O que fazia o policial Fabrício Queiroz antes de se tornar conhecido em todo o país como aliado de primeira hora da família Bolsonaro? E o líder miliciano Adriano da Nóbrega, matador profissional condecorado por Flávio Bolsonaro e morto pela polícia em 2019? E o ex-sargento Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco e morador do mesmo condomínio do presidente da República na Barra da Tijuca? Os três foram protagonistas de uma forma violenta de gestão de território que tomou corpo nos últimos vinte anos e ganha neste livro um retrato por inteiro: as milícias. Eles são apresentados ao lado de policiais, traficantes, bicheiros, matadores, justiceiros, torturadores, deputados, vereadores, ativistas, militares, líderes comunitários, jornalistas e sobretudo vítimas de uma cena criminal tão revoltante quanto complexa. O livro se constrói a partir de depoimentos de protagonistas dessa batalha. São entrevistas que chocam pela franqueza e riqueza de detalhes, em que assassinatos se sucedem e as ligações entre policiais, o tráfico, o jogo do bicho e o poder público se mostram de forma inequívoca. Num cenário em que o Estado é ausente e as carências se multiplicam, a violência se propaga de forma endêmica, mas deixa no ar a questão: qual a alternativa? A resposta está longe de ser simples. Sobretudo num país de urbanização descontrolada e cultura política permeável ao autoritarismo. Dos esquadrões da morte formados nos anos 1960 ao domínio do tráfico nos anos 1980 e 1990, dos porões da ditadura militar às máfias de caça-níquel, da ascensão do modelo de negócios miliciano ao assassinato de Marielle Franco, este livro joga luz sobre uma face sombria da experiência nacional que passou ao centro do palco com a eleição de Jair Bolsonaro à presidência em 2018. Mistura rara de reportagem de altíssima voltagem com olhar analítico e historiográfico, A república das milícias expõe de forma corajosa e pioneira uma ferida profundamente enraizada na sociedade brasileira.
As Seis Lições reúne as palestras ministradas, em 1959, por Ludwig von Mises na Universidade de Buenos Aires (UBA). O autor discute com clareza o capitalismo, o socialismo, o intervencionismo, a inflação, o investimento estrangeiro e as relações entre política e ideias. Em linguagem agradável, a obra apresenta as linhas gerais do pensamento misesiano sendo, ao mesmo tempo, uma das melhores introduções a Política e a Economia. Além do prefácio original de Margit von Mises, viúva do autor, a presente edição conta com uma apresentação bibliográfica do economista austríaco escrita por Helio Beltão e Alex Catharino.
Nesta obra, Bhaskar Sunkara faz um mergulho descontraído e informativo na história do socialismo desde suas origens com Marx e Engels, passando pelas experiências decisivas do século XX, para apresentar uma visão realista de como pode ser o futuro dessa tradição política hoje.
Com a crescente popularidade da nova esquerda nos Estados Unidos, simbolizada por nomes como Alexandria Ocasio-Cortez, Ilhan Omar e Ayanna Pressley, os estadunidenses estão abraçando a política classista do socialismo. Mas o que, afinal, significa socialismo? E que cara teria um sistema socialista no século XXI?
Articulando um acúmulo histórico e sua própria experiência de militância, o fundador e editor da revista Jacobin explica como os socialistas podem conquistar melhores condições de vida e moradia, criar instituições democráticas nas comunidades e locais de trabalho, e, ao mesmo tempo, combater opressões como o racismo e o machismo.
Ao mostrar, ponto por ponto, como e por que o socialismo pode funcionar hoje, O manifesto socialista é um livro para qualquer pessoa interessada em buscar uma solução real para as desigualdades abissais que assolam nosso tempo.
Em seu segundo livro, publicado quando ainda era senador, Barack Obama reflete sobre o papel dos Estados Unidos no mundo e a necessidade de se pensar em uma nova política, que retome os valores essenciais da sociedade americana. Publicado originalmente em 2006 e sucesso internacional de vendas, A audácia da esperança é o apelo de Barack Obama para que os cidadãos busquem um tipo diferente de política, que não alimente rixas entre partidos e que seja baseada nos valores que sempre sustentaram a experiência democrática americana. Em nove capítulos, o então senador analisa quais são os caminhos possíveis para superar as divisões a fim de encontrar soluções efetivas para os problemas da sociedade. Composto por reflexões que permanecem atuais em um mundo cada vez mais polarizado, este é um registro de um projeto político que entrou para a história e que pode servir de referência para o futuro. Escrito com intimidade e bom humor, o livro também descreve a experiência pessoal de Obama ao se estabelecer como figura pública e os desafios de conciliar a carreira com a vida pessoal. ?Uma janela não apenas para a mente de um dos políticos mais empolgantes dos Estados Unidos, mas para o panorama político da era pós-Bush.? ? Guardian
A LIBERDADE DE EXPRESSÃO EM RISCO E POR QUE PRECISAMOS AGIR, AGORA. Há um autoritarismo perverso no mundo e ele está calando todas as vozes... E então, havia uma terra nos confins da Ásia. Seus habitantes tinham tanta liberdade econômica que a região se tornou uma das mais desenvolvidas do mundo. Mas um dia, sem avisar, uma ditadura, a China Comunista, decide roubar-lhes a liberdade. E a repressão começou forte. O primeiro alvo foi a doutrinação escolar, seguida da perseguição aos opositores. É aí que este livro começa... Qual é o momento certo de enfrentar o mal? Para Joshua Wong foi aos 14 anos. Enquanto os adultos permaneciam calados, Wong vislumbrou o que estava acontecendo em seu país e organizou o primeiro protesto estudantil em Hong Kong, se opondo à implementação doutrinária do currículo escolar imposto pela China comunista. Não foi fácil, mas venceu. Ao se tornar mundialmente conhecido pelos protestos, a surpresa foi não ter sido sequestrado ou desaparecido, como tantos opositores da autoridade comunista. Criou o movimento dos guarda-chuvas amarelos, chamando a atenção da comunidade internacional para o momento de perda de liberdades que Hong Kong vive e que começa a se estender para outras nações, com o controle da comunicação e do que se pode falar sobre a China. Joshua Wong narra o caminho que o levou para o ativismo, revela as cartas que escreveu durante sua prisão política e expõe um apelo poderoso e urgente: que lutemos pelo direito a livre expressão.
