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A esperança é a apólice do pobre. A frase, presente no conto Terpsícore, de Machado de Assis, dá pistas do que o leitor encontra nesse breve e potente texto que circulou à época em jornal, no suplemento literário, mas ficou esquecido por longo período.
Trata-se da história do casal Porfírio e Glória, que se encontra na dança e, depois, a partir dela, flerta com a possibilidade de sair da pobreza. Em meio à rotina e suas dificuldades, Porfírio ganha na loteria. A escolha que ele - divertir-se em vez de poupar - conduz a narrativa, que se encerra com uma festa de arromba.
A ironia afiada e a habilidade de descrever os fortuitos da vida marcam esta obra de Machado de Assis, visto em Terpsícore com a força de sua literatura em uma de suas melhores fases. Publicado pela primeira vez pela Boitempo em 1996, o livro ganha agora nova edição em comemoração aos dez anos da Boitatá e conta com ilustrações inéditas da artista Larissa de Souza.
Estão mais vivas do que nunca a complexidade, a ousadia e a força da ficção machadiana, escreve Davi Arrigucci Jr. no posfácio.
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