Concebido no calor da hora, O templo merece lugar entre os grandes livros do período entre as duas guerras mundiais do século XX. Neste romance largamente autobiográfico, que começou a tomar forma em 1929 mas só foi publicado apenas em 1988, cruzam-se a inquietação ? erótica, literária, política ? do jovem Stephen Spender e a singularidade de um momento histórico ? a República de Weimar ? em que uma inédita liberdade de costumes florescia à sombra do nazismo já rampante. Crônica ficcional de um verão passado na Alemanha, em companhia dos amigos e escritores W. H. Auden e Christopher Isherwood, bem como do fotógrafo Herbert List, O templo come¬ça como um romance de descoberta, de coming-out homosse¬xual ? ao mesmo tempo que retoma, em nova chave, a linhagem do romance de formação. Deixando a Inglaterra para trás, seu protagonista vive uma série de experiências que lhe abrem as portas, até então estritamente cerradas, do corpo e do prazer, longe da culpa e da censura. Mas, ao fio das páginas, a luz vai declinando, o ambiente ganha tons cada vez mais ameaçadores, e O templo converte-se num notável e precoce estudo da ascen¬são do nazismo, capturada aqui em sua mistura abjeta de delito e política, ressentimento íntimo e perseguição pública.
Em uma remota região da Polônia, uma professora de inglês aposentada costuma se dedicar ao estudo da astrologia, à poesia de William Blake, à manutenção de casas para alugar e a sabotar armadilhas para impedir a caça de animais silvestres. Sua excentricidade é amplificada por sua preferência pela companhia dos animais aos humanos e pela crença na sabedoria advinda do estudo dos astros. Subversivo, macabro e discutindo temas como mundo natural e civilização, este livro parte de uma história de crime e investigação convencional para se converter numa espécie de suspense existencial. Olga Tokarczuk oferece um romance instigante sobre temas como loucura, injustiça e direitos dos animais.
Aos trinta e cinco anos, Karine faz roteiros para prêmios como "Você Faz a Diferença no Setor Têxtil" ou "Prêmio Nacional de Saúde Bucal". O emprego que não a satisfaz intelectualmente ? seu sonho é escrever para o cinema ? permitiu ao menos que ela saísse de seu bairro natal, o Belenzinho. Sua obsessão com sucesso financeiro é o caminho mais curto que encontrou na tentativa desesperada de se afastar da vida tacanha e neurótica de sua família.
"Você nunca mais vai ficar sozinha" é a frase que ela ouve de sua mãe quando conta que está grávida de uma menina. Hipocondríaca, ela cumpre com rigor a rotina de exames pré-natais. Em intermináveis conversas com sua enfermeira predileta, Karine rememora episódios da turbulenta relação com a mãe, maldiz as agruras da gestação e antecipa o amor e os medos da maternidade.
O novo livro de Tati Bernardi tem a química explosiva que só ela sabe produzir: altas doses de humor, neurose e cinismo, costuradas numa prosa ágil e inteligente que confere humanidade e empatia aos personagens mais improváveis. Neste romance intenso e hilariante, a ideia do fim da solidão que o nascimento de uma filha pode trazer parece ser ao mesmo tempo um bálsamo e uma danação.
"Uma escritora impetuosa e original [...], adepta da mais drástica intensidade narrativa, como uma roteirista de telenovelas que fosse em segredo discípula, sei lá, de Kierkegaard." ? Otavio Frias Filho
"E a doença que era o amor de Swann se havia multiplicado tanto, estava tão estreitamente emaranhada a todos os seus hábitos, a todos os seus atos, a seu pensamento, sua saúde, seu sono, sua vida, até mesmo àquilo que desejava para depois de sua morte, formava com ele tão praticamente um todo, que não se poderia arrancá-la dele sem destruí-lo quase por inteiro: como se diz em cirurgia, seu amor não era mais operável.? Swann ? burguês ocioso, mundano e apreciador das artes ? conhece Odette, uma mulher fútil e de vida duvidosa. Com seu estilo único, Marcel Proust (1871-1922) conduz o leitor pelo emaranhado de sensações e sentimentos que levam Swann de um suave interesse por uma mulher (que, segundo ele próprio, não era seu tipo) ao inferno do ciúme. Um amor de Swann é a segunda e autônoma parte de No caminho de Swann, primeiro dos sete volumes do monumental romance Em busca do tempo perdido, publicado originalmente em 1913 e considerado uma das grandes realizações literárias do século XX."
