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Sabe-se que as três bibliotecas particulares
de Adolf Hitler, localizadas em
Berlim, Munique e no refúgio de Obersalzberg,
nos Alpes bávaros, chegaram a
abrigar mais de 16 mil volumes. O mais
enigmático dos genocidas do século xx
possuía coleções completas de Shakespeare,
Goethe, Schiller, Kant e Fichte,
encadernadas com ostensivo luxo e assinaladas
com o característico ex-libris nacional-
socialista. Livros sobre ocultismo e
misticismo racial também despertavam a
atenção do leitor assíduo, porém caótico,
que se vangloriava de ler ao menos um
livro por dia.
Timothy W. Ryback, autor de The last
survivor: legacies of Dachau, premiado em
2003 com o Hans Rosenberg Book Prize, dá
merecido destaque aos livros que influenciaram
a escrita de Mein Kampf na célebre
prisão de Landsberg, depois do putsch
frustrado de 1923, mas não deixa de mencionar
curiosos volumes presenteados por
admiradores e bajuladores, trechos assinalados
por Hitler nas margens dos livros ou
detalhes como a presença física do ditador
num fio de cabelo encontrado em meio às
páginas envelhecidas. Durante oito anos
de incansável pesquisa em coleções públicas
e particulares nos Estados Unidos
e na Europa, Ryback rastreou desde os livros
lidos pelo obscuro cabo-mensageiro
Hitler, nas trincheiras da Primeira Guerra
Mundial, até as consoladoras leituras dos
dias finais no bunker de Berlim, em 1945.
O trabalho do historiador e diplomata
norte-americano foi altamente elogiado
por Ian Kershaw, o maior especialista em
Adolf Hitler da atualidade.