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Na obra,Jussara Salgado Bittencourt escreve cartas, de modo metafórico, para sua bisavó Ernestina e encanta o leitor com histórias típicas do cenário rural paranaense entre 1912 e 2012. Para Jonathan de Oliveira Molar, apresentador do livro, a trama consiste em um mosaico tecido entre o familiar e a História. "Lições de um jeito de vida campeiro, do e no mato, lócus que rememora a saudade, porto seguro de ensinamentos que necessitam de tradução para o atual mundo urbano, capitalista e movimentado", escreve.
São abordados oito ciclos econômicos, com variadas legislações, que no desenrolar das diferentes épocas se mostram antagônicos. "Na década de 60, por exemplo, um produtor rural que quisesse requerer um empréstimo junto a uma entidade bancária, deveria comprovar desmatamento de área e aumento de produção, caso contrário não seria contemplado", explica a autora. "Hoje se o mapa de uso do solo comprovar desmatamento, além de não conseguir o apoio requerido ainda responde processo judicial. A minha geração viveu tais antagonismos. Assim considero que tenho muito a contar para os netos, daí o nome do livro", completa.
"O Indez", segundo o dicionário, é um termo popular que designa um ovo deixado no ninho de uma ave para que ela volte a botar ovos naquele mesmo lugar. "Jussara sabiamente optou pelo nome observando seu significado histórico: marcar território. Buscar raízes no passado e contemplar o futuro", afirma Josiane Blonski, diretora da Editora Estúdio Texto.