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A história da Colônia Cecília de Palmeira, no Paranà, ganha um importante depoimento no livro de Darvino Agottani "Saga da Colônia Cecília", a mais nova obra a entrar no repertório literário sobre a cidade de Palmeira, que fala sobre a experiência da comunidade libertaria ocorrida no estado do Paranà entre 1890 e 1894.
A Colônia foi fundada em 1890, no município de Palmeira, por um grupo de libertários mobilizados pelo jornalista e agrônomo italiano Giovanni Rossi (1859-1943) com o propósito de instaurar uma comunidade capaz de propulsionar um "novo tempo" baseado no trabalho, na vida e no amor, com direitos iguais para todos.
Essa história, contada em documentos acadêmicos ou em prosa, vem agora até o leitor através das lembranças de Darvino Agottani, descendente de imigrantes italianos que participaram do histórico episódio. A convivência direta com seus bisavós e avós integrantes da Colônia o credencia a um relato impar do que foi a comuna experimental baseada em premissas anarquistas. E' um relato fiel e traz uma narrativa que remete às conversas em roda do fogão à lenha, onde se ouvia os relatos dos pais, tios e avós do autor.
O livro è publicado pela Editora Estúdio Texto, da cidade de Ponta Grossa, e traz narrativas que agregam novos elementos ao que já foi escrito e registrado sobre a comunidade. Darvino Agottani è bisneto e neto de anarquistas e vive na mesma região onde foi instalada Colônia Cecília: a região de Santa Barbara, na zona rural da cidade de Palmeira. Com quase 80 anos, é de uma lucidez que impressiona quem houve e lê suas memorias, como ele diz ?sem fantasiar e sem esconder nada?. Por isso, talvez Palmeira e o Brasil tenham agora um dos mais importantes e e reais relatos sobre a Colônia Cecília, contado por um descendente direto.
O pai de Darvino, o senhor Oreste Agottani era neto de Tranquilo Agottani, era casado com a senhora Adele e moravam na Itália, na região de Emilia Romagna. Ele era tenor e ela soprano e cantavam nas igrejas. Relata Darvino: A família Agottani embarcou no Porto de Gênova no dia 15 de novembro de 1890, junto com mais de cinqüenta pessoas, chegando na Colônia Cecília em 1.º de janeiro de 1891.
Foram recepcionados pelo grupo de sete imigrantes, liderados por Giovanni Rossi, que já estavam no local desde o dia 2 de abril de 1890. Entre os novos colonos estavam alfaiates, médicos, sapateiros, gente de diploma que teve de trabalhar na roça.
Segundo Cláudia Fonseca, coordenadora da editora Estúdio Texto, para valorizar a produção do autor Darvino Agottani, várias partes do texto foram mantidas conforme originalmente concebidas por ele, o que explica algumas gírias ou linguagens coloquiais. Para o jornalista Ismael de Freitas, que adaptou e prefaciou a obra, é possível perceber a influência no modo de vida dos descendentes das famílias que fizeram parte da Colônia Cecília através do relato de Agottani.
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