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Após 50 anos de magistério fez um trabalho voluntário, de desenvolvimento cognitivo, que durou mais de 5 anos. E então veio a pandemia. Isolamento social. "Já é difícil envelhecer", pensava. "Muito mais durante uma pandemia". Decidiu escrever crônicas.
Não uma autobiografia, nem auto ficção. Uma criação de sentido.
Para escrever esse livro inventou o pseudônimo de Maria Valentina dos Passos. Por que dos Passos? Porque assistiu em Granada, na Espanha, à procissão dos passos da paixão de Cristo. E compreendeu que o melhor momento para desprezar a dor é aquele em que ela passa dos limites.
Então a resiliência despertou nela o sentido da vida. Tendo como símbolo o amor perfeito, uma flor delicada que resiste ao frio, ao granizo e à geada. Finaliza: o espírito do nosso tempo é um tempo onde falta o espírito. Dinheiro e poder são as patologias da sociedade contemporânea.
Intitula suas primeiras crônicas: Os gigolôs da democracia ? Crônica da desilusão e Política de Partido, Crônica dos gigolôs. As vinte crônicas podem ajudar a olhar a vida. Maria Valentina espera mais que isso. Porque é preciso mergulhar nela... e sobreviver.