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PREVISÃO DE LANÇAMENTO: 27/06/2025. Stasis é o nome da guerra civil na Grécia antiga - um conceito tão perturbador que a filosofia política posterior preferiu deixá-lo à margem, sem jamais transformá-lo em objeto de uma doutrina consistente nem mesmo entre os teóricos da revolução. Neste ensaio instigante, livro II, 2 da tetralogia Homo sacer, Giorgio Agamben propõe os primeiros passos rumo a uma 'stasiologia', uma teoria da guerra civil, e sustenta que é precisamente ela, a guerra civil, a verdadeira linha de fronteira da politização no Ocidente. Um dispositivo paradoxal que, ao longo da história, ora despolitizou a cidadania, ora mobilizou o impolítico - e que ressurge sob a forma do terror em escala planetária.
Agamben reconstrói esse paradigma a partir de dois polos opostos e, ao mesmo tempo, solidários: o clássico, segundo o qual a guerra civil é parte constitutiva da pólis, a ponto de quem dela não participa ser privado de direitos políticos, e o moderno, representado pelo Leviatã de Hobbes, que tenta bani-la, mas acaba por introduzir, no próprio conceito de povo, a cisão que a torna possível.
No século XX, é Carl Schmitt quem reabilita o estado de natureza temido por Hobbes, fazendo da periculosidade do homem natural o único conteúdo da vida civil: política e guerra, aqui, pressupõem-se mutuamente. Essa visão trágica confronta-se com a leitura de Johan Huizinga, que inscreve a guerra no domínio do jogo, sugerindo que sua origem seria ritual, iniciática, voltada não ao extermínio do inimigo, mas à criação de vínculos - um 'jogo sério' que, com o tempo, foi sequestrado pelo Estado e redirecionado a outros fins, à medida que o inimigo se tornava figura do inumano, passível de extermínio.
Trecho
'O fato de faltar, atualmente, uma doutrina da guerra civil é geralmente admitido, sem que essa lacuna pareça preocupar demasiadamente juristas e politólogos. Roman Schnur, que já nos anos 1980 formulava esse diagnóstico, acrescentava, contudo, que a desatenção em relação à guerra civil caminhava no mesmo ritmo que o aumento da guerra civil mundial1. Depois de trinta anos, a observação não perdeu nada da sua atualidade. Enquanto hoje parece ter diminuído a própria possibilidade de distinguir guerra entre Estados e guerra intestina, os estudiosos competentes continuam evitando com cuidado qualquer tipo de aceno a uma teoria da guerra civil'.
CARACTERÍSTICAS
Formato
BROCHURA
Número de Páginas
104
Subtítulo
A GUERRA CIVIL COMO PARADIGMA POLITICO - HOMO SACER, II, 2