O existencialismo de Sartre é parte de um projeto de vida: descobrir-se livre e transformar a própria vida; superar as condições sociais, religiosas ou pessoais que nos entravam; identificar o funcionamento conflitante de nossos relacionamentos com os outros para nos superar; lembrar-se que pensar é ter a liberdade de escolher. Em todos os momentos a filosofia de Sartre atua como um estímulo que nos obriga a agir, sem desculpas válidas. Não é complacente porque proíbe pequenos arranjos consigo mesmo, proscreve álibis de todos os tipos e estratégias de escape que às vezes dão boa consciência. Mas, confrontar-se com a realidade é oferecer a si mesmo a oportunidade de finalmente viver em harmonia consigo mesmo e provar a alegria de ser autêntico. Este livro não é um livro apenas para ser lido, mas também para ser posto em prática. Com provocações e exercícios concretos, você será incitado a trazer para dentro de sua vida concreta os ensinamentos da filosofia.
Cultura filosófica é a única reunião de ensaios de Georg Simmel (1858-1918) organizada pelo próprio autor. Lançada em 1911 e revista em 1918, a coletânea é uma excelente porta de entrada para a obra deste pensador, um dos pais da sociologia alemã e um filósofo da cultura que influenciou nomes como Walter Benjamin, Robert Musil e Georg Lukács, entre muitos outros. Nestes quatorze estudos, que abordam assuntos diversos como a psicologia, a religião, a arte, o masculino e o feminino, Simmel deixou a sua marca inconfundível: a fina arte de interrogar e expor o objeto de sua indagação sob diferentes ângulos, como um legítimo ?aventureiro do espírito?.
A humanidade sempre se deixou encantar pelas histórias que anunciavam sua destruição total: os últimos dias, o fim dos tempos, a extinção da vida no planeta. Hoje, a fantasia de um fim violento e coletivo ressurge nos movimentos apocalípticos: pacíficos ou belicosos, muçulmanos ou cristãos, mas todos capazes de influenciar a política contemporânea. Assistimos impotentes ao reaparecimento do pensamento apocalíptico, porque a ciência e a cultura da razão ainda não conseguiram encontrar uma mitologia que possa competir com o encanto do fim. Mas se a crença apocalíptica é uma função da fé, aquela íntima convicção que não requer confirmação alguma, então o antídoto não é tanto a razão quanto o impulso humano para a curiosidade. Porque o mandato de nossa maturidade é agir com sabedoria, escolhendo entre a salvação e a autodestruição. De um mestre da literatura contemporânea, uma reflexão provocante e surpreendente sobre as formas de olhar para a nossa existência coletiva.
"Um passeio pela história da filosofia
Um dos pensadores pop mais respeitados pelo público e pela crítica, Luiz Felipe Pondé apresenta neste livro uma história
da filosofia diferente ? a história dele com a filosofia. E não só: ele cita romancistas como Nelson Rodrigues, cientistas como
Charles Darwin, economistas como Karl Marx e os psicanalistas Sigmund Freud e Carl Jung. Todos foram importantes na
formação deste intelectual que, semanalmente, através de artigos, aulas e vídeos, nos questiona e nos ajuda a pensar e a
entender o mundo em que vivemos.
Dividido cronologicamente em seis capítulos, Como aprendi a pensar começa na Antiguidade com os gregos e romanos,
passa pela filosofia cristã dos primeiros séculos sob a forte influência de Agostinho e chega na idade medieval de São
Tomás de Aquino. O renascimento, a formação da modernidade com o debate entre iluminismo e romantismo e, por fim,
o contemporâneo. Não faltam tragédias como Antígona e Medeia e os filósofos estoicos, epicuristas e céticos que tanto
influenciaram na formação de Pondé. ?Sempre achei que os céticos têm, pelo menos, ?alguma razão? em duvidar da
razão?, diz ele.
Nietzsche, Dostoiévski e Camus dividem as páginas com seus colegas mais contemporâneos como o polonês Zigmunt
Bauman, o francês Tristan Garcia e o romeno Émil Cioran. Como aprendi a pensar é um convite para pensar, seguindo
uma constatação do próprio autor: ?Filosofar é aprender a fazer perguntas significativas que nos tornam mais inteligentes
e mais interessantes ? não, necessariamente, mais felizes?."
