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Nesta obra, a Espiritualidade surge livre do peso dos dogmas religiosos, de tendências moralistas e de qualquer tipo de autoridade externa ao si-mesmo. Ela é apresentada como um fator de desenvolvimento e libertação pessoal e de evolução da espécie: a culminância de um processo de autoconhecimento que depende de aprendermos a questionar nossas próprias identidades superficiais, de descobrirmos quem somos para além de todas as circunstâncias e linguagens que ?grudam? em nós sem jamais nos definir plenamente.
Escreve o autor:
?Quando alguém descobre a própria identidade espiritual, as batalhas íntimas de sua psique começam a ceder e a grande síntese entre matéria, vida e inteligência se realiza, ou melhor, flui, sem necessidade de esforços intelectuais ou psicológicos. Um verdadeiro tratado de paz é assinado entre o inconsciente e o consciente, entre o Espírito e a Natureza, entre o fragmento e a totalidade, entre a finitude do mundo e atemporalidade do Ser. Os antagonismos ? representados por ou isto ou aquilo que deram motivo a tantas discussões filosóficas históricas ? cedem lugar à integração de isto e aquilo. O prevalente sentimento de fundo deixa de ser o medo mundi gerado pela primitiva crença na separação e passa a ser o amor mundi, derivado das vivências profundas da unidade inefável. Eis aí a Espiritualidade em sua melhor definição?.
