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Ciência, arte, cultura viva: o folclore está presente na vida diária de cada habitante do planeta, apesar de ele nem desconfiar. Muitos de nossos gestos, expressões e crendices remontam a milhares de anos. Não há nada de novo sob o sol, já dizia o Rei Salomão. Há novidades que contam 23 mil anos, completa o mestre Luís da Câmara Cascudo, nesse autêntico curso de extensão cultural, semelhante ao organizado por muitas universidades, intitulado Folclore do Brasil. O livro se divide em nove capítulos, abordando campos de conhecimento específicos do amplo universo do folclore. Em "Cultura popular e folclore", Cascudo explica que nem tudo que é popular é folclore, ilusão cultivada por muitos. "Festas tradicionais, folguedos e bailes" discute o Carnaval, São João e Natal, as grandes datas de folgança. "Era uma vez..." analisa o tema apaixonante dos contos populares, lendas, anedotas e adivinhas, alguns com mais de 5 mil anos. "Bebidas e alimentos populares" é uma pequena história de hábitos e crendices ligados à alimentação, do homem de Cro-Magnon aos dias atuais. "Visagens e assombrações" mergulha no mundo mágico de aparições, lobisomens e outros seres fantásticos. A viagem continua com um suave balanceio de corpo no capítulo intitulado "Dança, Brasil!", no qual Cascudo lembra que antes de o primeiro brasileiro nascer, indígenas, portugueses e escravos africanos dançavam há muitos séculos. Da dança à "Capoeira" a transição é natural, já que a luta teve origem em rituais de dança. O livro se encerra com um estudo sobre o provérbio brasileiro "em tempo de murici, cada um cuide de si, que pode ser visto como um convite para o leitor, terminado o livro, meditar sobre o que leu e aprendeu e cuidar de si.
