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É mais uma das surpresas do helenista e latinista de alto coturno, Prof. Junito de Souza Brandão. A sequência da pesquisa do autor é ampla e rica. Partindo do Heládico Antigo (2600-1950 a.C.) e, após 'um primeiro encontro com a mulher grega', aliás doloroso para todos nós, seguido (imagine-se!) de 'a mulher desce mais um degrau', passando pelo casamento (do homem!), pela exposição de filhos e até pelo aborto, chega-se 'ao amor se busca na rua' (sempre pelo homem) e à mulher espartana, que é chamada com muita propriedade de 'laboratório eugênico'. Depois de tanta repressão, surge a figura de Helena. De braços com a heroína, Junito de Souza Brandão passeia pelos poemas homéricos, Hesíodo, trágicos, cômicos, retores e desemboca no sarcástico Luciano de Samósata. Isto para falar da Hélade, porque, não satisfeito, o mestre nos mostra a sofrida figura da esposa de Menelau ressuscitada pelos autores ocidentais, de Goethe até Seféris et alii ... Aliás, empreguei mal o particípio: Helena não morreu. Como 'deusa' foi levada à Ilha dos Bem-aventurados. Ainda bem que, ao menos post uitam, a rainha de Esparta se tornou esposa de Aquiles ... Vazada num estilo leve e didático, mas sustentada pela pesquisa e conceitos profundos, esta obra é um recreio para o espírito e um convite a muita reflexão. A.D. (São Paulo)