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À consciência globalmente antenada, o escritor africano é, além de portador de qualidade literária renovada, um sujeito de cultura e de promessa. Cresce um público brasileiro para essa literatura que encanta com os seus relatos. Alguns autores já se fazem razoavelmente conhecidos. A eles se junta a literatura de João Melo - Muniz Sodré.
Os leitores que já conhecem João Melo sabem o quanto suas obras são provocadoras e que uma de suas principais estratégias é a ironia. Desde seu primeiro livro de contos, a ironia tem sido uma companheira evidente e constante, uma marca tão profunda que podemos considerá-la antes uma cosmovisão - Maria Teresa Salgado.
João Melo é um contista angolano incontornável, pelo que precisa de ser mais lido fora de Angola e Portugal, mas também além do espaço lusófono. É imperdoável o desconhecimento de uma obra contística única nos cinco países africanos de língua portuguesa - Pires Laranjeira.
