Receba o produto que está esperando ou devolvemos o dinheiro.
"amar sem ter é paradoxo de tempo e espaço é sismo sem magnitude amar sem ver amar sem nunca saber é o oco do solilóquio é o virtuosismo do mormaço amar sem haver, sem nem refúgio nem regaço o solipsismo do ossoo insosso do avatar amar sem contemplar amar sem abraço é o aço do estoicismoé esboço de amar, ameaço amar sem abranger é a armadilha da troça bagaço de amar, sobrosso amar sem ter vossa mercê haver-se assim não se possa amar sem ser O ""olho reavido"" deste novo livro de poemas de Luci Collin preenche o espaço entre o dito e o não dito. Luci ousa na escolha do que enuncia e no silêncio que fala (""o justo pejo do silêncio honrado na palavra feito olho""
, ""luz sem sombra, silêncio bruto""). Da leitura das imagens dos poemas, concluímos que o olho não é incisivo, que pode ser de ""pérola e espanto"", pode ser um coração que sangra e ser ilusório o que vê. Enxerga os entardeceres e o escuro, o da ""noite solitária e cega"" de uma epígrafe de Agrigento. ""Um olho de alcance enigmático e admissível""
está também no esquecimento e na memória, ""engenho e abrigo"" que tornam presente a ausência. ""Protege contra lembranças mutiladas"", segue os caminhos da melancolia e do desejo e vê a história fugir ""nalgum cavalo fátuo porque tem seu próprio alfabeto."