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Reconhecido por seu distinto talento literário, Oscar Wilde também atrai grande interesse em função de sua vida pessoal, cuja reconstituição baseia-se em parte nos seus escritos biográficos e não ficcionais - dentre os quais o mais famoso talvez seja a epístola De profundis.
Já um autor prolífico e renomado, Wilde se envolveu com o jovem britânico Lord Alfred Douglas, a quem chamava de Bosie. Numa época em que a homossexualidade era considerada crime, a relação amorosa acabou custando ao escritor irlandês uma sentença de prisão por "indecência grave" em maio de 1895. Isolado da sociedade, Wilde continuou ocupando-se das letras enquanto estava encarcerado.
Numa dessas ocasiões, escreveu uma carta a Bosie que ganharia o título latino de "De profundis". Referência à passagem bíblica do salmo 130, a expressão - em português, "das profundezas" - metaforiza uma terrível angústia e, segundo alguns críticos, a morte. A epístola dá conta das dificuldades sofridas por um Wilde flagrantemente amargo e queixoso, que revive episódios de sua relação com Bosie por meio da escrita e reflete sobre a humanidade e os dilemas éticos da sociedade.
De profundis corre por fora do cânone de Oscar Wilde, sendo uma obra menos estudada que clássicos como O retrato de Dorian Gray.
Nesta edição ela é acompanhada por posfácio de Munira H. Mutran, professora da Universidade de São Paulo (USP) e fundadora da Associação Brasileira de Estudos Irlandeses (ABEI).