Neste livro, Ales Bello demonstra como realizar uma investigação no estilo de Husserl. Trata-se de uma pesquisa fenomenológica em círculos concêntricos, onde cada tese ou tema representa um território novo que deve ser examinado voltando às fontes do próprio método, seguindo as etapas de análise indicadas por Husserl. Esta publicação, explorando o problema do sentido e do modo como conhecemos e organizamos o conjunto de coisas de nossa vida cotidiana, constitui um exemplo de uma investigação em círculos concêntricos que inicia a partir do sujeito humano para compreender, em seguida, como se realiza nosso contato com o mundo das coisas da natureza e da cultura.
?Mais uma vez recorro ao meu estimado leitor e a minha querida leitora: discordem, concluam, concordem ou lamentem, mas sempre leiam e formem sua própria peça multifacetada da aventura do saber. A magia do conhecimento é maior do que todos nós.? ?Radicalismo derruba democracia e nunca edifica de verdade.? ?A internet deu o estatuto de intelectual orgânico a todos que tiverem acesso à rede. É o eclipse do conhecimento em si e o despontar da militância catequética.? ?Nunca associei ética à fé ou a sua ausência. Temos ateus e religiosos éticos, bem como violências ligadas aos dois campos. O complicado, ultimamente, não é crer ou não crer em Deus. O difícil é crer no homem. É árduo acreditar em si.? ?Narrar uma história para uma criança é colocar uma marca indelével na sua formação. Creia-me: ela pode esquecer os nomes, no entanto a experiência será eterna. Para sempre, estarão no fundo da mente, dialogando com outras histórias.?
Chegado ao penúltimo volume de sua História das Ideias Políticas, o filósofo alemão Eric Voegelin analisa as figuras-chaves do primeiro ciclo do pensamento político moderno - "a nova ordem" - e aquelas que determinaram "a última orientação" dos debates filosóficos ocidentais, precedendo "a crise" contemporânea que será tema do oitavo volume. A situação britânica no período da Revolução Inglesa, a originalidade de Maquiavel, Bodin e Hobbes, o misticismo de Espinosa e Nietzsche, a condição espiritual de que deriva a obra de Locke, a redescoberta por Schelling da primazia da existência sobre a organização política e a ênfase de Pascal na finitude do homem em vez de em seu progresso são alguns dos temas deste livro.
'Não nascemos prontos!', de Mario Sergio Cortella, apresenta crônicas que discutem temas diversos à luz da filosofia. A grande qualidade do livro é a união entre a filosofia e o cotidiano. O autor faz esta relação nos ensaios que tratam de temas como acomodação, flexibilidade para as mudanças, a pressa característica do mundo atual, aceleração do cotidiano, falta de esperança das novas gerações e o sentido da amizade. Esta obra leva o leitor a refletir sobre temas como responsabilidade ética e social, gestão corporativa para empresas, gestão do conhecimento, do ser humano e do ócio recreativo.
Os cadernos contêm caminhos de investigação, estudos particulares, experimentos com ideias, desdobramentos de pensamentos, checagens de posições, críticas, comentários e citações. Em suma, eles tornam possível acompanhar o próprio campo de gênese da obra nietzschiana, abrindo ao mesmo tempo o espaço para o surgimento de novos acentos, de esclarecimentos pontuais, de reconstrução do denso horizonte de trabalho de Nietzsche. Nesse ponto, por outro lado, os póstumos de 1884-1885 possuem um lugar decisivo nessa edição agora disponível para o público leitor brasileiro: é aqui que vemos surgirem em toda a sua extensão e envergadura alguns dos temas centrais nietzschianos, temas esses tais como as noções de vontade de poder e de eterno retorno do mesmo. Assim, é preciso entrar nesses textos com a atenção de um papirologista que acompanha em textos antigos os mil caminhos da letra e que sabe ao mesmo tempo a necessidade de um espírito de fineza e um olhar para as nuances, a fim de não partir o papel e perder por precipitação as delícias que ele tem a nos apresentar.
Em Leviatã, Thomas Hobbes coloca as condições de dissoluções do Estado, para ele, somente a concentração de autoridade garante a unidade e a paz social. Suas ideias políticas apoiaram o absolutismo do século XVII. Partidário do absolutismo político, defende-o sem recorrer à noção de direito divino. Segundo o filósofo, a primeira lei natural do homem é a da auto-preservação, que o induz a impor-se sobre os demais guerra de todos contra todos.