela a rotina da prisão, descobre como Milton foi morto e como os militares montaram essa fraude. Não satisfeita com todas essas informações, Daniela vai atrás do corpo do militante até encontrá-lo na Cova 312 que dá título ao livro, resgatando um capítulo importante da história do país.
Em reportagem consagrada, Daniela Arbex denuncia um dos maiores genocídios do Brasil, no hospital Colônia, em Minas Gerais
No Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, conhecido apenas por Colônia, ocorreu uma das maiores barbáries da história do Brasil. O centro recebia diariamente, além de pacientes com diagnóstico de doença mental, homossexuais, prostitutas, epiléticos, mães solteiras, meninas problemáticas, mulheres engravidadas pelos patrões, moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento, mendigos, alcoólatras, melancólicos, tímidos e todo tipo de gente considerada fora dos padrões sociais.
Essas pessoas foram maltratadas e mortas com o consentimento do Estado, médicos, funcionários e sociedade. Apesar das denúncias feitas a partir da década de 1960, mais de 60 mil internos morreram e um número incontável de vidas foi marcado de maneira irreversível.
Daniela Arbex entrevistou ex-funcionários e sobreviventes para resgatar de maneira detalhada e emocionante as histórias de quem viveu de perto o horror perpetrado por uma instituição com um propósito de limpeza social comparável aos regimes mais abomináveis do século XX. Um relato essencial e um marco do jornalismo investigativo no país, relançado pela Intrínseca com novo projeto gráfico e posfácio inédito da autora.
A História desta Colonizadora oferece vasto repositório de fatos que encerram as mais proveitosas lições para todo e qualquer empreendedor que pretende ver seus ideais concretizados. Mas, para que assim aconteça, é indispensável que sejam estes fatos analisados criteriosamente e sem prevenções de qualquer natureza, o que está ainda por fazer, pois as visões desses empreendedores, que se deslocaram de outras Plagas, atravessaram Oceanos, enfrentando tempestades em alto mar, curtiram montanhas colossais, deixaram para traz uma visão do desconhecido, impuseram seus ideais em outros Continentes, enfrentaram climas gelados e tropicais, povos com características alheias aos seus costumes, tudo isso deixadas através de seus relatos e de seus objetivos concretizados, deixa-nos a ideia de que seus exemplos podem ser seguidos sem nenhum medo de errar.
Laurentino Gomes apresentou a história do Brasil ao grande público de forma simples e convidativa, despertando um maior interesse nas origens de nosso país. Para estimular os jovens leitores a se aventurarem pelo passado, a Globo Livros lança a nova edição juvenil de 1808. O texto original é adaptado por Luiz Antonio Aguiar, escritor especializado em linguagem para estudantes adolescentes, e ricamente ilustrado pela artista plástica gaúcha Rita Bromberg Brugger.
O PRIMEIRO IMPERADOR DO BRASIL FOI UM PERSONAGEM QUE ENTROU NOS LIVROS DE HISTÓRIA, E NO IMAGINÁRIO DO BRASILEIRO, CERCADO POR UMA AURA A UM SÓ TEMPO CARICATURAL E ENIGMÁTICA.
Muito se fala do grito às margens do Ipiranga, da sexualidade exacerbada e do jeito impaciente que lhe rendeu a pecha de monarca difícil e de pouco tato político. Mas quase duzentos anos depois de sua morte, pouco ainda se sabe do homem de personalidade complexa que se dispunha a morrer por uma causa; do pai que queria para os filhos a educação que reconhecia falhar em si próprio; do governante que foi protagonista na transição do absolutismo ao liberalismo e ao regime constitucional no Brasil. Foi para preencher as inúmeras lacunas sobre nosso primeiro imperador que este livro foi escrito. Eis, enfim, a história não contada de d. Pedro.
