Theodor W. Adorno é considerado um dos intelectuais mais influentes e brilhantes deste século. Os grandes desastres ocasionados pelo nazismo e pelas ditaduras levaram o pensador a valorizar a importância dos sistemas educativos na construção de sociedades democráticas. Em Educação e emancipação, o autor constata como a formação pode conduzir à barbárie e à dominação, algo que o nazismo revelou ao propagar nas instituições escolares uma ?falsa cultura?, que impedia o pensamento crítico.
Uma das principais questões que o filósofo se pergunta é como este mundo, tão desenvolvido científica e tecnologicamente, pode ter ao mesmo tempo tanta miséria. Prestar atenção ao que acontece no mundo obriga a entender a formação das pessoas e analisar o papel tanto das instituições de ensino como dos meios de comunicação.
Em Educação e emancipação, que reúne vários textos de Adorno, o filósofo faz uma reflexão acerca de diversas questões, analisando o efeito das mídias na educação da população e sua importância para a formação de uma sociedade mais livre, pensando sobre o papel dos professores nesse processo e indicando como estratégias de educação podem levar a um caminho de barbárie.
Neste livro, Theodor W. Adorno reafirma sua importância na discussão de temas em favor da cultura e contra a "falsa cultura". Contrariando a imagem de um pensador denso e de difícil acesso, reúne ensaios arrebatadores e atuais, como ?O que significa elaborar o passado?, considerado uma verdadeira aula de dialética, além de textos como ?A filosofia e os professores?, ?Tabus acerca do magistério?, ?Televisão e formação?, ?A educação contra a barbárie?, entre outros.
Esses textos revelam o interesse de Adorno pela dimensão emancipatória que deve promover educação, cultura e ética destinadas à formação de pessoas democráticas.
Nessas crônicas escritas já na maturidade, Drummond lança seu olhar para o Rio de Janeiro e seus personagens. Carlos Drummond de Andrade inaugura este volume contemplando uma moça esparramada na grama: ?Eu vi e achei lindo. Fiquei repetindo para meu deleite pessoal: ?Moça deitada na grama. Moça deitada na grama. Deitada na grama. Na grama?. Pois o espetáculo me embevecia. Não é qualquer coisa que me embevece, a esta altura da vida?. Essa e outras situações irrompem nas crônicas de Drummond para provar que a realidade também é feita de lirismo ? e vice-versa. Derradeiro livro entregue à editora, em 1987, Moça deitada na grama é uma seleção das últimas crônicas escritas pelo poeta, que por décadas colaborou para os jornais mais relevantes do país. O insólito e o lírico são faces de uma mesma moeda nestes textos que descrevem o Rio de Janeiro e seus moradores, em situações cômicas e despretensiosas, com boas doses de filosofia. Posfácio de Carola Saavedra.
Não é à toa que atualmente temos disponíveis uma diversidade enorme de programas de culinária que tentam nos ensinar desde pratos do dia a dia até os mais requintados doces. Não é à toa que inventaram a reunião-almoço para discutir negócios ao mesmo tempo que se aprecia uma boa refeição. Não é à toa que se fala em comfort food, expressão em inglês para traduzir um sentimento que alia comida a sentimentos bons. É porque o ato de se alimentar é muito mais do que nutrir nosso corpo. Para David Coimbra, é a felicidade pura. Nestas mais de quarenta crônicas, o escritor traz algumas de suas mais queridas memórias de infância, quando podia desfrutar em família da maravilhosa cozinha de sua avó. Dizer que Dona Dina era uma cozinheira de mão cheia é pouco. Mais do que ingredientes, ela misturava afetos e levava à mesa uma combinação de dedicação e amor pelos seus. Aqui o autor não fala de pratos sofisticados, fala sim das melhores refeições de sua vida, repletas de arroz mexido, daquele bauru que era uma experiência de outro mundo, de um simples pão com geleia (ou schmier, para quem cresceu na porção mais ao sul do país). E essa tradição que vem de sua avó e passou por sua mãe está agora com David, que, seja em forma de panqueca no domingo ou de lentilha no final do ano, transmite para seu filho a lição de que a vida tem pequenos prazeres e que algo singelo como cozinhar pode ser traduzido em afeto puro.
O Anfitrião de Plauto é uma comédia de mil faces: farsa mitológica sobre o nascimento de Hércules, paródia trágica, jogo de espelhos, provável influência do cogito cartesiano. Mas, acima de tudo, é uma das mais divertidas e atemporais comédias que a antiguidade nos deixou. Inspirado em modelos gregos que desconhecemos, Plauto (séc. III a.C.) nos legou uma pérola que foi alvo de imitação, reescrita, adaptação e recriação de autores como Camões, Molière, Kleist, Giraudoux, Guilherme Figueiredo, Ignacio Padilla, entre tantos outros. Nesta comédia, você verá um Júpiter morrendo de amores pela esposa de um general tebano, Alcmena, com quem ele conseguirá passar a noite mais longa de todas a fim de gerar o grande herói Hércules, usando um dos artifícios mais antigos dos mitos de nascimento de grandes heróis: transfigurar-se no marido ausente, Anfitrião. Mercúrio, faz-tudo divino, torna-se Sósia, o servo da casa, e arquiteta todo o engano. Aí está, em tradução poética magnífica de Leandro Dorval Cardoso, com sua força de riso e poesia intensos, seus padrões rítmicos recriados para os nossos ouvidos, seu vigor renovado no Brasil, um dos mais antigos e maravilhosos tratamentos do sempre atual tema do duplo.
