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A reunião da poesia de Adão Ventura (1939-2004) era há muito aguardada. Nascido numa terra que, para nossa sorte, já foi e continua sendo cantada por tantos grandes poetas, ele lançou uma voz única de Minas Gerais para o mundo. Bisneto de escravizados, Ventura se apaixonou pela poesia ainda nos bancos escolares, mas, curiosamente, foi depois de viver uma curta experiência como professor numa universidade norte-americana nos anos 1970, e se deparar com as lutas da população afrodescendente, que a questão racial se tornou sua principal 'fonte de preocupação poética'. O talento e a sensibilidade literária de Ventura já se destacavam no convívio com uma geração brilhante de escritores em Belo Horizonte. Quando lançou o olhar para sua própria realidade de homem negro numa sociedade racista, forjou uma voz das mais belas, fortes e necessárias já surgidas na poesia brasileira. É todo esse percurso que os leitores encontrarão em A cor da pele: poesia reunida, desde sua estreia, com uma série de poemas em prosa com tons surrealistas, passando pelo poeta combativo que vai se revelar completamente a partir dos anos 1980 e pelos magistrais retratos líricos do Vale do Jequitinhonha, até o conjunto final de 37 poemas esparsos, reunidos pela primeira vez em livro. Organizado pelo poeta Fabrício Marques, que assina o posfácio e as notas à edição, o livro traz ainda uma resenha escrita por Silviano Santiago na ocasião do lançamento do clássico que dá nome a esta edição, A cor da pele .