Ao morrer, d. Pedro deixou para as futuras gerações de brasileiros uma difícil tarefa: entender as muitas contradições da sua vida e extrair das suas memórias uma imagem fiel de sua personalidade, suas ideias, angústias e ambições. Até hoje, esta tarefa não havia sido bem cumprida.
Em meio a um emaranhado de especulações e distorções históricas, restava ainda a interrogação :quem foi o primeiro imperador do Brasil? Foi para responder a essa pergunta que Paulo Rezzutti recorreu a uma ampla gama de fontes primárias e documentos originais que revelam uma miríade de facetas desconhecidas de d. Pedro, e que lhe deram acesso à história não contada do nosso primeiro monarca esta que agora você tem em mãos.
Em lugar da caricatura que tomou conta do imaginário nacional, o autor nos apresenta o homem por trás do imperador, com todas as contradições e riqueza de personalidade que o transformam em um dos personagens mais interessantes da nossa história um homem que, para além das muitas amantes, dos filhos ilegítimos e da fama de turrão, nos deixou como legado uma história de sacrifícios em prol da unidade nacional; um homem repleto de defeitos morais e contradições políticas, mas que esteve ligado a grandes passagens da história do liberalismo mundial, e que, acima de tudo, viveu uma vida intensa e repleta de humanidade.
Paulo Rezzutti é escritor e pesquisador paulista. Membro titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, trabalhou como consultor técnico na exumação dos corpos dos primeiros imperadores do Brasil. Tem dois livros publicados sobre o período do Primeiro Reinado: Titília e o Demonão: cartas inéditas de d. Pedro I à Marquesa de Santos e Domitila, a verdadeira história da Marquesa de Santos, finalista do Prêmio Jabuti 2014. É um dos organizadores do projeto Turismo na História.
1808, o maior fenômeno de vendas do mercado editorial brasileiro na categoria não-ficção nos últimos anos, será relançado na Bienal Internacional de São Paulo em versão atualizada e ampliada pela Globo Livros. Entre outras novidades, o livro, que já vendeu mais de 1 milhão de exemplares, trará um capítulo inédito com informações até hoje pouco conhecidas a respeito da criação do Reino Unido de Brasil, Portugal e Algarves, que completa duzentos anos em 2015. Também na Bienal será apresentada pela primeira vez a versão em e-book do livro 1808, que até agora não estava disponível para os leitores brasileiros.
Considerada por muitos historiadores como a mais importante decisão tomada pelo príncipe regente e futuro rei Dom João VI durante os treze anos de permanência da corte portuguesa no Rio de Janeiro, a efetivação do Reino Unido colocou um ponto final no período colonial brasileiro e deu início de fato ao processo de Independência do país. A criação do Reino Unido foi decidida em meados de 2014 no Congresso de Viena, que reuniu na Áustria as potências vencedoras de Napoleão, explica Laurentino Gomes. Foi uma decisão tomada praticamente à revelia da corte portuguesa no Rio de Janeiro e anunciada na Europa muito antes de que os próprios brasileiros e portugueses tomassem conhecimento dela.
Lançado originalmente na Bienal do Rio de Janeiro de 2007, 1808 permanece há sete anos consecutivos na lista dos livros mais vendidos, um recorde no mercado editorial brasileiro na categoria não-ficção. Publicado em português e inglês, atualmente suas edições internacionais estão disponíveis em mais de vinte países, incluindo Portugal, Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Nova Zelândia, Índia e África do Sul. Sua versão estrangeira mais recente chegou ao mercado norte-americano em setembro do ano passado com o título 1808: The Flight of the Emperor, pela editora Lyons Press, de Connecticut.
No Brasil, a nova edição revista e ampliada é publicada pela Globo Livros, editora também responsável pela publicação, em 2012, do livro 1889, sobre a Proclamação da República. É o terceiro e último volume da trilogia do autor sobre as três mais importantes datas da construção do Brasil durante o Século XIX, que inclui ainda 1822, sobre a Independência. No começo deste ano também foi lançada a edição juvenil de 1889, para estudantes e leitores mais jovens.