Todo ano, milhares de pessoas são traficadas e submetidas a condições desumanas de serviço e impedidas de romper a relação com o empregador. Não raro, são impedidas de se desligar do trabalho até concluírem a tarefa para a qual foram aliciadas, sob ameaças que vão de torturas psicológicas a espancamentos e assassinatos. Pessoas que têm sua dignidade arrancada por um regime de trabalho escravo. Este livro, organizado por Leonardo Sakamoto, reúne grandes especialistas nacionais e estrangeiros que mostram o que é o trabalho escravo contemporâneo, sua história recente, como ele se insere no Brasil e no mundo, o que tem sido feito para erradicá-lo, e por que tem sido tão difícil combatê-lo. Uma obra necessária, uma ferramenta para uma das mais importantes batalhas de nosso tempo. Afinal, enquanto qualquer ser humano for vítima de trabalho escravo, a humanidade não será, de fato, livre.
Boa parte dos brasileiros possui uma única pergunta: o que está acontecendo com o país? Muitas pessoas se sentem em um trem desgovernado por causa de transformações profundas que o Brasil sofreu nos últimos anos. E elas não sabem como viver e combater o caos diário. Por isso, este livro possui dois objetivos. Primeiro, jogar luz sobre este período de crise, trazendo uma análise do cenário político e social desde as Jornadas de Junho até a eleição de Jair Bolsonaro, sem cair no jargão acadêmico. Afinal, antes de tudo, é preciso entender o que se passa hoje. Segundo, sugerir as saídas que se delineiam no horizonte e levantar as possibilidades de resistir e, acima de tudo, viver em tempos sombrios.
"Pense em uma deliberação que mexa no seu bolso e na ponta estará o ministro da Fazenda. Do gabinete no quinto andar do Ministério da Fazenda, em Brasília, foi decidido quanto dinheiro cada brasileiro poderia retirar da sua caderneta de poupança; se o país ia parar de pagar sua dívida com os bancos estrangeiros; e até qual deveria ser o preço da passagem de ônibus. Nenhum outro posto concentra tanto poder. O nível de intrigas, conspirações e invejas que cerca o Ministro da Fazenda é insuperável.
Neste livro, o jornalista Thomas Traumann compara o cargo de Ministro da Fazenda do Brasil com o pior emprego do mundo. Poucas pessoas sofrem tanta pressão e em nenhum país alguém tem tantas atribuições, fruto da crônica dependência governamental da economia brasileira. A infl ação subiu? É culpa do ministro. A geração de postos de trabalho, o crescimento da economia, o peso dos impostos e outro punhado de indicadores do bem-estar econômico funcionam como uma espada sobre a cabeça do ministro, ameaçando cortá-la.
O seu chefe, o presidente, só se preocupa com um índice, o da popularidade.
Com entrevistas com quinze ex-ministros e uma pesquisa exaustiva, Traumann reconta a história recente da economia brasileira. É um retrato sobre o jogo do poder de Brasília, como ele é exercido, quem o exerce e como ele muda a sua vida. "
Sim. Você foi enganado. Ao longo da história do Brasil, candidatos à Presidência da República, vice-presidentes e presidentes eleitos faltaram com a verdade na hora de se dirigir à população. Independentemente de partido, se não mentiram, muitas vezes optaram por omitir dados ou induzir os cidadãos a conclusões equivocadas sobre o cenário político. Em Você foi enganado, os jornalistas Cristina Tardáguila e Chico Otavio apresentam uma seleção de casos que marcaram nossa história, desde 1920 até os dias atuais.
Estão no livro episódios emblemáticos envolvendo quinze presidentes: documentos forjados para sugerir uma ameaça comunista; fotos posadas para omitir o grave estado de saúde de governantes; e presidentes que, eleitos, fizeram o oposto do que prometeram veementemente durante o processo eleitoral. Como os autores fazem questão de mostrar, essa característica não é exclusiva da política nacional, mas está presente em diversos países e em diferentes momentos ao longo da história.