Filosofias africanas é uma viagem ao pensamento africano pelos ganhadores do Prêmio Jabuti ? Livro do ano. Num sentido amplo, o termo ?filosofia? designa a busca do conhecimento iniciado quando os seres humanos começaram a tentar compreender o mundo por meio da razão. O termo pode também definir o conjunto de concepções, práticas ou teóricas, acerca da existência, dos seres, do ser humano e do papel de cada um no Universo. Na prática acadêmica, é usado para designar o ?conjunto de concepções metafísicas (gerais e abstratas) sobre o mundo?. A grande crítica que se faz às tentativas de caracterizar o pensamento tradicional africano como filosofia é a de que, na África, os nativos, defrontados com a grande incógnita que é o Universo, seriam incapazes de ir além do temor e da reverência, próprios das mentes ditas ?primitivas?. A partir daí, o chamado ?racismo científico?, um dos pilares do colonialismo no século XIX ? desqualificando as fontes do saber africano conhecidas desde a Antiguidade ?, negou a possibilidade de os africanos produzirem filosofia. Então, o reconhecimento como filósofos, no sentido estrito do termo, de pensadores nascidos na África e de uma linha filosófica deles originada só ocorreu a partir do século XX. Filosofias africanas trata tanto dos saberes ancestrais africanos, sua essência preservada nos provérbios, na diversidade multicultural e nos ensinamentos passados durante gerações por meio da oralidade, quanto da contribuição de filósofos africanos e afrodescendentes contemporâneos na atualização desses saberes, muitos dos quais pautados no decolonialismo. Nei Lopes e Luiz Antonio Simas, de maneira didática, mais uma vez escreveram uma obra que evidencia a complexidade, sofisticação e profundidade do pensamento africano e das perspectivas de mundo que sua filosofia provoca.
Obra de Luiz Felipe Pondé debate a religiosidade e questiona até que ponto Dostoiévski é reacionário Nova edição de Crítica e profecia ? a filosofia da religião em Dostoiévski, é essencial para leitores do grande escritor russo. Esta obra tem como base o legado, os personagens e a vida de Dostoiévski. Resultado de aulas de Pondé na pós-graduação em ciências da religião da PUC-SP, este livro analisa a filosofia de Dostoiévski em relação a temas intrínsecos ao ser humano. O filósofo brasileiro também associa o tema a pensadores como Bakhtin, Evdokimov, Heschel, entre outros, para uma jornada de interpretação da religiosidade e de temas morais na obra de Dostoiévski.
Vida precária é um momento de inflexão na trajetória da filosofia de Judith Butler. Temas como a crítica à violência de Estado, a denúncia das torturas aos prisioneiros de Guantánamo, a fina percepção do estado de exceção em que o governo dos Estados Unidos opera na sua contraditória defesa da democracia, o recurso ao pensamento de Michel Foucault ? notadamente aos temas da governamentalidade e da biopolítica ? e uma interlocução com a ética de Emmanuel Lévinas fazem deste livro um marco no percurso de Butler. Considerado seu livro mais inflamado e pessoal, é uma leitura incontornável no campo do pensamento contemporâneo. Do subtítulo ? Os poderes do luto e da violência ?, o leitor desta pequena obra-prima da filosofia política pode depreender que há um fio condutor que vem atravessando as formulações de Butler desde seus primeiros livros: distribuição desigual do luto público, direito ao luto, vidas enlutáveis, luto como elemento fundamental de constituição de um sentimento de comunidade que se oponha ao individualismo, entre outros. Esses elementos, já presentes em obras anteriores de Butler, tornam-se aqui centrais para um debate tão atual quanto necessário no Brasil de hoje, cujas formas de violência reproduzem os mecanismos que, como percebe Butler, constituem o poder e a violência de tornar certas vidas, sempre as mesmas vidas, precárias. Carla Rodrigues
Nos três textos traduzidos neste livro, podemos acompanhar progressivamente o nascimento do primeiro pensamento filosófico de Nietzsche, que iria ser exposto e acabado em O nascimento da tragédia. Na primeira conferência, proferida aos 25 anos de idade, vemos o filósofo ainda muito preso às concepções de Wagner sobre a arte. Em Sócrates e a tragédia, proferida dias depois, entramos já num terreno em que a originalidade de Nietzsche começa a se afirmar. Mas é em A visão dionisíaca do mundo que aflora seu pensamento mais característico, quando pela primeira vez vemos expostas as suas concepções do dionisismo, do apolinismo e de toda uma visão artística do mundo que deveria substituir as tentativas, fadadas ao fracasso, da erudição de tocar o cerne originário de onde emanou toda a força de vida da humanidade grega antiga.
Descrição das principais escolas filosóficas desde o século V a.C. ao século VIII d.C. e uma introdução versando sobre os fundamentos da paleontologia e a antropologia cultural.
"O autor duplamente consagrado pelo prêmio Pulitzer articula ciências e humanidades na tentativa de responder às mais profundas e inquietantes perguntas de todos os tempos.
Neste livro excepcional, o premiado biólogo Edward O. Wilson debruçase sobre questões existenciais para entender o que faz os seres humanos serem tão diferentes de todas as outras espécies. Procurando sentido no que Nietzsche chamou de ?as cores do arcoíris? às bordas do saber e da imaginação, Wilson une ciência e filosofia para conduzir os leitores a uma viagem pela nossa origem mais remota até uma provocadora hipótese sobre o futuro.
Wilson afirma que hoje sabemos tanto sobre o universo e sobre nossa espécie que nos aproximamos de maneira sistemática e empírica de reflexões quanto ao significado da vida inteligente. Seja tentando explicar o livrearbítrio ou a religião; alertar para o colapso da biodiversidade; ou até criar um convincente retrato de um ET, o autor defende que a humanidade de fato ocupa um lugar especial no universo conhecido.