Sherlock Holmes é o detetive mais famoso do mundo, adorado por milhares de fãs. Este volume especial contém os quatro romances escritos por Sir Arthur Conan Doyle que guardam algumas de suas histórias mais famosas e queridas: Um estudo em vermelho, O signo dos quatro, O cão dos Baskerville e O vale do terror. Além disso, o volume possui ilustrações originais de Sidney Paget e outros artistas. Uma edição indispensável para todo fã.
Baseado em fatos reais, este romance narra um período fascinante e ainda misterioso da vida de Coco Chanel. E para o leitor entrar ainda mais no clima da história, a capa do livro traz uma deliciosa fragrância. Na efervescente Paris de 1919, no ápice de sua carreira, Gabrielle sofre um revés: seu amante morre num acidente. Muitos temem que ela não consiga mais produzir, mas Chanel se renova com um projeto que lhe devolve a vontade de viver: a criação de um perfume que sintetize uma fragrância misteriosa e moderna, a combinação de muitos elementos, o cheiro do amor. Em sua busca pelo aroma perfeito, ela se inspira no perfume de Catarina, a Grande, e conhece Dimitri Romanov, príncipe russo exilado na França. Ao mesmo tempo em que se abre novamente para a vida, Gabrielle cria o Chanel N° 5, que se tornará o perfume mais famoso do mundo.
Numa linguagem acelerada, Hemingway cria personagens que logo se inserem no convívio do leitor, destacando-se, entre eles, como figuras marcadas e marcantes, Jake Barnes, jornalista emasculado por um ferimento de guerra, Lady Brett Ashley, jovem viúva inglesa por quem ele estava apaixonado, Robert Cohn, o escritor em busca de seu caminho, Mike Campbell, o playboy inglês que também fazia a corte a Lady Brett, e Pedro Romero, o toureiro espanhol com quem ela tem um caso.
Para O Sol Também se Levanta Hemingway elaborou tipos humanos complexos, representando assim uma geração contaminada pela ironia e pelo vazio diante da vida, com seus valores morais destruídos pela guerra e irremediavelmente perdidos. Temas como a solidão e a morte, os preferidos do escritor, são explorados de forma brilhante.
Com este romance, o autor reafirmou sua qualidade como escritor e alargou seu grupo de admiradores. Aos temas trabalhados por Scott Fitzgerald em Este lado do paraíso, Hemingway acrescentou o gosto pela realidade física em todas as suas manifestações, da energia à brutalidade.
Escrito originalmente em 1926 e publicado em 1927, este é considerado por muitos como sua obra mais refinada em termos de técnica literária.
Orlando narra a vida de um jovem nobre inglês da era elisabetana, dotado aparentemente de imortalidade e que vive há três séculos sem envelhecer e que abruptamente se transforma em mulher. O romance, baseado em parte na vida da amiga íntima de Virginia Woolf, Vita Sackville-West, é geralmente considerado como um das obras mais acessíveis da autora. O romance, que tem sido influente estilisticamente, é considerada como um dos expoentes da Literatura do século XX em geral, e particularmente na história da escrita das mulheres e dos estudos de gênero. Possuindo um relato agradável, valendo-se da temática temporal, uma das marcas de Virginia Woolf ao se valer da variante literária e estilística, apresenta um lado misterioso e quixotesco ao trabalhar as ambiguidades da identidade feminina e masculina e suas relações com a condição humana. Bem-humorado, é um dos grandes exemplares do modernismo inglês e um dos ápices da arte literária de Virginia Woolf. Além do interessante e original argumento, a narrativa se destaca pela beleza das descrições e pelo lirismo de suas reflexões e diálogos. Verdadeira poesia dentro da prosa. Mas quem é Orlando? Homem ou mulher? Este é o ponto de partida de uma das obras mais controvertidas e sem dúvida conhecida de Virginia Woolf, devido principalmente ao seu caráter ambíguo, que reflete a visão de si mesma e do mundo em que vivia.