Durante o século XIX, o progresso científico e tecnológico trouxe importantes conquistas no campo das ciências naturais: o nascimento da química moderna, a teoria evolutiva de Darwin, a descoberta por Pasteur e outros do mundo microbiano. Nesse contexto, Engels procura com sua Dialética da natureza oferecer de uma só vez, ao marxismo uma concepção materialista da natureza elaborada, e às ciências um modelo filosófico a partir do qual se guiar.
Confrontando tendências anticientíficas em vigor entre os próprios cientistas ? materialismo vulgar, metafísica, idealismo, agnosticismo, mecanicismo, espiritualismo ?, Engels expõe alguns dos principais conceitos da tradição dialética, articulando-os e aplicando-os com rigor a diversos campos do conhecimento. Deixa-se ver assim não apenas a enorme erudição de seu autor, mas também a profundidade do compromisso do marxismo com o desenvolvimento científico. Entre diversas passagens célebres, cultuadas e criticadas, tem papel de destaque a impressionante elaboração sobre a função do trabalho no processo de hominização, que encerra o livro.
Obra póstuma e inacabada, a influência da Dialética da natureza pode ser notada desde sua primeira publicação, seja nos escritos de figuras proeminentes do movimento operário e do marxismo soviético, seja em controvérsias decisivas do chamado marxismo ocidental. Além disso, vem sendo amplamente recuperada pela ecologia marxista contemporânea. Portanto, é incontornável não apenas para quem busca entender a história de formação do marxismo, mas também para quem deseja conhecer os caminhos abertos por ele na atualidade.
Traduzida direto do alemão, esta nova edição da coleção Marx-Engels chega ao leitor no ano do bicentenário de nascimento de Friedrich Engels.
"Durante décadas, Hegel foi visto como aquele a respeito do qual o pensamento contemporâneo deveria se afastar. Como se ele representasse a sedução de um pensamento totalizador e o coroamento das ilusões dominadoras do sujeito moderno. Neste livro, trata-se de mostrar, ao contrário, como uma filosofia que parte de Hegel e se associa a ""hegelianos heterodoxos"" como Adorno e Lacan pode fornecer um conceito de sujeito à altura dos desafios do pensamento contemporâneo. Conceito este que traz consequências maiores para reflexões sobre a política, a clínica do sofrimento psíquico, a filosofia moral e a teoria do reconhecimento."
O resultado deste livro não é um volume de divulgação filosófica para o grande público, tampouco é apenas o documento de um percurso teórico voltado exclusivamente aos iniciados ou mesmo somente aos biógrafos. Como se verá no desenrolar dos capítulos e no desdobramento dos temas, o significado do itinerário que aqui se apresenta é também ele, bem como o título do conjunto da obra, um paradoxo que o autor poderia resumir, retomando ainda um dos temas, sobre as aspas, nos quais um dos capítulos de Glasgow se detém, da seguinte maneira: da ?realidade? à realidade.
Esta é uma obra para ser sorvida como o néctar da sabedoria da síntese. Cada capítulo contém intuitivas e preciosas pérolas. Qualquer autor precisaria escrever uma enciclopédia para transmitir o que aqui é encontrado em alguns parágrafos, desde que se capte as entrelinhas, a letra viva, assimilada através da leitura meditativa transcendendo a conveniente existência vulgar.
O pequeno príncipe, de Saint-Exupéry, de tantas leituras e releituras, sempre em sentinelas algumas inspirações, mais do que isso, provações! Em um determinado dia, embriagado pelo vinho de Dionísio, a inspiração me tomou por sobressalto. E me arrebatou a uma prazível criação. Foi como me empurrassem a um escarpado, placidamente, tomado pelo voo da águia, extasiado pelas palavras que em mim despertavam o daímôn. Então, eis que sou tomado pela provocação dionisíaca. E se Nietzsche tivesse lido esta obra, o que ele nos revelaria? Provocava-me Dionísio! Ultrajava-me Dionísio! Tomado por uma cefaleia, que só se aliviava com ajuda de Hefesto, saltavam as palavras da minha imaginação. Então o texto que segue tem o desafio em apresentar à eudaimonia nietzschiana sobre o Pequeno Príncipe. Eis, aí, O Pequeno Príncipe de F. Nietzsche
"Você pode até fingir que não, dizer que não está nem aí, mas a verdade é que todos nós nos importamos mais do que gostaríamos com a opinião dos outros.
Aí está o problema: você tem pouquíssimo controle sobre o que dizem a seu respeito.
Tanto faz seu esforço em ser gentil, simpático e sorridente todos os dias. Basta um conhecido vê-lo de longe num dia de fúria (quem nunca?) e pronto: sua reputação já era.
Neste livro, os professores Clóvis de Barros Filho e Luiz Peres-Neto explicam com leveza e bom humor a importância da reputação na vida em sociedade e o modo como ela vai sendo construída ao longo de nossa vida.
Prepare-se para repensar o que pensam de você.
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"Ao desafio frequentemente proposto ? como pode se esperar que uma pessoa reaja lucidamente ao nazismo no início da década de 1930? ?, os ensaios de Robert Musil e Emmanuel Levinas constiutem, por sua percepção aguçada, respostas definitivas. Apesar das abordagens bastante diferentes, os ensaios não apenas mostram que era possível reconhecer a realidade do nacional-socialismo à medida que ele chegava ao poder, mas também indicam que análises de valor permanente poderiam ser formuladas desde o iníco.
Arnold I. Davidson"
Escrita pelo cientista político alemão Michael Heinrich, um dos maiores especialistas na obra de Karl Marx, esta biografia em três volumes promete ser o trabalho definitivo para compreender, de forma integrada, a vida e a obra do filósofo alemão.
Com a missão de completar as insuficiências comuns nas outras biografias disponíveis e, inclusive, corrigir seus erros factuais, Michael Heinrich também se dispôs a escrever com franqueza, escapando das armadilhas que levaram muitos autores anteriores a tratar o biografado de forma a fundamentar uma imagem já existente, deixando muitas vezes a impressão de que a intenção não era investigar Karl Marx, mas meramente reafirmar o que se conhecia dele. Para isso, Heinrich diferencia com exatidão o que é comprovado por fontes do que é apenas uma hipótese, ora mais, ora menos plausível. Neste primeiro volume, o autor investiga os anos iniciais de Marx, de sua infância aos anos de formação intelectual, em que doutorou-se na Universidade de Iena. Os dois volumes seguintes estão previstos para 2019 e 2020.
A corrupção é o fenômeno político sobre o qual mais se reclama no Brasil. A mídia expõe escândalos que parecem apenas se acumular, sem chegar a lugar algum. Candidatos falam em "acabar com a corrupção". O Judiciário parece omisso em punir corruptos, embora tenha avançado nessa questão. Há uma intensa - e silente - competição para definir o que é corrupção. Clóvis de Barros Filho e Sérgio Praça propõem aqui um debate, fundamentado na filosofia e na ciência política, sobre os diversos aspectos que envolvem a corrupção e seus efeitos. O ato corrupto é, por definição, fruto de uma parceria. Em que medida esse ato tem efeitos negativos? É possível encontrar efeitos positivos da corrupção? O livro responde a essas e outras indagações.