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A obra registra a história do Projeto Rappers criado pelo Geledés - Instituto da Mulher Negra para apoiar os jovens hip hoppers da periferia de São Paulo nos anos 1990, iniciativa que completa agora trinta anos, e as trajetórias de algumas das pessoas que tiveram suas vidas mudadas pelo projeto, que funcionou como uma incubadora, acolhendo os jovens rappers que despontavam nas periferias com shows muito concorridos, mas vigiados e ameaçados pela polícia.
O Geledés cria então uma rede de proteção oferecendo carteira de trabalho (um dos padrões da abordagem policial ainda é deter jovens sem carteira por "vagabundagem"), assistência jurídica para lidar com as forças de segurança e autoridades públicas e viabilizar a realização dos shows, e ainda seminários para debater estes e muitos outros assuntos e promover a integração dos jovens. Cria-se ainda a primeira revista dedicada ao Hip Hop, a Pode Crê!
O resultado foi fazer florescer um movimento cultural, o Hip Hop, empoderador das periferias e altamente influente na sociedade, além uma talentosa geração de artistas, produtores, professores, profissionais liberais e executivos constituindo famílias bem estruturadas e levantando bandeiras da luta antirracista e do feminismo.