Receba o produto que está esperando ou devolvemos o dinheiro.
Se, para Marx, a religião era o ópio do povo, para Raymon Aron o marxismo era o ópio dos intelectuais.
Ao longo de todo o século XX, algo como uma fé cega na doutrina marxista fez a classe intelectual de todo o mundo, não só a francesa ou a europeia, ser ao mesmo tempo impiedosa com as falhas das democracias liberais e indulgente com os maiores crimes e atrocidades, desde que estes tenham sido cometidos em nome da doutrina certa. Para analisar esse fenômeno e entender as suas origens, Raymond Aron precisou prestar mais atenção a essa estranha categoria social até então não muito esmiuçada pelos sociólogos - a intelligentsia.
Por que o marxismo sempre volta à moda mesmo em locais cujo desenvolvimento econômico desmentiu todas as previsões marxistas? Por que as ideologias do proletariado e do partido são tão mais bem-sucedidas quanto menor seja a classe trabalhadora? Quais circunstâncias comandam, nos diferentes países, a maneira de falar, de pensar e de agir dos intelectuais?
As respostas de Aron para esses e outros questionamentos vitais permanecem extremamente pertinentes nos tempos de hoje, igualmente marcados pela dependência ideológica.