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Fama e celebridade antes do Instagram e do YouTube.
Frequentemente entendido como uma característica da cultura moderna, o fenômeno da produção de celebridades tem raízes antigas. Em A invenção da celebridade, o historiador Antoine Lilti mostra que os mecanismos que elevam pessoas comuns a figuras públicas foram desenvolvidos na Europa durante o século XVIII, bem antes de existir a indústria do cinema, a imprensa sensacionalista e a televisão, e foram aperfeiçoados, durante o período romântico, em ambos os lados do Atlântico.
Personalidades, como o filósofo Voltaire e compositor Franz Liszt, eram celebridades em seu tempo e despertaram a curiosidade e a paixão de fãs. Em Paris, Londres, Berlim e Nova York, a ascensão da imprensa, da publicidade e o início da indústria do entretenimento transformaram profundamente a visibilidade das pessoas vultosas, uma vez que já visavam a diminuir os limites entre a vida privada e o espetáculo público.
Assim, passou a ser possível adquirir o retrato de cantores de ópera e a biografia de cortesãs. Nem mesmo a política foi poupada dessa agitação cultural: Maria Antonieta, George Washington e Napoleão Bonaparte vivenciaram um mundo político transformado pelas novas exigências da fama. Já não era suficiente desempenhar uma função pública de forma legítima; era crucial ser popular também.
A invenção da celebridade revela o nascimento da cultura da celebridade no século XVIII e, ao mesmo tempo, discute seu valor no século XXI. O historiador refaz a profunda agitação social precipitada pela ascensão das celebridades e explora a ambivalência relacionada a esse fenômeno. O livro narra a evolução da celebridade como forma moderna de prestígio social, assumindo o papel que a glória desempenhava ao mundo aristocrático. Ao mesmo tempo desejada e contestada, sua história ilumina as contradições suscitadas pelo apagamento das fronteiras entre vida pessoal, vida cultural e mercado, percebido na atualidade.
O autor interpreta a celebridade como um tema histórico e trabalha com rigor e originalidade - The New York Review of Books.
Com rigor e erudição, em A invenção da celebridade o ex-editor dos Annales apresenta as formas de reconhecimento público no século XVIII de modo realista. É um livro importante ? Le Monde.
O paradoxo que Antoine Lilti sustenta com brilhantismo é que o fenômeno da celebridade não é novo, mas um traço característico das sociedades desde a metade do século XVIII; seus mecanismos não mudaram - Libération.
Com A invenção da celebridade, Antoine Lilti estabeleceu-se como um dos historiadores mais importantes e talentosos da França do século XVIII. É um estudo criativo e, ao mesmo tempo, audacioso e teoricamente fundamentado ? Colin Jones, Queen Mary University of London.