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"Ao escrever "Saber de pedra ? o livro das estátuas" (1999), o professor doutor da UFMG Luís Alberto Brandão Santos como que criou uma taxionomia para o "gênero" ensaístico por demais incisiva e enriquecedora para o discernimento de livros similares. Segundo ele, entre a tarefa da estátua está a de concentrar em si mesma"um estado de alerta", uma vez ser preciso saber "ser ela observada", assim como ser também "ignorada no seu papel no funcionamento do maquinário urbano" "garantida pela distração dos olhares em trânsito"; por ser ela "um anteparo para o exercício da indiferença: é importante que esteja lá, despercebida, exatamente para que a ação de não perceber ocorra. A estátua tem, portanto, que enfrentar esse grande desafio, conforme acepção do mestre mineiro: ?ser presença absoluta, radicalmente constante, na mesma proporção em que é ausência, coordenada nula para os sentidos." Então Brandão Santos observa nas estátuas a força de uma presença sagrada, quando paralisada ?por uma revelação?; quando "a nudez do corpo desperta polêmica"; quando a pose tem "a intenção de gerar um efeito, seja o de uma situação extraordinária, seja o de uma cena banal"; quando nela a água é "cristal recheado de movimento"; quando ?as estátuas são guardiãs da verdade, mas também avisos de que a justiça só é cega se for muda"; quando, interagindo com o espaço urbano quer dizer que ?a cidade que não muda não tem passado?, donde a estátua ser "maleabilidade temporal." - Márcio Almeida."