Receba o produto que está esperando ou devolvemos o dinheiro.
PREVISÃO DE LANÇAMENTO: 12/06/2025. Voz inconfundível na poesia contemporânea brasileira, Mar Becker abre agora as portas do seu universo particularíssimo para falar de amor. Ou melhor: para amar, palavra por palavra, e fazer o amor falar. Em Noite devorada, a poeta gaúcha dispõe os versos como se mostrasse, pouco a pouco, os movimentos dos corpos que se amam: 'o amor fez frágeis demais minhas/ palavras// e eu agora temo feri-las de morte sussurrando-as'. Mas corpo, aqui, é tudo de que somos feitos, incluindo medos e saudades, desejos e equívocos. Se é justamente pelas frestas que o amor se move, todo cuidado é pouco para atravessar no livro essas noites longas, noites de abrigo e de insônia, com suas 'horas devastadoras' em que 'também a delicadeza devora, a seu modo'. Em seus versos, tudo parece muito claro, cada poro está exposto e vibrante, mas também recai uma sombra densa sobre o que é dito, porque a poeta, mesmo lidando com o vocabulário que seus colegas de ofício tanto já frequentaram, sabe fazer sua voz surgir vestida apenas de 'palavras que resistem à pele última da legibilidade'. No percurso entre sua estreia em 2020, com A mulher submersa (finalista do prêmio Jabuti) e cova profunda é a boca das mulheres estranhas (publicado em 2024 pelo Círculo de Poemas), passando por Sal e Canção derruída (edição portuguesa de sua poesia pela prestigiosa Assírio & Alvim), Becker conquistou leitoras e leitores que não hesitam em acompanhá-la pelos recantos que apenas seus 'pulsos finos' sabem tocar sem destruir - mas, se preciso, sabem também destruir. Ao convocá-los, agora, para 'amar como a estrada ama os que se perdem', Noite devorada prova que é possível encontrar o amor no espaço (in)finito de um livro.