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PREVISÃO DE LANÇAMENTO: 28/02/2025. O delicado elo entre passado e futuro é o fio condutor dos seis textos desta coletânea inédita de Vinícius Neves Mariano, autor de Velhos demais para morrer, finalista do Prêmio Jabuti. Em A pele em flor, Vinícius Neves Mariano conduz seus personagens por trajetórias das quais eles emergem com uma nova consciência, prontos para florescer em direção a um novo futuro. No conto de abertura do volume, Vinícius - o narrador que se confunde com o escritor - testemunha no café de uma livraria uma funcionária negra ser humilhada porque errou o pedido. Perplexo, ele ouve o amigo Henrique, que também presencia a cena, explicar o ocorrido como sintoma de uma doença: o 'mal do senhor'. Vinícius decide, então, investigar essa grave mazela que, assim como a narrativa do conto, entrelaça realidade e fabulação. Em 'Fawohodie', uma releitura brilhante e provocativa do Aleph de Borges, Mariano questiona não só o que é digno do cânone literário, mas quem pode ocupar esse posto e quais temas são pertinentes na chamada 'alta literatura'. As tradições e heranças culturais e simbólicas são a chave para os personagens de A pele em flor entenderem suas emoções e construírem seu lugar no mundo. Na busca pela própria individualidade, eles encontram ressonância no coletivo. 'As narrativas de Vinícius Neves Mariano são assombradas pelo passado. Os textos de A pele em flor são povoados por pessoas que procuram seu lugar no mundo, compartilhando um denominador comum: a cor da pele. Aí está o que as configura racialmente, determinando quais espaços (restritos) podem ocupar e quais caminhos (estreitos) podem percorrer na labiríntica sociedade brasileira. Na esteira da tradição literária negra, Vinícius demonstra que cada um desses personagens representa uma singularidade: que, para além dos estereótipos impostos pelos discursos hegemônicos, nenhuma vida negra é redutível à insignificância dos lugares-comuns. Desse modo, imersos em seus negros dramas, os personagens de A pele em flor buscam recuperar não apenas seus sentidos próprios, mas, em última instância, a humanidade que nos foi usurpada. ' - Henrique Marques Samyn, poeta, escritor, professor e doutor especializado em literatura negra