?Nenhum biólogo foi tão persistente ou eloquente em corrigir nossos equívocos sobre as origens humanas quanto Edward O. Wilson? Devemos agradecer que ele apele à razão e à imaginação na esperança de nos esclarecer sobre nossa natureza e nos inspirar a alterar nosso modo de ser destrutivo.? ? Washington Post
?Wilson se destaca da multidão de escritores de biologia como John le Carré se sobressai dos escritores de espionagem. Ele é sábio, erudito, perverso, vívido, oracular.? ? The New York Times
?Neste livro, o mais reconhecido biólogo evolucionário de nossos tempos transcende as fronteiras disciplinares para apresentar sua inestimável análise de quem somos e de quais escolhas se apresentam a nós; é uma leitura obrigatória.? ? Al Gore"
?Este não é um livro sobre marketing. É um livro sobre a existência?, avisa o filósofo Luiz Felipe Pondé, logo na abertura de Marketing existencial. Seu objetivo não é indicar caminhos para o mercado, nem auxiliar os leitores a serem consumidores mais felizes. É analisar por que a produção de bens em nossa época foi, pouco a pouco, se confundindo com os anseios existenciais dos indivíduos e deixou de atender à mera satisfação de necessidades básicas. Neste século XXI, a difusão de ?bens de significado? passa à vanguarda do mercado, conduzido por um ?marketing existencial? que busca vender produtos não apenas materiais, mas, sobretudo, os imateriais, na forma de bálsamos para as angústias mais profundas das pessoas. Em sua provocante reflexão, o autor recorre à filosofia da existência ? de Kierkegaard a Sartre, de Unamuno a Camus ? para examinar como as questões essenciais dos seres humanos permanecem vivas e sem resposta, mesmo na ?sociedade do cartão de crédito?.
"""O mundo é movimento tudo nele muda continuamente. Não posso fixar o objeto que quero representar: move-se e titubeia. É pois no momento mesmo em que o contemplo que devo terminar a descrição um instante mais tarde não somente poderia encontrar-me diante de uma fisionomia mudada, como também minhas próprias ideias possivelmente já não seriam as mesmas.""O autor dessas linhas é Michel de Montaigne, um homem do Renascimento, mas que até hoje se dirige a nós com uma vivacidade que a distância do tempo não esmaeceu. Seus Ensaios, publicados entre 1580 e 1588, o tornaram famoso ainda em vida, inspiraram os filósofos do Iluminismo e lançaram as bases de um novo gênero literário. Segundo o crítico Erich Auerbach, um de seus mais agudos leitores, ao falar de si, Montaigne falava da condição humana. Tal liberdade de concepção e de tom nunca tinha sido vista até então: as guerras do seu tempo, os humores do seu corpo, os filósofos antigos, o amor e a morte, os assuntos mais variados recebem o mesmo tratamento sob o crivo de uma personalidade única em sua franqueza e seu desprendimento. ""Da ociosidade"", ""De como filosofar é aprender a morrer"", ""Da educação das crianças"" ,""Da amizade"", ""Dos canibais"", ""Dos livros"", os capítulos se sucedem, variando em dimensão, sem ligação aparente, numa ""linguagem simples e pura, e suculenta, e nervosa, breve e concisa"", nas palavras do próprio Montaigne.Publicada originalmente em 1961, esta tradução integral dos Ensaios realizada por Sérgio Milliet, um dos grandes intelectuais brasileiros do século XX, busca, em sua elegância e fluência, sempre a fidelidade ao espírito do original. O volume conta ainda com revisão e notas adicionais de Edson Querubini, um dos principais especialistas em Montaigne no Brasil, e uma esclarecedora apresentação de Andre Scoralick."
Em Diálogo do Amor, Plutarco narra vários episódios amorosos para apresentar a sua teoria do amor, fundamentada pela proteção de Eros e pelo seu espaço de atuação, o casamento. O evento principal é o casamento de Ismenodora, uma jovem e rica viúva, com Bácon. (...) É perceptível a proximidade teórica e estrutural de Diálogo do Amor com os diálogos platônicos Fedro e O Banquete.
Uma breve história da filosofia apresenta os grandes pensadores da filosofia ocidental e explora suas principais ideias sobre o mundo e sobre a melhor maneira de viver nele. Em quarenta capítulos, Nigel Warburton, um dos mais conhecidos e mais lidos filósofos contemporâneos, propõe uma jornada pela rica história da filosofia. Partindo da tradição iniciada com Sócrates, há aproximadamente 2.500 anos, o autor traz dados interessantes sobre a vida e o pensamento de alguns dos mais instigantes filósofos como Kant, Maquiavel, Sêneca, Freud, Nietzsche, entre muitos outros. A leitura flui graças à maneira divertida que Warburton encontrou para encadear os capítulos: no final de cada texto, ele faz um link com o filósofo que vem a seguir.
Publicado, em 1943, O SER E O NADA dá continuidade a uma reflexão que já se iniciara no princípio do século com pensadores como Kierkegaard, Jaspers e Heidegger, exercendo uma incontornável influência sonre as cinco últimas décadas. Sartre desenvolveu um prodigioso e completo sistema de "explicação total do mundo" através de um exame detalhado da realidade humana como ela se manifesta, estudando o abstrato concretamente. Ao ser publicado, O SER E O NADA causou espanto, polêmica, protestos, admiração. Com sua originalidade transgressora e contestações às verdades eternas da tradição filosófica, constitui o apogeu da primeira fase da filosofia sartriana.