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O ponto de partida da metafísica merecerá por muito tempo ainda a meditação dos filósofos. É certo que, atualmente, em sua maioria, eles se dedicam a descrever as 'essências' diretamente dadas na 'intuição' (no sentido husserliano dessas duas palavras), bem mais que a discernir por análise reflexiva os pressupostos não dados que tais essências - e especialmente sua condição comum de 'objeto fenomênico' - implicam, assim a filosofia do momento desvia seu interesse imediato dos problemas considerados pelo Caderno v e, mais que isso, suspende provisoriamente o emprego de seus métodos. No entanto, subjacente às flutuações inevitáveis de uma atualidade sempre movediça, o espírito não deixará de experimentar uma inquietação fundamental quanto ao valor de sua afirmação metafísica. É a essa inquietação que, ontem como amanhã, o autor do presente Caderno dará resposta - resposta esta que em vão pediríamos exclusivamente ao método fenomenológico, mesmo aplicado à análise do conhecimento das pessoas e da compreensão delas pela linguagem, isso porque, se é verdade, como pensava Husserl (e, depois dele, Heidegger), que é permitido ao espírito 'pôr entre parênteses', sem contradição lógica, a existência dos outros, cumpre-nos renunciar à esperança quimérica de fundamentar a metafísica criticamente e em todo rigor contra Kant a partir da percepção dessa existência.