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"Obra clássica, a primeira que enfrenta os efeitos perversos da colonização nas populações invadidas, num projeto de ""avançar no domínio obscuro e impreciso da psicologia inter-racial"", e visionária ao prever os efeitos duradouros e potencialmente traumáticos que adviriam desse processo, mesmo depois da independência desses territórios, afetando colonizados e colonizadores e contaminando profundamente as relações tanto interpessoais quanto internacionais. Não por acaso, tornou-se obra de referência para os estudos pós-coloniais. Por seu estilo direto, sensível (Mannoni viveu muitos anos como professor em Madagascar, convivendo no ambiente de revolta dos locais contra os colonizadores franceses) e honesto, Psicologia da Colonização é um livro de difícil classificação, reunindo elementos etnográficos, psicológicos, pessoais e críticos. Mesmo tendo sido muito combatido, com críticos contundentes como Aimé Césaire e Frantz Fanon, seu caráter pioneiro, a coragem de abordar a questão racial e a denúncia da violência colonial colocaram - e colocam - o livro como um elemento centro de um dos debates mais importantes dos tempos atuais."