Em 1925, um estudante de farmácia e jovem poeta que assinava Carlos
Drummond publicou n?A Revista, de Belo Horizonte, um artigo intitulado
?Sobre a tradição em literatura?. Aos 22 anos, cheio de ímpeto juvenil,
considerava Machado de Assis um ?entrave à obra de renovação da cultura
geral? a ser repudiado. Três décadas mais tarde, em 1958, Drummond
publicou o poema ?A um bruxo, com amor?, uma das mais belas homenagens
de escritor para escritor na literatura brasileira. Um único verso dá a medida
do elogio: ?Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro inteiro?.
Ao longo das três décadas que separam posições tão antagônicas,
sob distintos pretextos e ângulos, Machado foi tema de inúmeros
textos do poeta itabirano. Pela primeira vez reunidos num único volume
e acompanhados de imagens, esses saborosos escritos retraçam o
percurso da compreensão profunda do escritor mais velho pelo mais novo
e permitem um novo olhar sobre o legado machadiano e sua relação com
o modernismo brasileiro.
Como a escrita inspirou a ascensão e a queda de impérios e nações, o desabrochar de ideias políticas e filosóficas e o nascimento de crenças religiosas. O mundo da escrita nos conduz a uma viagem maravilhosa pelo tempo e pelo globo, por meio de dezesseis textos fundamentais, selecionados dentre 4 mil anos de literatura mundial. É assim que conhecemos a sra. Murasaki, autora do primeiro grande romance da história universal; as aventuras de Miguel de Cervantes ao enfrentar piratas ? tanto os que atuam no mar como os literários ?; e os artesãos da linguagem do épico oral Sundiata na África Ocidental. Também aprendemos como Goethe descobriu a literatura mundial na Sicília, passamos mil e uma noites com Sherazade, acompanhamos a difusão do Manifesto Comunista e a batalha dos livros na América espanhola. Para contar toda essa trajetória, Martin Puchner trata tanto da narrativa quanto da evolução das tecnologias criativas ? o alfabeto, o papel, o códice, a impressão ?, que formaram pessoas, comércios e hábitos. A literatura, em suma, moldou nosso mundo, um espaço a partir do qual conversamos rotineiramente com vozes do passado e imaginamos que podemos nos dirigir aos leitores do futuro. ?Sapiens para fanáticos por livros? ? The Bookseller ?Leitura indispensável para entender por que lemos.? ? Margaret Atwood ?Este livro não é apenas uma exuberante demonstração da importância da literatura para a cultura humana, mas também uma grande história de aventura ? uma história de cartas e de foguetes; de impiedosos conquistadores, elegantes damas da corte e empreendedores de classe média; do desejo de poder e do sonho de liberdade.? ? Stephen Greenblatt
O mais novo volume da coleçao As grandes ideias de todos os tempos é dedicado ao estudo das grandes obras e autores da literatura mundial. O livro da literatura é uma viagem pelas grandes obras da humanidade, desde a Ilíada r Paixao Segundo G. H., e explora os romances, os contos e as poesias mais importantes de cada época. A ediçao inclui alguns dos principais escritores brasileiros, como Machado de Assis, Guimaraes Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos e Clarice Lispector.
Hilda Hilst pede contato é o resultado do extenso trabalho de pesquisa da cineasta Gabriela Greeb sobre a escritora. O livro, que sai concomitantemente ao filme de mesmo nome da diretora, tem projeto gráfico de Mariane Klettenhofer e Artur Lescher e traz o storyboard (esboço ilustrado) e a partitura do filme, narra o processo de pesquisa e criação de Gabriela e tem como destaque trazer a tona, pela primeira vez, a transcrição de trechos selecionados das fitas que contêm as tentativas de Hilda de se comunicar com os mortos, experiência que fez durante os anos setenta, na busca de respostas sobre a finitude da vida e a eternidade da obra. Um mergulho profundo, inédito e imperdível no universo da poeta, cronista, dramaturga e ficcionista brasileira. O livro Hilda Hilst pede contato é um convite ao contato sensorial não apenas como metáfora. Por meio de um leitor de código QR é possível ?ouvir o livro?: o filme, sua trilha, as entrevistas e uma seleção de solilóquios de Hilda Hilst.
O o livro incorpora críticas que têm sido feitas, desde a década de 1980, a algumas "verdades" consagradas pela historiografia e pelo senso comum. Como, por exemplo, a ideia de que a arte e a literatura dos anos que antecederam a Semana seriam apenas acadêmicas ou passadistas, resumindo-se, quando muito, a manifestações de caráter pré-modernista.
"Não é exagero algum pensar na teoria quântica como uma das realizações intelectuais mais incríveis do século XX, e em sua descoberta como a representação de uma verdadeira revolução em nossa compreensão do processo físico." A teoria quântica é uma das descobertas mais revolucionárias do mundo da física. Este livro fascinante relata o esforço que tem sido feito para entender as propriedades fundamentais da matéria, mas sem a complexidade de fórmulas e equações (para os mais curiosos, há um apêndice matemático). John Polkinghorne, renomado físico e teólogo inglês, apresenta o tema por meio da história das descobertas quânticas e de referências a cientistas e experimentos destacando os conceitos centrais da teoria, como descoerência, complementaridade, caologia quântica e o princípio da incerteza, conduzindo o leitor pelos mistérios do mundo subatômico.